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Petróleo passa de US$ 93 após Opep cortar produção; decisão pode afetar o seu bolso

Corte na produção de petróleo anunciada pelo cartel ameaça equilíbrio entre preços de combustíveis vendidos no Brasil e no exterior

Foto: Shutterstock

Os preços do petróleo voltaram a superar US$ 93 por barril pela primeira vez em quase um mês, após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, grupo conhecido como Opep+, ter anunciado um corte maior que o inicialmente previsto na produção da commodity.

Por volta das 14h30, o preço do petróleo tipo Brent subia 1,8%, a US$ 93,45 o barril, no mercado futuro da ICE.

Nesta quarta-feira (5), a Opep+ anunciou uma redução de 2 milhões de bpd (barris por dia) na meta de produção de petróleo a partir de novembro, para 41,8 milhões de bpd.

O cartel havia sinalizado ao longo dos últimos dias que poderia haver um corte menos intenso, de 1 milhão de bpd. No entanto, esta redução apenas alinharia a meta de produção ao que o grupo efetivamente vem entregando ao mercado.

O objetivo da Opep+ com a decisão é elevar os preços do petróleo, que estavam em queda e operando perto de US$ 85 por barril antes dos rumores de que haveria redução na oferta.

A pressão negativa sobre a commodity vinha da perspectiva de que grandes economias, como Estados Unidos e Europa, caminham para uma recessão em 2023. Isso porque os bancos centrais nessas regiões estão aumentando os juros na tentativa de conter a inflação – que, ironicamente, foi impulsionada principalmente por causa dos preços elevados do petróleo.

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A decisão da Opep+ de reduzir a oferta ocorre dois meses antes de os europeus colocarem em vigor um embargo ao petróleo da Rússia, país que integra o cartel.

Na prática, isso significa que o preço do petróleo tipo Brent – mais pautado pelo consumo europeu, mas que serve como referência no mercado internacional – deve voltar a subir.

Segundo a PVM Oil, o mercado está se ajustando a isso. Para cada posição que aposta na queda dos preços do Brent, há quase cinco em sentido contrário, diz a corretora britânica.

Para fins de comparação, no caso do petróleo WTI, essa proporção é de aproximadamente um para três. O WTI serve como referência de preço no mercado americano, muito menos dependente do petróleo russo que a Europa.

“A Opep+ está colocando os preços acima da estabilidade em um momento de grande incerteza no mercado de petróleo”, afirmou a PVM Oil.

Gasolina

Joe Perry, analista de mercado da corretora City Index para os EUA, ressaltou que a decisão do grupo também equivale a um “tapa na cara” do grupo no governo americano, que havia pedido um aumento na oferta de petróleo para evitar que os preços da gasolina subissem.

Esse aumento no valor do combustível também pode acontecer  no Brasil, onde a Petrobras define os preços da gasolina e do diesel com base no mercado internacional.

Segundo dados da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis) divulgados pouco antes de a Opep+ anunciar o corte na oferta e que capturavam a alta nos preços do petróleo até ontem, a gasolina vendida no Brasil está 8% mais barata que a negociada lá fora. O diesel também tem defasagem, de 3%.

No fim da semana passada, os dois combustíveis eram vendidos por aqui a praticamente o mesmo preço praticado no exterior.

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