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Ibovespa quebra sequência de sete altas e cai; maiores quedas de BRF (BRFS3) e MRV (MRVE3)

Índice passou a maior parte do dia no positivo, mas caiu acompanhando as Bolsas americanas

Gabriel Bosa

Gabriel Bosa

Foto: Shutterstock

Depois de passar a maior parte do pregão em alta, o Ibovespa virou para o vermelho perto do fim do pregão, seguindo o movimento das Bolsas americanas, fechando em baixa, interrompendo a sequência de sete avanços consecutivos.

O principal índice da Bolsa brasileira encerrou a sessão em queda de 0,47%, aos 109.718 pontos, com R$ 35,517 bilhões em volume negociado.

O fechamento também foi negativo para as Bolsas dos Estados Unidos, que encerraram mistas. Em Nova York, o S&P caiu 0,07%, o Dow Jones subiu 0,08% e o Nasdaq perdeu 0,58%. Na Europa, o índice Euro Stoxx 50 teve alta de 0,21%.

A alta do Ibovespa ao longo do dia seguiu o desempenho dos mercados americanos, que subiam repercutindo os dados de inflação ao produtor no país, antes de passarem a cair pressionadas por ações de tecnologia.

Alívio temporário

Após a inflação ao consumidor nos EUA dar uma trégua em junho e animar os mercados ontem, a economia americana viu os preços aos produtores do país caírem pela primeira vez desde abril de 2020. A queda, no entanto, foi motivada mais pelo declínio no preço dos combustíveis que por uma redução generalizada nos custos.

Os preços aos produtores dos EUA caíram 0,5% em julho na comparação com o mês anterior, quando haviam subido 1,0%. O resultado contrariou as expectativas do mercado, que segundo o Rabobank, que previa alta de 0,2%.

Os dados de inflação reforçaram a aposta de que os juros americanos vão aumentar em 0,5 p.p (ponto porcentual) em setembro, quando acontece a próxima reunião de política monetária do Federal Reserve (banco central dos EUA).

Balanços dão o tom

Entre as ações do Ibovespa, as que mais caíram nesta quinta refletiam a divulgação de seus balanços do segundo trimestre. No fechamento, as maiores baixas eram de BRF (BRFS3), MRV (MRVE3) e Americanas (AMER3), com perdas de 12,65%, 11% e 9,41%, respectivamente.

A BRF registrou recuperação nos resultados operacionais, impulsionada por maiores preços médios dos produtos vendidos tanto no Brasil quanto no exterior, além do desempenho melhor no que se refere ao volume comercializado lá fora.

Os resultados da empresa, porém, seguem em queda desde 2019. Neste trimestre, a empresa reportou prejuízo de R$ 451 milhões, mais que o dobro do registrado um ano atrás.

O lucro líquido da MRV, por sua vez, caiu 71,4% no segundo trimestre, na comparação com o mesmo período do ano passado, para R$ 58 milhões.

A ação da Petz (PETZ3) também caiu forte, recuando 9,03%. A empresa reportou crescimento anual no lucro líquido, mas teve sua rentabilidade pressionada por despesas relacionadas a seu plano de expansão e à inflação.

A margem Ebitda ajustada da empresa de pet teve queda de 1,8 p.p, para 8,2%, devido a um aumento nas despesas de vendas, gerais e administrativas, ao fato de muitas das lojas ainda estarem em processo de maturação, a custos de expansão e ao Ebitda negativo da Zee.Dog, companhia adquirida no ano passado.

Embora os resultados da Equatorial (EQTL3) no segundo trimestre tenham ficado majoritariamente dentro do previsto por especialistas, vieram polvilhados de pontos negativos e as ações caíram 5,03%. A companhia reportou prejuízo de R$ 170 milhões no segundo trimestre. Um ano antes, a empresa tinha registrado lucro de R$ 510 milhões.

Pontos altos do pregão

A queda do Ibovespa nesta quinta foi limitada pelas ações de mineradoras e siderúrgicas, que refletiram indícios de incentivos chineses para estimular a economia. A iniciativa impulsionou o minério de ferro, que fechou em alta de 1,38%, a US$ 109,22 por tonelada na Bolsa de Dalian.

Com isso, a Vale (VALE3) e a CSN (CSNA3) se destacaram entre as altas, com avanços de 3,48% e 2,92%, nesta ordem.

Os maiores saltos da Bolsa brasileira, porém, seguiram a divulgação de balanços. Na liderança estavam Positivo (POSI3), Minerva (BEEF3) e Marfrig (MRFG3), que subiram 10,26%, 7,33% e 5,41%, nesta ordem.

