Equatorial (EQTL3) cai mais de 3% após prejuízo, despesas em alta e decepção com renováveis

Ainda assim, instituições financeiras veem chance de valorização do papel e recomendam que investidores comprem as ações da Equatorial

Foto: Shutterstock

Embora os resultados da Equatorial (EQTL3) no segundo trimestre tenham ficado majoritariamente dentro do previsto por especialistas, vieram polvilhados de pontos negativos. Com isso, as ações da companhia caem mais de 3%, depois de passarem boa parte da manhã entre as maiores quedas dentre os componentes do Ibovespa, principal índice Bolsa brasileira.

Na noite de quarta-feira (10), a Equatorial reportou prejuízo de R$ 170 milhões no segundo trimestre. Um ano antes, a empresa tinha registrado lucro de R$ 510 milhões.

A queda ocorreu mesmo diante do aumento de 52% na receita líquida da companhia no mesmo período, para R$ 6,5 bilhões. O motivo para isso foi o crescimento tanto dos gastos operacionais quanto financeiros da Equatorial.

Os especialistas ficaram alarmados com o crescimento das despesas gerais – de 16% considerando ativos que a empresa já operava desde o segundo trimestre de 2021 e de 33% no segmento de distribuição, segundo as contas do Goldman Sachs e do Itaú BBA.

A expansão nestas despesas está relacionada aos esforços da Equatorial para diminuir roubos e perdas de energia elétrica, mas o forte ritmo de crescimento incomodou.

“Embora seja possível ver o impacto destas medidas na melhora dos resultados nos últimos trimestres, depois de alguns trimestres de despesa mais alta, não está claro se estes níveis devem ser considerados recorrentes”, disse o Goldman Sachs, em relatório.

Outro elemento negativo no balanço foram os resultados da Echoenergia, divisão da Equatorial que produz energia eólica. Nesta área, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado chegou a R$ 117 milhões, número que ficou aquém das previsões dos especialistas – o BTG Pactual esperava R$ 126 milhões.

Isso porque a baixa velocidade dos ventos resultou numa produção quase estável de energia durante o segundo trimestre, mesmo com mais turbinas entrando em operação, ressaltou o banco.

O Goldman Sachs ponderou que o segundo semestre do ano é uma época mais favorável do ano para a produção de energia eólica, e que nos próximos meses acredita que os números da Echoenergia podem melhorar.

Mesmo com as preocupações indicadas pelas instituições financeiras, todas as três recomendam a compra da ação da Equatorial. O menor preço-alvo atribuído ao papel é o do BTG Pactual, de R$ 27, e o maior é o do Goldman Sachs, de R$ 29. O Itaú BBA fica numa zona intermediária, prevendo que a ação pode chegar a R$ 28,50.

Por volta das 12h54, as ações da Equatorial recuavam 3,46%, a R$ 24,57.

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