O Ibovespa iniciou a semana em forte queda de 1,26%, fechando a segunda-feira (7) aos 139.490 pontos e perdendo o patamar dos 140 mil, pressionado por uma nova onda de aversão ao risco global. No centro das preocupações dos investidores, estão as novas tarifas comerciais anunciadas por Donald Trump, que reacenderam temores sobre uma escalada protecionista e seus efeitos sobre o crescimento e a inflação nos EUA e nos países emergentes.
Em publicação na Truth Social, Trump afirmou que, a partir de 1º de agosto, tarifas serão aplicadas sobre produtos de sete países, com alíquotas que variam entre 25% e 40%. Entre os alvos estão Japão, Coreia do Sul, Malásia, Cazaquistão, África do Sul, Laos e Mianmar. Ele ainda ameaçou impor tarifas adicionais de 10% a nações que se alinharem a políticas “antiamericanas” promovidas pelos Brics.
A fala teve forte repercussão internacional e provocou respostas imediatas de países do Brics. No Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou as declarações como “irresponsáveis” e disse que Trump deveria “dar palpite na sua vida e não na nossa”. Segundo Lula, ameaças via redes sociais não condizem com a postura esperada de um presidente dos EUA. Já o embaixador Celso Amorim afirmou que o Brasil não fez nada contra os EUA e não pretende retaliar, reforçando o país como “parceiro estratégico”.
Além da tensão geopolítica, analistas alertam que o pacote tarifário pode impactar negativamente a economia americana, elevando custos de importação, pressionando a inflação e exigindo maior cautela do Federal Reserve. “As tarifas elevam o custo da cadeia produtiva e podem forçar uma migração para produtos internos, pressionando os preços domésticos”, afirmam especialistas. Com isso, aumenta a percepção de que o Fed pode adiar cortes de juros, o que afeta diretamente o apetite por risco.
Diante da escalada de incertezas a alta do dólar marcou o dia. O dólar Ptax subiu 0,86%, cotado a R$ 5,4552. O movimento beneficiou papéis ligados à exportação, principalmente o setor de carnes. BRF (BRFS3) liderou os ganhos do Ibovespa com alta de 9,37%, seguida por Marfrig (MRFG3), que avançou 4,09% — impulsionadas pela valorização cambial e pela queda nos preços do milho, principal insumo da ração animal.
Na ponta oposta, Engie (EGIE3) liderou as perdas, com recuo de 6,33%, em meio à realização de lucros e ao clima geral de aversão ao risco.
As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:
Altas
• BRF (BRFS3): +9,37%
• Marfrig (MRFG3): +4,09%
• Vamos (VAMO3): +1,76%
• Marcopolo (POMO4): +1,23%
• Minerva (BEEF3): +1,16%
Baixas
• Engie (EGIE3): -6,33%
• Totvs (TOTS3): -4,99%
• Pão de Açúcar (PCAR3): -3,73%
• RaiaDrogasil (RADL3): -3,53%
• Cosan (CSAN3): -3,36%
EUA
Os principais índices de Nova York encerraram o dia em queda:
• Dow Jones: -0,94%
• Nasdaq: -0,92%
• S&P 500: -0,79%
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