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Deflação ocupa a cena, mas combustíveis podem puxar preços à frente – o que marcou a semana

Com mais de 20 dias passados de outubro, as perspectivas apontam para a quarta deflação mensal seguida

Foto: Shutterstock

Enquanto nos Estados Unidos e na Europa, os investidores aguardam a desaceleração consistente da inflação, o momento é outro no Brasil. Após três meses de deflação medida pelo IPCA, referencial do país, a dúvida recai sobre quando os preços voltarão a subir.

Com mais de 20 dias passados de outubro, as perspectivas apontam para nova queda mensal dos preços. A leitura mais recente do IGP-M, índice de preços utilizado no reajuste de contratos de aluguel e serviços, indica uma deflação no mês.

O IPCA-15, prévia da inflação oficial do Brasil, será divulgado na terça-feira (25) e ajudará a ver com mais nitidez a tendência dos preços.

Em setembro, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) terminou o mês com recuo de 0,29% em relação a agosto. No acumulado do ano, a inflação foi de 4,09%, e nos últimos 12 meses chegou a 7,17% – bem longe dos temidos dois dígitos que eram registrados pelo menos até julho.

No mês passado, a queda nos preços atingiu principalmente os alimentos e serviços como telecomunicações, além dos combustíveis. É preciso, porém, atenção com este último grupo, que começa a dar sinais de que voltará a registrar inflação.

No sábado (15), a maior refinaria privada do país, a Refinaria de Mataripe, na Bahia, elevou tanto a gasolina quanto o diesel.

O aumento não foi o primeiro feito pela empresa nas últimas semanas. Sete dias antes, a refinaria já tinha aplicado outro. Com isso, Salvador já tem a gasolina mais cara do Brasil, e o efeito se espalha pelo Nordeste. Metade da região é abastecida pela Mataripe, operada pela Acelen, empresa controlada pelo fundo árabe Mubadala.

A base para a elevação, porém, está no corte realizado recentemente pela Opep+(Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados) de 2 milhões de bpd (barris por dia) na meta de produção de petróleo a partir de novembro. Isso fez com que o preço da commodity retomasse patamares elevados neste mês.

Diante desse cenário, a alta de preços dos combustíveis está às portas da Petrobras. A empresa teria que elevar o valor dos seus produtos para seguir a política de paridade com o exterior, mas está evitando fazer este repasse aos consumidores.

Mas, independentemente deste fator, que pode criar uma herança negativa para a inflação de 2023, o mercado considera que o aumento de juros, remédio usado pelo Copom (Comitê de Política Monetária) no combate à alta de preços, parece ter sido suficiente até agora.

Dados da B3 ratificam essa tese. Segundo a Bolsa, 97% dos contratos de opções baseados na variação da Selic apostam na manutenção da taxa básica pelo colegiado, cuja decisão será anunciada após a reunião do colegiado, que ocorrerá nas próximas terça-feira (25) e quarta-feira (26).

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Veja os destaques da Agência TradeMap na semana. 

Minerva compra outro frigorífico?

A Minerva (BEEF3) comprou o frigorífico de ovinos Australian Lamb Company por US$ 260 milhões, o equivalente a R$ 1,3 bilhão, acelerando sua expansão internacional e aumentando a capacidade produtiva em três vezes.

As ações da Minerva sobem mais de 20% no ano, a despeito da queda acumulada pelas outras integrantes do setor no período – Marfrig (MRFG3), JBS (JBSS3) e BRF (BRFS3) -, que podem vir a bater recorde de baixa neste ano, a depender das condições macroeconomias.

Brasil perde US$ 20 bilhões em reservas

As reservas internacionais já acumulam uma queda de US$ 20,1 bilhões em pouco mais de um ano, para US$ 326,3 bilhões. Essa “queima”, no entanto, tem pouca relação com intervenções do Banco Central e na verdade é fruto da desvalorização do euro, que perde força em meio ao risco de uma recessão na Europa.

Aumento de concorrência em locação de caminhões e máquinas

A entrada de novos players na área de locação de caminhões, máquinas e equipamentos indica uma oportunidade em um mercado ainda de pouca penetração. A Vamos (VAMO3) poderá ter que se preocupar com a NewCo, empresa criada em parceria entre Randon (RAPT4) e a Gerdau (GGBR3).

TIM Brasil não deve ser vendida

Uma possível venda da TIM Brasil (TIMS3) parece não fazer parte dos planos da controladora, a Telecom Itália. Para analistas da XP que estiveram com os CEOs de ambas as empresas, a TIM Brasil é “a joia da coroa” da operação, já que representa 25% do Ebtida. Diante disse uma venda só faria sentido com um “prêmio” significativo.

Raízen adquire empresa de serviços financeiros

A Raízen (RAIZ4) anunciou na segunda-feira (17) que comprou a empresa de pagamentos Payly, num movimento para entrar de vez em serviços financeiros. A companhia irá pagar R$ 78 milhões para a Cosan (CSAN4), então dona da adquirida. A empresa criará um novo braço de negócios, chamado de “Unidade de Serviços Financeiros Raízen”.

Prio está à frente

A Prio (PRIO3) está numa posição única no mercado brasileiro, com forte curva de crescimento da produção, espaço para corte de custos e bem capitalizada, o que vai permitir que a companhia aproveite as oportunidades, de acordo com o BTG Pactual.

O que acontece com os dividendos em caso de grupamento de ações

O grupamento visa o aumento do preço por ação, já que o número de papéis é reduzido, mas o valor do capital social da empresa permanece inalterado. O investidor passa a deter um número menor de ações, mas o dividendo pago por papel será maior. Isso ocorrer porque o total será dividido por uma quantidade menor de papéis.

Influenciadores podem recomendar criptos?

A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) restringe apenas aos profissionais credenciados pela entidade indicações de produtos financeiros, segundo especialistas de direito da área. Parecer recente da autarquia trata de ativos criptografados como valores mobiliários, mas deixa de fora, por exemplo, criptomoedas e NFTs (tokens não-fungíveis).

Natura estuda IPO da Aesop

A Natura anunciou que estuda realizar um IPO (oferta pública inicial de ações) da sua subsidiária Aesop nos Estados Unidos. Para os analistas consultados pela Agência TradeMap, a iniciativa da empresa tem potencial para destravar valor e pode ser uma maneira de financiar o acelerado crescimento da divisão.

Agenda

A semana que começa neste domingo (23) tem várias divulgações de dados, especialmente na quinta-feira. Este é o dia, por exemplo, da primeira leitura do PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos referente ao terceiro trimestre. A perspectiva do mercado é que o desempenho da economia venha positivo, e não mais contribua para o acúmulo de quedas dos dois últimos trimestres, o que, sob alguns aspectos, já poderia ter levado à caracterização de recessão técnica.

Lá fora, além do PIB americano, há a apresentação da nova taxa de juros da zona do euro pelo BCE (Banco Central Europeu). A autoridade monetária ampliou essa taxa básica em 0,75 ponto porcentual, no início de setembro, para 0,75% ao ano.

No Brasil, no mesmo dia, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apresenta a taxa de desemprego referente a setembro. É possível que também ocorra a divulgação do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) de outubro – ainda a confirmar.

E, como citado acima, teremos a reunião do Copom do Banco Central, na terça e quarta, além do anúncio do IPCA-15, na terça, e IGP-M de outubro, na sexta.

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