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Juros em alta, mercados em baixa e recessão à vista – o que marcou a semana

No Brasil, efeito do caos dos mercados internacionais bateu na sexta, volta do feriado, quando a Bolsa fechou em queda de 2,9%, abaixo dos 100 mil pontos

Gustavo Nicoletta

Gustavo Nicoletta

Foto: Shutterstock

Enquanto a bolsa brasileira estava fechada por causa de um feriado, os mercados internacionais foram ao chão na quinta-feira (16), após uma série de decisões de bancos centrais mostrarem que o compromisso destas instituições é com o controle de preços, não com evitar uma recessão.

O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, anunciou na quarta-feira (15) alta de 0,75 ponto percentual nos juros, e o aumento só não surpreendeu mais o mercado porque a imprensa havia circulado dias antes que esta seria a decisão. Até então, a previsão era de uma elevação menor.

Na quinta-feira, o banco central da Inglaterra aumentou os juros e indicou que pode intensificar o ritmo de alta, enquanto o da Suíça surpreendeu ao elevar os juros em 0,50 ponto porcentual, quando o mercado esperava estabilidadade.

A mensagem das autoridades foi clara: parar a inflação é a prioridade, ainda que isso possa resultar em retração da economia.

No Brasil, a onda negativa chegou à Bolsa só na sexta-feira e fez o Ibovespa fechar abaixo dos 100 mil pontos pela primeira vez desde novembro do ano passado.

A queda foi agravada por um anúncio de aumento no preço dos combustíveis pela Petrobras e pela turbulência política em torno da decisão – o presidente Jair Bolsonaro pediu que a empresa fosse investigada, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), defendeu que o presidente da companhia renunciasse.

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Veja os destaques que marcaram a Agência TradeMap na semana:

Pagadoras de dividendos fora do óbvio

É possível diversificar a carteira e conseguir bons dividendos em papéis que não pertencem aos setores de energia elétrica, finanças, petróleo, mineração e construção civil, considerados os mais tradicionais no pagamento desses proventos. Exemplos veem de áreas como alimentos e bebidas, papel e celulose, indústria e bens de capital.

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Aluguel: IGP-M ou IPCA?

Após a forte alta do IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) em 2021, muitos locatários acabaram trocando o tradicional indexador dos contratos de aluguel pelo IPCA, que subiu menos no ano passado. Agora, no entanto, o IPCA está subindo mais, o que deixa a dúvida sobre qual indicador seguir na próxima renovação de contrato. Para os especialistas, o índice oficial continua sendo a melhor opção.

Recessão à vista

Os investidores estão mais pessimistas com a economia americana, prevendo um maior risco de recessão nos Estados Unidos e uma inflação em patamar mais elevado por mais tempo, segundo pesquisa do Goldman Sachs. O levantamento foi feito com 1,5 mil clientes. Desses, uma fatia de 72% esperam que o país entre em recessão “em breve”, ante 66% do levantamento do mês passado.

Diversificação em renda fixa

A taxa Selic subiu para 13,25% ao ano, confirmando cada vez mais que 2022 é o ano da renda fixa no Brasil. Mas isso não significa que o investidor pode colocar qualquer título em sua carteira. O cenário é de incerteza local e global e especialistas indicam que o melhor é concentrar a alocação em pós-fixados.

Longe de ações americanas

A forte queda acumulada pelos mercados de ações dos Estados Unidos em 2022 está longe de ser uma oportunidade para comprar mais papéis, segundo o BlackRock Investment Institute (BII), braço de análise de uma das maiores gestoras de investimentos do mundo. Em primeiro lugar, segundo o BII, as margens de lucro das empresas americanas estão aumentando há aproximadamente duas décadas e agora há mais chance de elas caírem do que subirem.

Batismo do Bitcoin

Depois de dois meses de resistência na faixa de US$ 30 mil, o Bitcoin (BTC) despencou no início desta semana e regrediu para a casa dos US$ 22 mil, a mais baixa desde dezembro de 2020. Em 13 anos de existência, é a primeira vez que o Bitcoin passa por um quadro macroeconômico de inflação pressionada em escala global.

Candidatos à Presidência sobre Petrobras

O destino da Petrobras (PETR4) vai depender do direcionamento do próximo governo. Embora parte do risco de ingerência política na empresa já esteja refletida no preço das ações, a retomada de investimentos menos rentáveis em refinarias em um novo governo preocupa por conta da eventual pressão de baixa sobre os papéis. O PT, por exemplo, destacou em seu plano de governo que se opõe à privatização da empresa e da Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA).

Natura se reorganiza

Mesmo no topo dos mercados em que atua, a Natura &Co (NTCO3) não enxergou saída para enfrentar o cenário adverso a não ser o enxugamento de sua holding. A companhia informou, na quarta-feira (15), que irá realizar uma reorganização nas funções do grupo. Junto à saída do atual CEO Roberto Marques, que irá se aposentar, algumas das atividades podem ser descontinuadas.

Confira os destaques da agenda:

A atuação do Banco Central na condução da política monetária continuará em foco na semana que vem, quando será divulgada a ata da reunião do Copom. O conteúdo do documento, que tende a indicar com mais detalhes os próximos passos da autoridade monetária, complementará, na terça-feira (21), o desenho do contexto macroeconômico atual após o caos dos mercados.

Na quinta-feira (23), o tema continuará em pauta, com a apresentação do presidente do BC, Roberto Campos Neto, e do diretor de Política Econômica, Diogo Guillen, sobre a condução da política monetária do país. Um dia antes, na quarta-feira (22), o presidente do Fed, Jerome Powell, também falará a respeito das decisões sobre sua responsabilidade em depoimento no Senado americano.

E a inflação, motivo para as decisões recentes de alta de juros, seja aqui, nos EUA ou na Europa, também dará mostras de a quantas anda. Na segunda-feira (20), a FGV divulga a segunda prévia do IGP-M referente a junho. E na sexta (24), é a vez da prévia da inflação oficial brasileira, quando o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulga o IPCA-15 deste mês.

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