Ambev (ABEV3) afirma que acusação de suposto rombo é “oportunista e irresponsável”

Segundo a companhia, a notícia induz o leitor ao erro, uma vez que não existe “rombo” algum

Foto: Shutterstock/Mehaniq

Após rumores na imprensa de um suposto rombo, a Ambev (ABEV3) refutou na noite desta quinta-feira (2) a informação e disse que “a acusação é falsa e acreditamos que foi promovida de forma oportunista e irresponsável”.

Na última quarta-feira (1), a coluna Radar Econômico, da revista Veja, disse que a CervBrasil (Associação Brasileira da Indústria de Cerveja) acusou a Ambev de cometer uma fraude tributária estimada em R$ 30 bilhões. O número, segundo a coluna, veio à tona num estudo feito pela consultoria AC Lacerda.

A informação caiu como uma bomba no mercado, tanto que as ações da companhia reagiram as acusações. No pregão do mesmo dia, os papéis da maior cervejaria do mundo fecharam em queda de 3,51%. Ontem, a ação da empresa encerrou em queda de 0,53%.

Diante disso, em comunicado enviado ao mercado, a Ambev afirmou que a notícia foi publicada sem que a veracidade dos fatos fosse devidamente checada e “sem que a nossa posição fosse ouvida”.

Assim como as empresas listadas em Bolsa, a empresa ressaltou que os cálculos dos créditos tributários são feitos com base na legislação e as demonstrações financeiras estão de acordo com as regras jurídicas e contábeis, com ampla transparência sobre os litígios tributários envolvendo a companhia.

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Segundo a companhia, a notícia induz o leitor ao erro, uma vez que não existe “rombo” algum. “Temos litígios tributários em que divergimos da interpretação do Fisco. Esses litígios são o reflexo da complexidade do sistema tributário brasileiro e uma realidade de muitas empresas”, diz a Ambev.

Por fim, a cervejaria lembra que é uma empresa brasileira que expandiu internacionalmente e hoje opera em comunidades em 18 países, com uma cultura baseada na “ética e gerando impacto positivo” nas comunidades onde opera.

Rumores

A fraude, de acordo com o estudo, consistiria em inflacionar os preços de componentes usados na produção de refrigerantes e que são passíveis de isenção tributária. Isso aumentaria artificialmente os créditos fiscais obtidos pela empresa na Zona Franca de Manaus.

A informação assombrou o mercado, em parte porque a Ambev é uma das companhias do portfólio da 3G Capital, que também controla a Americanas (AMER3), varejista que está envolvida em escândalos de fraude financeira.

Depois das acusações da CervBrasil, o economista André Paiva, da AC Lacerda, concedeu entrevista ao site O Antagonista desmentindo parte da informação publicada pela Veja. De acordo com ele, o estudo realizado é referente a todas as indústrias de bebidas frias que atuam na Zona Franca de Manaus – e não só à Ambev.

Ele não soube dizer, segundo O Antagonista, qual parcela da fraude de R$ 30 bilhões estava relacionada especificamente à Ambev.

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