A disputa entre o governo – e em particular, o presidente Jair Bolsonaro – e a Petrobras sobre a política de preços dos combustíveis ganhou outro capítulo, mas com cara de reprise.
A novidade desta semana foi a renúncia do CEO da estatal, José Mauro Coelho, na segunda-feira (20). Ele continuava no cargo mesmo após ter sido demitido por Bolsonaro, no fim de maio, porque a Petrobras ainda precisava dar o aval interno a Caio Paes de Andrade, o presidente indicado pelo Planalto para comandar a empresa.
Naquele dia, as negociações dos papéis da companhia foram suspensas no começo do pregão. Ao longo da manhã e tarde, a estatal teve que divulgar três comunicados ao mercado para explicar o desenrolar dos acontecimentos.
Apesar do noticiário negativo, as ações ordinárias (PETR3) fecharam a segunda com alta de 0,87%, enquanto as preferenciais (PETR4) valorizaram 1,14%.
Mas, na terça-feira (21), a notícia sobre o estudo de uma Medida Provisória para alterar a Lei das Estatais como forma de dar celeridade a eventuais alterações na companhia, anunciado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pressionou as ações da companhia, que fecharam em queda de 1,09% e 1,99%, respectivamente.
Já não bastavam, portanto, a defesa da criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) contra a Petrobras, aventada por Bolsonaro durante o fim de semana passado, e a possibilidade de aumento de impostos sobre o lucro do setor de petróleo e gás.
O BTG Pactual colocou o desespero em palavras, ainda na segunda-feira: “acorde-me quando outubro terminar”. Para o banco, os ruídos políticos em torno dos preços dos combustíveis vão durar pelo menos até outubro, quando ocorrem as eleições.
No acumulado semanal, as ações da Petrobras registraram queda superior a 3,4%. Em junho, a desvalorização passa de 12%.
Veja os destaques da semana da Agência TradeMap:
Amazon ou Magazine?
Tanto no Brasil, como nos Estados Unidos, o setor de varejo é um termômetro de como os investidores entendem o desempenho da atividade econômica. As brasileiras atuantes no setor, porém, conseguem navegar melhor que as americanas. Neste caso, as companhias têm acompanhado a melhora no mercado de trabalho. Já nos EUA, a expectativa de juros em alta ameaça a recuperação do varejo tradicional.
WEG (agora) está barata, diz XP
A XP classifica a WEG (WEGE3) como um raro alinhamento de crescimento e retorno. E, diante do desempenho fraco das ações no acumulado do ano, com queda de 30% – ante perdas de 5% do Ibovespa -, a corretora diz ser um bom momento para entrar no papel.
Recessão, se vier, ainda vai abalar mercados
A possível recessão não está totalmente considerada nos preços dos ativos do mercado americano. Nesse contexto, as bolsas dos Estados Unidos podem cair 20%, alertam estrategistas. No caso das bolsas de mercados emergentes, como a do Brasil, os preços descontados das ações tendem a reduzir o impacto de cenário mais drástico.
Negócio da China para Alibaba está fora de casa
O desafio do Alibaba é diversificar cada vez mais suas fontes de geração de receita e ficar menos dependente da China, que está em desaceleração em meio a um ambiente negativo para o consumo. Nos 12 meses encerrados em março deste ano, o GMV (volume bruto de mercadorias) total da varejista foi de US$ 1,31 trilhão. A operação de varejo internacional contribuiu com apenas US$ 54 bilhões (4,11%).
Pessimismo exagerado com commodities
As ações ligadas a commodities estão muito baratas, precificando um cenário pessimista que não deve se concretizar, de acordo com o BTG Pactual. O setor vêm sendo pressionado principalmente por temores de uma recessão nos Estados Unidos e efeitos da política restritiva da China em relação à Covid-19 sobre a economia.
Onde botar o dinheiro com Selic a 13,25%?
A taxa Selic subiu para 13,25% ao ano confirmando cada vez mais que 2022 é o ano da renda fixa no Brasil. Isso não significa, porém, que o investidor pode colocar qualquer título em sua carteira. Especialistas indicam que o melhor é concentrar a alocação em pós-fixados, títulos que acompanham a taxa Selic. A recomendação se deve à incerteza em relação a quando será encerrado o ciclo de aperto monetário no Brasil e ao cenário adverso no exterior.
Idioma do BC
Quando o assunto é política monetária, as palavras importam, e muito. Você já deve ter lido sobre economistas quebrando a cabeça para adivinhar o significado de uma simples mudança de termo na ata do Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central. Aprenda como navegar no vocabulário da instituição.
Agenda da semana
Os dados preliminares que mostraram aceleração da inflação em junho aumentam a expectativa em torno do IGP-M, na quarta-feira. O mercado está cada vez mais convencido que o Banco Central vai pender mais para um aumento de 0,50 que de 0,25 ponto porcentual na taxa básica de juros (Selic) em agosto, e o indicador vai influenciar estas expectativas.
No exterior, os dados mais relevantes devem ser divulgados nos Estados Unidos. Diante da preocupação crescente com a possibilidade de uma recessão econômica, o mercado estará de olho nos dados sobre a confiança do consumidor, previstos para terça-feira, e a atividade industrial, na sexta-feira.