Ibovespa recua com alívio global, mas tensão sobre IOF e tarifas dos EUA persiste

Foto: Shutterstock/FeLopes

Nesta terça-feira (15), o Ibovespa abriu em queda de 0,23%, aos 134.991 pontos, refletindo um alívio pontual nos mercados internacionais. No entanto, o sentimento de cautela ainda domina os negócios, com os investidores atentos ao cenário político e econômico brasileiro, principalmente no que diz respeito ao embate sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e às respostas do governo às crescentes tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos. Além da divulgação de dados como a inflação (CPI) dos EUA.

O dia marca uma importante audiência de reconciliação no Supremo Tribunal Federal (STF), reunindo Executivo e Legislativo para discutir a legalidade do decreto presidencial que aumentou o IOF. O impasse tem provocado tensão entre os Poderes, gerando incertezas fiscais que pressionam os mercados. A expectativa gira em torno de um possível entendimento que evite um agravamento institucional e, ao mesmo tempo, preserve o compromisso do governo com o ajuste das contas públicas.

Em paralelo, o governo brasileiro acelera suas articulações para responder à ameaça de tarifas de 50% anunciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. Reuniões do comitê interministerial, lideradas pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, acontecem hoje com representantes dos setores mais afetados, como aço, alumínio, aeronáutica, agronegócio e autopeças. Mais cedo, foi publicado o decreto que regulamenta a Lei de Reciprocidade Econômica, permitindo ao Brasil adotar contramedidas comerciais contra países que afetem a competitividade das exportações nacionais.

A publicação da regulamentação sinaliza que o Brasil está disposto a responder com firmeza, mas dentro do marco legal, demonstrando maturidade institucional. A medida fortalece a posição do país nas negociações e busca proteger empregos e setores estratégicos diante de um cenário geopolítico cada vez mais desafiador. Ainda assim, há grande incerteza sobre o impacto efetivo dessas ações em um contexto de possível escalada protecionista global.

No plano internacional, o destaque do dia é a divulgação da inflação nos Estados Unidos. O índice de preços ao consumidor (CPI) subiu 0,3% em junho, acumulando alta de 2,7% em 12 meses, acima das projeções de mercado. Os dados reforçam a preocupação com os efeitos inflacionários da política tarifária de Trump, o que pode adiar os cortes de juros esperados pelo Federal Reserve.

Por volta das 10h36, as listas das maiores altas e baixas eram dominadas por:

 

Altas

 

  • CVC (CVCB3): +3,93%

 

  • Azzas (AZZA3): +3,15%

 

  • Marcopolo (POMO4): +1,61%

 

 

Baixas

 

  • MRV (MRVE3): -5,26%

 

  • Vale (VALE3): -1,84%

 

  • Bradespar (BRAP4): -1,64%

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