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Metalúrgica Gerdau (GGBR4) deve aproveitar potencial da Gerdau e ação pode subir 45%, diz BofA

Pacote de infraestrutura nos EUA e posição de liderança no Brasil devem beneficiar a siderúrgica, segundo o banco

Foto: Shutterstock

A Metalúrgica Gerdau (GOAU4), holding que é dona de 33% da Gerdau e de 97% das ações votantes da empresa, deve tirar proveito do potencial de crescimento da subsidiária, na visão de analistas do Bank of America, que também esperam uma redução no desconto de suas ações e uma forte distribuição de dividendos.

Diante disso, os analistas do banco americano deram início a sua cobertura do papel com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 16 – o que representa alta de 45% na comparação com o valor do papel no fechamento da última sexta-feira (7), de R$ 11,03.

Por volta das 13h30 desta segunda-feira (10), a ação era negociada em alta de 1,09%, a R$ 11,15.

“Nossa visão positiva sobre a Metalúrgica Gerdau se baseia principalmente em nossa recomendação de compra para a sua subsidiária Gerdau“, escreveram Caio Ribeiro, Leonardo Neratika e Guilherme Rosito, analistas do BofA, em relatório distribuído nesta segunda-feira (10).

Isso porque, explicam os analistas, a Gerdau está bem posicionada para tirar proveito dos crescentes investimentos em infraestrutura nos Estados Unidos, onde um pacote de US$ 1,2 trilhão em investimentos já foi aprovado.

De acordo com projeções do Instituto Americano do Ferro e do Aço (AISI) citadas pelo BofA, a demanda por aço nos EUA pode crescer em 5 milhões de toneladas para cada US$ 100 bilhões em investimentos intensivos em aço. Na estimativa do banco, a demanda americana por aço pode crescer de 5 a 10 milhões de toneladas nos próximos 12 anos.

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Além disso, aponta o BofA, o ABI (Architectural Billings Index), que mede os gastos com construção não-residenciais nos EUA, se encontra em território expansionista desde 2021. Isso, por sua vez, deve compensar a fraqueza da produção industrial e levar o volume de vendas da Gerdau nos EUA a crescer em uma média de 1% ao ano a partir de 2023.

Além disso, o banco também acredita que, independentemente do resultado da eleição presidencial no Brasil, o próximo governo terá de focar em acelerar o crescimento econômico de maneira sustentável, o que pode significar mais investimentos em infraestrutura, impulsionando a demanda por aço.

Por aqui, porém, o banco acredita que o enfraquecimento do mercado imobiliário faça com que as vendas da Gerdau recuem de 2% a 3% em 2023, mas retomem sua trajetória de crescimento para subir de 2% a 3% ao ano a partir de 2024.

No mercado doméstico, a Gerdau também deve tirar proveito de sua posição de liderança, do fato de produzir todo o minério de ferro que consome e ter coleta cativa de sucata, o que a protege de variações de custo, e da flexibilidade operacional, que a permite se adaptar melhor às condições de mercado.

Os R$ 7 bilhões em desinvestimentos realizados nos últimos anos e os esforços para reduzir as despesas com vendas, gerais e administrativas também são vantagens da companhia, que tornaram sua estrutura mais leve e preservam a rentabilidade, diz o BofA.

Dividendos

Outro ponto que baseia a recomendação de compra dos analistas é a expectativa de que a Gerdau se torne caixa líquida no primeiro semestre de 2023, o que deve abrir espaço para maiores retornos aos acionistas, por meio de dividendos extraordinários e/ou recompras de ações. Nesse sentido, a expectativa do BofA é que a Gerdau tenha dividend yield médio de cerca de 8% em 2023 e 2024.

Neste cenário, considerando a posição de caixa líquido da Metalúrgica Gerdau, os analistas acreditam que a holding deva manter um alto repasse a seus acionistas dos dividendos que recebe de sua subsidiária, o que implica um dividend yield médio de cerca de 9% para os dois próximos anos.

Os retornos aos acionistas também devem ser impulsionados pelo programa de recompra de 10% das ações em circulação que está em curso atualmente.

Os analistas do BofA também esperam que o desconto em relação ao valor do ativo líquido (NAV) da ação da Metalúrgica Gerdau diminua daqui para frente. Isso porque, ainda que certas ineficiências típicas de uma holding sejam inevitáveis, sua estrutura simples, com apenas um ativo (a Gerdau) no portfólio, sua posição de caixa líquido e seus baixos custos operacionais devem permitir que este desconto passe dos 19,7% atuais para 15%.

Por fim, os analistas apontam que as ações da Metalúrgica Gerdau podem ter uma valorização acima da prevista caso a demanda por aço na América do Norte e no Brasil seja mais forte do que o esperado; o cenário macroeconômico global melhore mais rapidamente do que o previsto; os preços do aço no Brasil superem as expectativas; a Gerdau anuncie dividendos extraordinários; ou o desconto de holding da ação caia para menos de 15%.

Por outro lado, os maiores riscos para a performance da ação, citam os analistas, são um aumento de custos, levando a margens fracas; um enfraquecimento acima do esperado no mercado de aços longos dos EUA; demanda de aço mais fraca do que a prevista no Brasil; preços de aço abaixo das expectativas; investimento em outros ativos além da Gerdau; e um maior desconto de holding.

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