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BC detalha decisão de elevar juros; o que marcou a semana

Agenda da próxima semana também trará como destaque a prévia da inflação de março, com primeiros efeitos da alta nos combustíveis

Foto: Shutterstock

O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou: a ordem político-econômica mundial pode se tornar outra após a guerra no Leste Europeu.

Nesta semana, uma sinalização de acordo entre a Ucrânia e a Rússia foi dada, mas o conflito continuou e houve intensificação dos bombardeios russos sobre o território ucraniano. Isso manteve a pressão de alta nos preços de commodities como o petróleo – que chegou a cair para menos de US$ 100 o barril na terça-feira (15), mas já voltou a operar acima deste nível.

Com os preços de alimentos e matérias-primas subindo, a maior preocupação de vários governos é conter a inflação, que já estava alta por causa dos efeitos colaterais da pandemia de Covid-19 sobre a economia.

No Brasil, o Banco Central prosseguiu com o ciclo de aumento da Selic, a taxa básica de juros, fazendo ela saltar 1 ponto porcentual, para 12,75% ao ano.

Nos Estados Unidos, o Federal Reserve, banco central do país, aumentou os juros pela primeira vez desde 2018, para a faixa de 0,25% a 0,50% ao ano. Além disso, reduziu a previsão de crescimento da economia americana para 2,8% neste ano. Antes, a previsão era expansão de 4%.

Veja os destaques do noticiário da Agência TradeMap na semana.

Última alta de juros pode vir em maio, diz BC

O comunicado com a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central sinalizou que o colegiado estuda encerrar o atual ciclo de aperto monetário já na próxima reunião, em maio. Essa é a avaliação de parte dos economistas ouvidos pela Agência TradeMap do texto que acompanhou a decisão.

Eles ponderam, no entanto, que as projeções para a inflação de 2023, que são a preocupação atual do Banco Central, podem estar ainda mais altas, levando o Copom a elevar novamente os juros em junho.

Especialistas recomendam investir em títulos pós-fixados

A alta da Selic e a incerteza no cenário econômico tornam os títulos de renda fixa pós-fixados e corrigidos pela inflação as opções mais adequadas para quem quer proteger o próprio capital, segundo especialistas.

Essa estratégia está calcada nas dúvidas sobre qual será o nível final dos juros brasileiros ao fim do atual ciclo de elevação da Selic e os efeitos da aceleração da inflação – uma das consequências do conflito na Ucrânia, que elevou o preço das commodities.

Alta de juros nos EUA trará recessão, diz ex-secretário do Tesouro

A política monetária do Federal Reserve, o banco central americano, tem grande chance de conduzir a economia americana à estagflação – quando há, ao mesmo tempo, inflação e estagnação ou recessão econômica, disse Larry Summers,  ex-secretário do Tesouro dos EUA e ex-diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca.

Para Summers, o objetivo do Fed de atingir a meta de inflação de 2% ao ano em 2024 sem ter uma recessão é “ilusório”. “Historicamente, quando você tem uma inflação acima de 4% e uma taxa de desemprego abaixo de 4% [como é o caso agora] , a chance de recessão é acima de 80%”, afirma.

Magazine Luiza: quem te viu, quem te vê

O resultado do Magazine Luiza (MGLU3) no quarto trimestre – com queda na receita e prejuízo líquido – mostrou que mesmo as grandes empresas do varejo estão vulneráveis à instabilidade econômica.

Os destaques positivos dos últimos trimestres ficaram menos chamativos, como é o caso do e-commerce. As vendas digitais subiram a um ritmo mais lento e inferior ao da concorrência.

brMalls quer dote maior para casar com Aliansce Sonae

O conselho de administração da brMalls (BRML3), administradora de shoppings, recusou, na quinta-feira (17) a nova proposta de fusão feita pela Aliansce Sonae (ALSO3) no início da semana. A recusa ocorreu porque a oferta revisada “continua subavaliando, consideravelmente, o valor justo da companhia e do seu portfólio de ativos  A decisão foi tomada por unanimidade, mas o colegiado disse que a companhia está aberta à nova oferta.

