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Powell dá presente de Natal antecipado ao mercado – o que marcou a semana

Presidente do Fed repetiu ao mercado, nesta semana, que provavelmente os juros nos Estados Unidos vão subir menos em dezembro

Lorena Vieira

Lorena Vieira

Foto: Shutterstock/Paul Brady Photography

O mercado comemorou quando Jerome Powell discursou na quinta-feira (1). O presidente do Fed, o banco central americano, repetiu ao mercado que provavelmente os juros nos Estados Unidos vão subir menos em dezembro.

Em cada uma últimas quatro decisões do Fed, as taxas aumentaram 0,75 ponto porcentual. A alta, que é a mais rápida em décadas, tem como objetivo conter a inflação no país, que é a maior em quarenta anos.

Ao elevar os juros, o Fed deixa o crédito mais caro e aumenta o incentivo a quem poupa dinheiro, inibindo o consumo. Com uma demanda reduzida, a inflação tende a cair, mas a atividade econômica sofre, assim como o resultado das empresas.

Daí o motivo para o mercado comemorar que a taxa subirá menos daqui para frente. É quase um presente de Natal, aos olhos do investidor. Mas o próprio Powell já tratou de deixar claro que a história não é bem assim.

O presidente do Fed reiterou no discurso que o momento da desaceleração é “menos importante” que o ponto até onde os juros vão precisar subir e o tempo que precisarão permanecer em níveis elevados.

“É provável que restaurar a estabilidade de preços exija manter a política em nível restritivo por algum tempo. A história adverte fortemente contra um afrouxamento prematuro. Vamos seguir no curso até que o trabalho esteja feito”, disse Powell.

A julgar pelos dados do payroll, divulgados nesta sexta-feira (2), os juros ainda terão um longo caminho a percorrer.

Os números mostraram que 263 mil postos de trabalho foram criados nos Estados Unidos em novembro, e que o desemprego ficou inalterado, em 3,7%. Em ambos os casos, as leituras foram mais fortes que se previa e mostraram uma economia ainda aquecida – o que dificulta o combate à inflação.

Segundo a CME FedWatch Tool, ferramenta que monitora as apostas do mercado em relação aos juros americanos, os indicadores não abalaram a expectativa do mercado para o curto prazo. A probabilidade de um aumento de 0,50 ponto porcentual dos juros neste mês, que ontem estava em 78,0%, caiu levemente, para 77,0%.

No entanto, aumentaram as apostas de que os juros americanos passarão de 5% ao ano em 2023, o que corresponderia ao maior nível para as taxas em 15 anos. E como Powell disse, é mais importante o mercado ficar de olho nesta ponta das expectativas.

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Veja os destaques da Agência TradeMap na semana.

Jogos pressionam média de negócios na Bolsa

Os negócios na Bolsa caem cerca de 20% quando o Brasil entra em campo na Copa, mostra levantamento da Agência TradeMap. E quanto mais tarde o horário de início do jogo, mais prejudicado fica o volume de transações. Tanto em 2018 – ano de Copa – quanto em 2022, a média negociada durante o evento é menor que a do ano todo.

Aquisições impactam no pagamento de dividendos

A companhias que fizeram aquisições neste ano podem distribuir menos lucro aos acionistas em 2023. Isso ocorre porque uma quantidade maior de recursos disponíveis é exigida, e as empresas tendem a reter maior parte do lucro. Itaúsa (ITSA4), holding do banco itaú, Minerva (BEEF3) e Marfrig (MRFG3) são algumas que estão neste momento.

Small Caps sob risco maior

As chamadas Small Caps, empresas listadas na Bolsa brasileira que têm valor de mercado de até US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,3 bilhões na cotação atual), podem se beneficiar por possível aumento de consumo no novo governo. Mas esse segmento está mais exposto ao risco fiscal, que gera volatilidade e migração para ativos mais seguros.

M.Dias Branco tem plano para o Sul e Sudeste

O diretor de relação com os investidores e novos negócios da M. Dias Branco, dona de marcas como Piraquê e Adria, revelou em entrevista exclusiva à Agência TradeMap a estratégia para continuar apresentando bons resultados. O primeiro passo é expandir os negócios nas regiões Sul e Sudeste.

Desempenho excepcional de Assaí e Arezzo

Levantamento do TradeMap mostrou que das 92 ações que fazem parte do Ibovespa, apenas 35 – o equivalente a 38% – tiveram desempenho superior ao índice no acumulado de 12 meses. Assaí (ASAI3) e Arezzo (ARZZ3) foram exceções das empresas ligadas direta ou indiretamente ao varejo, responsávei pelas dez piores performances.

Cripto regulamentadas

A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta terça-feira (29) o texto que dá as diretrizes para a regulamentação do mercado de criptomoedas no Brasil. Os deputados retiraram do texto o trecho que determina a segregação dos patrimônios das corretoras e dos investidores e que impede legalmente o uso de recursos de clientes para fazer operações.

Vale termina ano como começou: em primeiro

A Vale (VALE3) chega a dezembro como estava em janeiro: na primeira posição entre as ações mais recomendadas por analistas para o mês, de acordo com 13 corretoras consultadas pela Agência TradeMap. A companhia teve valorização de 27,7% em novembro e acumula ganhos de 19,2% no ano.

Setores beneficiados pela alta de juros

A cada vez que os juros sobem no Brasil, os analistas do mercado se apressam em dizer que as ações das empresas, em geral, vão se tornar menos interessantes. Mas há dois setores que se beneficiam da alta da taxa básica e podem se tornar opções interessantes para o investidor de ações que quer driblar o aperto monetário: os bancos e a seguradoras.

Agenda

Na próxima semana, haverá a última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) deste ano. O grupo deve manter a taxa básica nos atuais 13,75% ao ano. A Selic foi mantida nesse patamar no mais recente encontro do colegiado, realizado no fim de outubro, assim como em setembro.

A reunião deste mês, porém, poderá servir para o colegiado mostrar para o governo eleito a preocupação com o cenário fiscal para 2023. Desde a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), as dúvidas sobre o tamanho das despesas públicas no ano que vem ajudaram a azedar o humor do mercado brasileiro. Os mercados ainda aguardam o andamento da PEC da Transição no Congresso para ter mais clareza desse cenário.

O dado de inflação referente a novembro também pode ratificar a posição do Copom sobre a Selic no primeiro encontro do ano, que será realizado em 31 de janeiro e 1º de fevereiro. O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) registrou alta de 0,59% em outubro, na comparação com setembro. Foi a primeira alta de preços depois de três meses seguidos de deflação.

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o indicador acumula elevação de 4,70% no ano, até outubro, e de 6,47% em 12 meses. Em novembro, o IPCA-15, uma prévia da inflação mensal, avançou 0,53%, acelerando em relação à alta de 0,16% de outubro. O índice foi puxado por alimentos e bebidas, com alta de 0,54%, e saúde e cuidados pessoais (+0,91%).

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