Logo-Agência-TradeMap
Logo-Agência-TradeMap

Categorias:

Juros nos EUA vão subir antes, e Eletrobras será privatizada só depois; o que marcou a semana

Alta dos juros americanos é negativa para os mercados de ações em geral porque aumenta o retorno dos títulos da dívida dos EUA, considerados os mais seguros do mundo

Gustavo Nicoletta

Gustavo Nicoletta

Fonte: Shutterstock

Boa parte do mercado já esperava que Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, aumentasse os juros americanos em meio ponto porcentual no mês que vem. Na verdade, segundo dados do CME Group, esta é a aposta majoritária dos investidores desde o final de março.

No entanto, parece que as bolsas só resolveram reagir a este cenário depois de o presidente do Fed, Jerome Powell, deixar evidente que vai discutir um aumento de juros desta magnitude na próxima reunião.

As declarações de Powell forçaram os investidores a recalcular as expectativas. Agora, no cenário traçado pelo mercado, o mais provável é que os juros dos EUA subam para a faixa de 2,25% a 2,50% ao ano até setembro, quase dois meses antes do que se previa.

A alta dos juros americanos é negativa para os mercados de ações em geral porque aumenta o retorno dos títulos da dívida dos EUA, considerados os mais seguros do mundo. Com isso, cresce também o apelo destes ativos em comparação com a renda variável.

Em viagem aos Estados Unidos, o presidente do Banco Central brasileiro, Roberto Campos Neto, afirmou que a instituição está pronta para enfrentar uma inflação maior. Segundo ele, outra elevação da taxa básica de juro no Brasil em junho não está descartada, além da já considerada elevação na reunião que ocorrerá em maio.

Outra expectativa que precisou ser ajustada nesta semana foi a de privatização da Eletrobras. Como o processo depende da aprovação do TCU (Tribunal de Contas da União) e a análise do assunto foi suspensa por 20 dias, agora a previsão é a de que a injeção de capital privado na empresa aconteça até julho, e não mais em maio.

Com tantas mudanças no calendário, vale ressaltar que a partir da semana que vem, após a suspensão da greve dos servidores do Banco Central, a instituição deve voltar a publicar o Boletim Focus, que traz as expectativas do mercado para uma série de indicadores macroeconômicos. Na terça-feira (26) sai a edição mais recente e as que estavam atrasadas. Antes, na segunda-feira, será a vez dos Top 5 mostrarem as estimativas deles.

Veja os destaques do noticiário da Agência TradeMap na semana.

Tesouro ‘periódico’

Especialistas consultados pelo TradeMap apontam que é possível montar uma carteira que gere rendimentos previsíveis e passíveis de superar a inflação nos próximos anos por meio do Tesouro Direto.

Quem investe nestes papéis atualmente consegue travar um retorno da ordem de 12% ao ano, comprando títulos prefixados, ou garantir proteção contra a inflação – que neste ano poderá chegar a 8% – mais um rendimento extra de pelo menos 5,5% ao ano.

Natura cai

Após encerrar o pregão de quarta-feira (20) com queda de 15,58%, em meio a rumores de um suposto vazamento dos resultados do primeiro trimestre, a Natura (NTCO3) divulgou dados não auditados indicando diminuição tanto na receita quanto na margem de lucro do período.

Em comunicado, a empresa também rebateu a suspeita de divulgação antecipada dos dados, e disse que havia feito uma reunião com analistas para explicar os negócios e as perspectivas da companhia, e que o suposto vazamento dos resultados na verdade reflete “as inferências e projeções dos próprios analistas de mercado” a respeito dos dados apresentados durante o encontro.

Fim de uma era na Netflix

As ações da Netflix (NFLX34) fecharam a quarta-feira (20) em queda de 35,12%, maior recuo desde 2004, com uma perda de mais de US$ 50 bilhões em valor de mercado, após a companhia divulgar uma redução no número de assinantes pela primeira vez em dez anos.

A empresa também sinalizou a continuação da redução da base de clientes nos próximos meses. A queda reflete uma reavaliação do potencial de crescimento, com alguns analistas chegando a cortar o preço-alvo do papel pela metade.

De volta a 2016

A receita bruta e o Ebitda (lucro antes de impostos, juros, amortização e depreciação) do grupo Fleury (FLRY3), atuante no setor de saúde, dobraram em cinco anos,  mas a ação da companhia está no mesmo patamar de 2016 atualmente.

Só nos últimos 12 meses, a queda foi de cerca de 40%. A causa está relacionada à pandemia. Diversas despesas e receitas não recorrentes, em vista de um cenário “normalizado”, passaram a rondar as companhias do setor, que deverão separar o joio do trigo a partir de agora.

Mercado é livre, mas quem transporta é a Gol

A Gol (GOLL4) e o Mercado Livre (MELI34), um dos maiores marketplaces do mundo, anunciaram um acordo para serviços de carga e logística. A parceria deve ter início no segundo semestre deste ano.

