Os dados relativos ao índice de preços ao consumidor americano, que subiu 0,4% em setembro – o dobro do esperado por analistas -, balançaram o mercado nesta semana, mas são os rumos tomados pelo minério de ferro que, desta vez, sinalizam o ponto da crise econômica vivida atualmente pelo mundo.
A trajetória mais marcadamente negativa da commodity pôde ser percebida desde a virada do primeiro semestre deste ano. Ao fim de agosto, a queda repetida da atividade industrial chinesa levou mais pressão ao preço, que, naquele momento, estava em torno de US$ 99 por tonelada.
Foi tanto que o produto teve um respiro quando a China anunciou um pacote para a construção civil em setembro, que significava a retomada de obras no setor. No fim daquele mês, o minério de ferro teve alta, voltando ao patamar de US$ 100.
O fato é que a desaceleração da economia chinesa e o cenário de recessão mundial têm sido fatores fortes para barrar o avanço da commodity e, mais facilmente, pressioná-la no campo negativo. Nesta semana, o preço ficou abaixo dos US$ 95, devido à queda provocada mais uma vez pela política de “Covid zero” do país, que continua a gerar lockdowns em diversas cidades da China.
No fechamento desta sexta, o minério de ferro acumulou a quinta baixa semanal seguida, mostrou a Bloomberg Línea, somando recuo de 9% ao longo do período. O corte na produção de aço, que utiliza a commodity como principal matéria-prima, também é um dos motivos para a baixa da cotação.
A mudança de perspectiva para o preço do minério de ferro tem a ver, portanto, com os caminhos a serem seguidos pelas principais economias do mundo, mais especialmente pela chinesa. E um grande sinal sobre isso será dado a partir do domingo, quando o Congresso Nacional do Partido Comunista terá início.
No evento, será definido quem ocupará o cargo de presidente do país nos próximos cinco anos. A perspectiva é de recondução de Xi Jinping, neste caso, para o seu terceiro mandato, mas com a possibilidade de mudança da visão de governo desta vez.
Veja os destaques da Agência TradeMap na semana.
Ações e FIIs mais recomendados
Com a desaceleração da inflação e a taxa básica de juros ainda em patamar elevado, de 13,75% ao ano, os fundos imobiliários que investem em ativos atrelados ao CDI e as ações de empresas dos setores de energia elétrica, commodities e finanças são os mais recomendados para os investidores com foco em renda.
Potencial de alta de 45%
A Metalúrgica Gerdau (GOAU4), holding que é dona de 33% da Gerdau e de 97% das ações votantes da empresa, deve aproveitar potencial de crescimento da subsidiária e ação pode subir 45%, diz Bank of America. Pacote de infraestrutura nos EUA e posição de liderança no Brasil devem beneficiar a siderúrgica.
De Magalu a Eletrobras
Há empresas e setores que são vistos como “coringas”, pois tendem a se valorizar em qualquer cenário eleitoral e a despeito do ambiente econômico, segundo profissionais de mercado ouvidos pela Agência TradeMap. O principal deles é o varejo, um dos segmentos que mais sofreram na pandemia.
O fim dos ‘pedacinhos’
Após a oferta completar um ano, investidores poderão vender os BDRs ou mantê-los, mas no nível I da B3, não mais no nível III. A opção aparecerá no app. Quem tem número de recibos suficiente para convertê-los em ações da empresa, negociadas na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse), também poderá realizar essa opção.
B3 faz aquisição de até R$ 80 milhões
Para expandir atuação e aumentar o mix e o potencial de soluções de dados e analytics, a B3 (B3SA3) anunciou, na quinta-feira (13), a aquisição da empresa de tecnologia Datastock, especializada na gestão de integração de estoques de lojas de veículos novos e usados, por até R$ 80 milhões.
Ações sobem mais de 20% e Braskem nega venda
Depois de rumores sobre uma nova oferta da Apollo fazerem as ações da Braskem (BRKM5) dispararem 20,4% no pregão de terça-feira (11), a companhia comunicou que seus principais acionistas, Novonor e Petrobras (PETR4), negaram que haja novos desenvolvimentos em seu processo de venda.
Recuperação épica no terceiro trimestre
A Positivo (POSI3) e mais seis empresas tiveram recuperação de preço épica no terceiro trimestre. A estagnação dos juros e expectativa de reversão da curva foram o principal motivo para os papéis recuperarem as perdas do segundo trimestre.
Lula e Bolsonaro estão de olho nos inadimplentes
Os mais de 67 milhões de brasileiros inadimplentes estão no radar dos candidatos à presidência nesse segundo turno das eleições. As propostas divergem quanto aos mecanismos que podem ser adotados e na abrangência de medidas, mas os dois lados querem conquistar os eleitores que estão com o nome em listas de restrição de crédito.
CVM marca território no segmento de criptoativos
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) divulgou na terça-feira (11) um parecer com orientações sobre a atuação dos criptoativos no mercado mobiliário. O documento indica em que situações o õrgão pretende exercer sua autoridade sobre os criptoativos enquanto não há regras mais claras sobre como regular este setor.
Mineração de Bitcoin cresce após fusão do Ethereum
A atualização da blockchain Ethereum marcou uma nova fase no mercado digital ao eliminar o passivo ambiental para a validação de novos tokens. No entanto, atingiu em cheio o modelo de negócio dos mineradores, empresas montadas para lucrar com a validação das operações na rede, e influenciou até mesmo o Bitcoin.
Agenda
A segunda-feira (17) é dia de referência sobre desempenhos das economias chinesa e brasileira. O dado da China mostrará o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre, além da taxa de desemprego do país em setembro. O número revelará a quantos passos ocorre a desaceleração da atividade econômica do país.
No Brasil, a vez é do IBC-Br de agosto que, ao contrário dos números da China, deverá mostrar novo avanço econômico, com potencial para puxar projeções para o desempenho do PIB em 2022. Em julho, o indicador mostrou um avanço de 1,17%, mais do que o dobro da alta de 0,5% esperada por analistas.
Na quarta (19), a zona do euro divulga o CPI (índice de preços ao consumidor). O índice de inflação é base para o encaminhamento da política monetária do bloco, apontando ou não a necessidade de mais aperto por meio de alta da taxa básica de juros.
Nos Estados Unidos, na quinta (20), será a vez do número atualizado de pedidos de auxílio desemprego, a ser apresentado pelo DoL (departamento de trabalho dos EUA). No contexto atual, esse também será outro dado a validar os próximos passos do Fed, o banco central americano.