A Positivo registrou lucro líquido de R$ 90,4 milhões no segundo trimestre, alta de 75,6% em relação a igual período do ano passado. A receita bruta da empresa, por sua vez, mais do que dobrou no período, ao atingir R$ 1,9 bilhão, avanço de 104% em comparação ao segundo trimestre de 2021.

A companhia, com isso, elevou a sua previsão de receita para 2022. Antes, a estimativa era de que faturamento atingisse entre R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões. Agora, espera-se algo entre R$ 5,5 bilhões e R$ 6,5 bilhões.

A alta da Minerva também foi amparada pelos resultados do segundo trimestre, que foram beneficiados pela forte demanda global por carne bovina e vieram acima do esperado pelo mercado e ajudaram a impulsionar a ação da concorrente Marfrig.

O Banco do Brasil (BBAS3) também ficou entre as maiores altas, de 4,43%, após surpreender positivamente o mercado com seus resultados e anunciar uma revisão para cima do lucro que prevê para este ano.

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No segundo trimestre, o banco teve um lucro líquido ajustado de R$ 7,8 bilhões, alta de 54,8% em relação ao mesmo intervalo de 2021. O resultado, segundo o banco, foi impulsionado principalmente pelo crescimento da margem financeira, que é basicamente o quanto a instituição ganha com juros em suas operações de crédito.

Outra alta forte foi do Grupo Soma (SOMA3), de 2,96%, que reportou bons resultados no segundo trimestre do ano, ajudado pela alta das vendas, após reabertura de lojas. No período, a companhia registrou lucro líquido de R$ 130,8 milhões, um avanço de 114% em relação ao visto um ano antes.

Após o fechamento, o mercado estará de olho nos resultados de companhias como Magazine Luiza (MGLU3), Via (VIIA3), JBS (JBSS3), Cogna (COGN3) e Locaweb (LWSA3).

Serviços

O setor de serviços, que tem o maior peso no PIB (Produto Interno Bruto), cresceu 0,7% em junho na comparação com maio, mostrando aceleração em relação ao mês anterior, de acordo com dados divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira (11). Em maio, os serviços avançaram 0,4%, segundo dado revisado para baixo pelo órgão.

O dado veio acima do esperado pelo mercado – analistas ouvidos pela Reuters esperavam, em média, um crescimento de 0,5%.

De acordo com o levantamento, o setor já está 7,5% acima do patamar registrado em fevereiro de 2020, no pré-pandemia. Na comparação com o mesmo mês de 2021, o crescimento foi de 6,3% e, considerando o acumulado do primeiro semestre, o avanço foi de 8,8%.

Para analistas, os dados divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira (11) reforçaram a perspectiva de uma alta do PIB (Produto Interno Bruto) mais forte, em torno de 2%, em 2022. Mesmo assim, as expectativas são de perda de ritmo daqui para frente, com o aumento de juros começando a refrear avanços maiores.

Criptomoedas

O mercado de criptoativos estendeu para esta quinta o fluxo positivo da véspera após novos dados da inflação americana voltarem a surpreender positivamente e indicarem que o Fed pode ser menos agressivo na subida dos juros.

A manutenção do viés de alta também reflete o anúncio da BlackRock, a maior gestora de ativos do mundo, sobre a criação de um fundo privado para investimentos em Bitcoin (BTC).

Na semana passada, a instituição já havia firmado parceria com a Coinbase para facilitar o acesso dos investidores aos criptoativos.

O BTC chegou a flertar com US$ 25 mil durante a manhã, mas perdeu força na parte da tarde e, por volta das 16h55, era negociado a US$ 24.400, com alta de 2,7% nas últimas 24 horas, de acordo com dados disponíveis na plataforma TradeMap.

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Com esse desempenho, a maior cripto em valor de mercado caminha para fechar a semana no campo positivo pela primeira vez desde o início do mês.

O clima positivo do mercado também é sustentado pelo sucesso do último teste da blockchain da Ethereum (ETH) antes da tão aguardada fusão (the merge, em inglês). Caso não haja imprevistos, a unificação das redes da blockchain deve ser concretizada no dia 19 de setembro, segundo cronograma dos programadores.

A expectativa pela fusão foi o principal impulsionador do ETH no mês passado, quando registrou valorização de quase 60%.

Na mesma hora, o ETH registrava alta de 5,4%, negociado a US$ 1.912.

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