A companhia aérea afirmou que a iniciativa é parte do seu plano de investimento para atender as crescentes necessidades do mercado brasileiro de e-commerce, que responde, anualmente, por mais de R$ 180 bilhões em receitas anuais, com gasto acima de R$ 12 bilhões em serviços logísticos.

Cadastre-se para receceber nossa Newsletter
Marketing por

Agora, pode ser

A Aliansce Sonae (ALSO3) fez, na terça-feira (19), uma nova proposta para adquirir a brMalls (BRML3). É a terceira e maior oferta realizada pela Aliansce até agora para tentar convencer a brMalls a aceitar um acordo. Desta vez, a companhia propôs um pagamento em dinheiro de R$ 1,25 bilhão e uma compensação de 0,39 ação da Aliansce por ação da brMalls.

O conselho de administração da brMalls autorizou a diretoria a negociar os termos da operação com vistas à apresentação da proposta efetiva aos acionistas em assembleia.

OPA! Tanure no controle da Alliar

O empresário Nelson Tanure assumiu o controle da Alliar (AALR3), com uma participação de 63,28%. Do total, cerca de 38%, ou 44.915.088 ações, foram adquiridas do bloco de controle. A operação de compra e venda de ações da companhia para o Fonte de Saúde Fundo de Investimento foi concluída na quinta-feira (14).

No total, Tanure pagou R$ 1,25 bilhão pela fatia, e com a nova participação na empresa, será obrigado a realizar uma oferta pública de ações (OPA) aos minoritários nas mesmas condições pagas aos ex-controladores. Cada papel foi avaliado a R$ 20,71, um valor 9,29% maior que o preço do fechamento do pregão dia 13.

Ninjas vermelhos em 2022

Depois de priorizar o crescimento e ter seus resultados pressionados por fortes investimentos, a plataforma de contratação de serviços GetNinjas (NINJ3) deve voltar a entregar lucros em meados de 2023, de acordo com o CEO da companhia, Eduardo L’Hotellier.

Nos últimos trimestres, a companhia iniciou um movimento de reduzir investimentos para entregar lucros. Entre outubro e dezembro do ano passado, o prejuízo anotado pela GetNinjas foi de R$ 6,9 milhões, uma diminuição de 35% em relação às perdas do terceiro trimestre, de R$ 10,7 milhões.

GAME11, o FII líder

O fundo imobiliário Guardian Multiestratégia Imobiliária I (GAME11), que estreou na Bolsa em 17 de dezembro, pagou um dividendo de R$ 1,20 por cota em março. Em abril, deve pagar um dividend yield de 1,30%, o que é considerado seu guidance.

O investimento liderou os ganhos entre os fundos imobiliários no primeiro trimestre, com retorno de 33,5%, segundo dados da plataforma TradeMap.

O FII, gerido pela gestora Guardian, investe em recebíveis imobiliários, alocando cerca de 70% em papéis high grande, isto é, de baixo risco, e 30% em recebíveis pulverizados, com lastro em crédito imobiliário residencial de carteira de construtoras.

Agenda da semana

O Banco Central divulgará na terça-feira o Boletim Focus referente a 1º de abril, 8 de abril, 15 de abril, todos atrasados em função da greve dos servidores do órgão. No dia, sairá também o relativo a esta sexta (22). Na segunda, será publicado o Boletim Focus Top 5 referente a março.

A FGV divulgará na segunda-feira a Sondagem do Consumidor; na terça, a Sondagem da Construção Civil; na quarta, a Sondagem da Indústria de abril; e na quinta, a Sondagem do Comércio e a Sondagem de Serviços de abril

Na quarta, o IBGE informa o IPCA-15 de abril. No mesmo dia, o Tesouro divulga o Relatório Mensal da Dívida Pública de março. Nos Estados Unidos, o DOE (departamento de energia americano) informa os estoques de petróleo bruto atualizados.

O IGP-M de abril será publicado pela FGV na quinta-feira. Será o dia também de apresentação a primeira prévia do PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA no primeiro trimestre. Sai o número atualizado de pedidos de auxílio desemprego nos Estados Unidos.

Na parte da tarde, o Tesouro informará o resultado do Tesouro Nacional em março e o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) de março será informado.

E na sexta, o IBGE informará o CPI (índice de preços ao consumidor). Será informado o CPI (índice de preços ao consumidor) na zona do euro em abril. E sairá o dado de renda e gasto pessoal nos EUA em março, além do deflator do PCE (Índice de Preços para Despesas com Consumo Pessoal).

E a temporada de balanços do primeiro trimestre, traz os resultados do Santander (SANB11) na terça-feira, antes da abertura do mercado. O da WEG (WEGE3) sai na quarta, também antes da abertura, e à noite, é a vez da Vale (VALE3). E na quinta-feira, antes da abertura, a Gol (GOLL4) divulga os seus números referente ao período.

Compartilhe:

Leia também:

Mais lidas da semana

Uma newsletter quinzenal e gratuita que te atualiza em 5 minutos sobre as principais notícias do mercado financeiro.