Oi entra na fila para recuperação judicial e é mais uma a preocupar mercado – o que marcou a semana

Na próxima terça-feira, o Copom (Comitê de Política Monetária) divulga a ata da última reunião; e o IBGE apresenta o IPCA de janeiro

Foto: Shutterstock/Alison Nunes Calazans

Depois de a Americanas (AMER3) surpreender o mercado com erros na contabilidade e ser forçada a pedir proteção contra os credores, foi a vez de a Oi (OIBR3) pegar o investidor no contrapé. A empresa recorreu à Justiça para evitar a cobrança de dívidas, num desdobramento inesperado, dado que a companhia havia saído de um processo de recuperação judicial em dezembro do ano passado.

A operadora de telecomunicações pediu à Justiça do Rio de Janeiro, na quinta-feira (2), uma liminar para evitar que credores cobrem algumas das dívidas da companhia. A intenção, informou, era proteger o caixa e dar seguimento, de forma “equilibrada e transparente” às negociações para os pagamentos.

Na sexta-feira (3), a Oi obteve o deferimento da liminar. Em um dos comunicados enviados ao mercado, informou que possui R$ 29 bilhões em dívidas, metade das quais, em dólar. No resultado do terceiro trimestre de 2022, o endividamento da empresa era de R$ 21,9 bilhões.

Respostas ao aumento desse valor e à natureza dos compromissos financeiros terão que ser dadas pela operadora nos próximos dias, destaca Jader Lazarini, analista CNPI da Agência TradeMap. Mas, de toda a forma, a dívida de hoje é bem menor do que a época da solicitação de RJ, em 2016, quanto atingia R$ 65,38 bilhões.

Diante do cenário atual, os acionistas da Oi tiveram que encarar uma forte queda dos papéis. Na quinta, quando a liminar foi pedida, as ações recuaram 31,78%, negociadas a R$ 1,61. A baixa mais que devolve o ganho de 29,41% registrado no dia 15 de dezembro, quando a então recuperação judicial foi dada por encerrada.

O baque no preço das ações da Oi foi grande, mas ainda assim menor que o registrado pela Americanas no dia seguinte à divulgação do rombo contábil de R$ 20 bilhões na varejista. Naquele 12 de janeiro, a ação da empresa recuou 77,33%.

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Veja os destaques da semana da Agência TradeMap.

Eletrobras está entre as preferidas para fevereiro

A expectativa de melhoras operacionais e de governança após o processo de capitalização levou a Eletrobras (ELET3) ao ranking das ações mais recomendadas pelos analistas para fevereiro. Das 14 carteiras consultadas pela Agência TradeMap, cinco indicaram a compra dos papéis da companhia elétrica.

Dólar atinge cotação de R$ 5

O dólar perdeu força ao longo dos últimos dias e chegou a cair para menos de R$ 5, com os investidores repercutindo a decisão do Federal Reserve, o banco central americano de reduzir o ritmo de altas dos juros no país. Receios com interferências do governo no Banco Central, porém, fizeram a moeda voltar a subir na sexta-feira.

Minério em alta

O minério de ferro começou 2023 renovando máximas. O avanço ocorre após a China ter sinalizado no fim do ano passado que começaria a reabrir a economia. A ideia de que um dos maiores exportadores do mundo está voltando à normalidade animou os mercados, impulsionando o preço da commodity, e deve beneficiar empresas como Vale.

Ambev responde a suposta fraude tributária

Após rumores na imprensa de um suposto rombo, a Ambev (ABEV3) refutou na noite desta quinta (2) a informação e disse que a acusação é falsa e que acredita ter sido “promovida de forma oportunista e irresponsável”. A coluna Radar Econômico, da Veja, havia afirmado, na quarta, que a CervBrasil (Associação Brasileira da Indústria de Cerveja) acusou a companhia de cometer uma fraude tributária estimada em R$ 30 bilhões.

ETFs com dividendos chegam à Bolsa

Na segunda-feira (30), a B3 recebeu a listagem dos primeiros ETFs – Exchange-Traded Funds (fundos negociados em bolsa) de ações locais e internacionais que oferecem a possibilidade de pagamento de dividendos. Os proventos poderão ser distribuídos, no mínimo, de forma mensal, respeitando a periodicidade e a política do fundo.

Agenda da próxima semana

A semana começa com a posse de Aloizio Mercadante no cargo de presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), na segunda-feira (6). O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), estarão presentes à cerimônia.

Em dezembro, os mercados reagiram mal à confirmação por Lula do nome de Mercadante para o posto. Os investidores mantêm o temor da volta do uso do crédito subsidiado para estimular a economia por meio da instituição.

Na terça-feira (7), é a vez de o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) divulgar a ata da reunião realizada nos dias 31 de janeiro e 1º de fevereiro. O documento será apresentado na terça-feira (7) e pode tratar da necessidade de deixar os juros em patamar elevado por mais tempo.

Nesta semana, o colegiado decidiu manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano, patamar a que foi alçada em agosto do ano passado, pela quarta vez seguida. Em comunicado, o colegiado apontou os riscos fiscais entre os fatores que contribuíram para a decisão.

E na quinta-feira (9), é a vez do anúncio do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de janeiro pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O indicador de inflação oficial do país terminou 2022 com alta de 5,79%, depois de registrar um avanço de 0,62% em dezembro passado.

No mês passado, o IPCA-15, considerado uma prévia da inflação, teve aceleração, registrando alta de 0,55% na primeira metade do mês. A expectativa do mercado era que o índice mantivesse o aumento registrado em dezembro, de 0,52%.

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