As ações ligadas a commodities, que vêm sendo pressionadas principalmente por temores de uma recessão nos Estados Unidos e dos efeitos da política chinesa de intolerância à Covid-19 sobre a economia, estão muito baratas, precificando um cenário pessimista que não deve se concretizar, de acordo com o BTG Pactual.
“Qualquer lição básica de investimentos indicaria evitar ações cíclicas em meio a uma recessão, mas nós ousamos ter uma visão diferente”, escreveram os analistas do banco, em relatório distribuído nesta quarta-feira (22).
Segundo o banco, ainda que de fato existam preocupações relevantes para o setor, principalmente devido à dificuldade em monitorar os números da Covid-19 na China e em projetar quando a inflação dos Estados Unidos atinjirá seu pico, alguns sinais positivos vêm demonstrando que o mercado pode estar exageradamente pessimista.
Em primeiro lugar, diz o BTG, os números de inflação nos EUA vêm surpreendendo positivamente. Do outro lado do planeta, o banco segue acreditando que a situação da economia chinesa já atingiu seu pior momento e deve melhorar daqui para frente, principalmente considerando que, sem um problema relevante de inflação no país, o banco central chinês talvez seja o único do mundo com espaço para flexibilizar a política monetária.
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Assim, usando suas projeções de preços para as commodities no longo prazo e as estimativas de lucro das empresas em 2023, os analistas do BTG concluíram que “as ações estão sendo negociadas a múltiplos inimaginavelmente baixos”, chegando a descontos entre 50% e 70% em relação aos níveis normalizados.
Isso, segundo o banco, indica que os investidores estão se preparando para um cenário de recessão e, como consequência, as ações estão muito baratas.
Nesse sentido, o banco segue apostando em ações ligadas a commodities, com preferência por papéis mais expostos à reabertura econômica da China. Para este momento, as favoritas do banco são Vale (VALE3), CBA (CBAV3), Gerdau (GGBR4) e Suzano (SUZB3).