Iguatemi e o foco na alta renda

Dois anos depois, a Iguatemi (IGTI11) já pode falar que deixou 2019 para trás. O ano imediatamente anterior à chegada da pandemia no Brasil sempre foi base de referência para a retomada das atividades da companhia. Os números atuais já são superiores. A empresa divulgou lucro líquido de R$ 82,88 milhões no quarto trimestre de 2021. No acumulado do ano, o montante foi de lucro de R$ 344,08 milhões, avanço de 9,5% em relação a 2019.

O público de alta renda tem entendido que, financeiramente, não tem feito tanta diferença em comprar no Brasil ou em Nova York e Londres, segundo a CEO da Iguatemi, Cristina Betts.

Fintechs querem abocanhar fatia de crédito dos bancões…

Com a descentralização do setor bancário, desde 2013 o mercado de crédito passou a ser atacado pelas fintechs. Essas empresas aos poucos começaram a migrar para o centro da rentabilidade dos bancos: a concessão de crédito. O PicPay, por exemplo, começou a oferecer crédito pessoal pelo aplicativo, ampliou o escopo para pessoas jurídicas e adicionou uma gama de parceiros no marketplace de crédito da empresa.

No Banco Inter (BIDI11), o cenário de crescimento acelerado não é diferente. Segundo a instituição, a originação de crédito somou R$ 6,1 bilhões entre outubro e dezembro do ano passado, alta de 69% em comparação ao mesmo período de 2020. No acumulado de 2021, o Banco Inter registrou R$ 20,1 bilhões em originação, avançando 123% em comparação aos 12 meses anteriores. A carteira de crédito fechou o ano em R$ 18,6 bilhões.

…mas passarão a cumprir exigências semelhantes

Neste mês, o Banco Central estabeleceu normas para classificar e determinar quanto capital as fintechs precisarão manter para garantir a solidez das operações de crédito. Haverá mais rigidez na estratificação das instituições por tamanho e seus riscos assumidos.

As fintechs da chamada terceira segmentação, onde se encaixa o Nubank (NUBR33), tendem a ter regras de capital similares aos grandes bancos.

Agenda da semana:

Na segunda-feira, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, faz um discurso sobre o cenário econômico americano. O Fed também divulga a Sondagem Industrial de março, na terça.

No mesmo dia, será publicada a ata do Copom referente à mais recente reunião do colegiado.

Na quarta, a FGV informa o IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal) até 22 de março. E o DOE (Departamento de Energia dos EUA) divulga os estoques brutos de petróleo atualizados.

A FGV informa, na quinta-feira, o Indicador de Expectativa de Inflação dos consumidores de março. No mesmo dia, o Banco Central divulga o Relatório Trimestral de Inflação do primeiro trimestre. O presidente da instituição, Roberto Campos Neto, dará entrevista coletiva a respeito dos dados.

Ainda na quinta, o DoL (Departamento de Trabalho dos EUA) apresenta o número atualizado de pedidos de auxílio desemprego no país.

E na sexta-feira, o IBGE informa o IPCA-15 de março, a FGV divulga a Sondagem do Consumidor deste mês também, e a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) define a bandeira tarifária de energia de abril.

Balanços

E os resultados corporativos continuam. Na segunda-feira, após o fechamento do mercado, será a vez de Eneva (ENEV3), JBS (JBSS3) e Locamerica (LCAM3) divulgarem o desempenho do quarto trimestre de 2021.

Na terça, também pós-mercado, Copel (CPLE6), Positivo (POSI3) e Vibra (VBBR3) apresentam seus número.

Hapvida (HAPV3), NotreDame Intermédica (GNDI3) e Locaweb (LWSA3) informam os resultados após o fechamento na quarta. No mesmo dia, Equatorial (EQTL3) apresenta balanço, mas ainda sem horário definido.

Na quinta-feira, será a vez de Cogna (COGN3), após o fechamento da Bolsa, e Sabesp (SBSP3), cujo horário também não está definido.

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