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Ibovespa encerra em alta com bom humor generalizado e balanços; índice sobe 5,9% na semana

Pregão foi marcado pela repercussão positiva e negativa de balanços

Gabriel Bosa

Gabriel Bosa

Foto: Shutterstock

Em um pregão marcado pela repercussão de balanços, o Ibovespa seguiu o tom das Bolsas americanas e fechou em alta de 2,78%, aos 112.764 pontos, com R$ 29,59 bilhões em volume negociado.

Com isso, o principal índice da B3 terminou a semana com valorização de 5,91%. O saldo acumulado em agosto passou para ganho de 9,31%, enquanto o avanço desde o início do ano soma 7,58%.

Em Nova York, o S&P 500 teve alta de 1,73%, o Dow Jones subiu 1,27% e o Nasdaq avançou 2,09%. Na Europa, o índice Euro Stoxx 50 fechou com ganhos de 0,53%.

A alta das Bolsas no exterior é reflexo da repercussão de dados de inflação divulgados nesta semana, que mostraram controle na alta de preços nos EUA. Os dados reforçam as apostas em uma elevação mais branda na taxa de juros americana na próxima reunião do Federal Reserve, o banco central do país.

Balanços marcam o pregão

Em um dia de agenda esvaziada para indicadores, os investidores repercutiram a bateria de balanços divulgados na noite de ontem após o fechamento do mercado. Assim, as maiores altas entre as ações do Ibovespa foram de Magazine Luiza (MGLU3), Hapvida (HAPV3) e Via (VIIA3), que subiram 17,76%, 16,97% e 13,98%, respectivamente.

Refletindo o aumento da taxa de juros, que pesou sobre os resultados financeiros, o Magazine Luiza reverteu o lucro anotado no segundo trimestre de 2021 e fechou o mesmo período deste ano com prejuízo líquido de R$ 112,1 milhões.

O destaque positivo, porém, foi a margem bruta, que apresentou expansão de 3 pontos percentuais na comparação anual, para 28,6%, resultado do repasse da inflação e das taxas de juros nos preços dos produtos, da redução de despesas e do crescimento das receitas de serviços e marketplace.

Para João Abdouni, analista da INV, a empresa varejista tomou uma atitude sensata no trimestre, fechando lojas e controlando o endividamento. “A companhia saiu do modelo de focar em crescimento para focar em rentabilidade. Considero esse movimento sensato, reduzindo o tamanho do estoque e a melhora no capital de giro”.

A Hapvida, por sua vez, viu seu lucro líquido ajustado cair 11,9%, atingindo R$ 241 milhões. A empresa sofreu com o aumento dos custos assistenciais no segundo trimestre, que mais do que dobraram no período em relação a igual trimestre de 2021. Apesar disso, o número veio acima das expectativas do mercado.

A Via, por fim, surpreendeu o mercado e apresentou lucro líquido de R$ 6 milhões no segundo trimestre do ano, uma queda de 95,5% ante o mesmo intervalo de 2021, sendo que as casas consultadas pela Agência TradeMap esperavam prejuízo no período.

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Outra forte alta foi de Locaweb (LWSA3), de 10,46%. A companhia apresentou um lucro líquido ajustado de R$ 38,7 milhões, o que representa um avanço de 63,2% frente aos R$ 23,7 milhões apresentados no mesmo período do ano anterior. A empresa manteve o ritmo de adição de novos assinantes de plataformas de e-commerce, contribuindo para os números do período.

Na sequência, a B3 (B3SA3) subiu 7,82%. A companhia teve lucro líquido recorrente de R$ 1,22 bilhão, praticamente estável em relação ao nível de um ano antes, com uma ligeira retração de 0,8%. Porém, se não fosse o resultado negativo da Neoway, adquirida pela B3, no ano passado, o lucro teria tido um leve crescimento de 0,8%, para R$ 1,24 bilhão.

Resultados também causam queda

Na outra ponta do Ibovespa, as maiores quedas também foram resultado de repercussão de balanços. No fechamento, as ações que mais caíram foram de Natura (NTCO3), Sabesp (SBSP3) e JBS (JBSS3), com recuos de 10,36%, 4,43% e 2,63%, nesta ordem.

A Natura reportou prejuízo líquido de R$ 766,7 milhões, revertendo o lucro de R$ 234,8 milhões registrados no mesmo período do ano passado.

Segundo o Goldman Sachs, o mercado esperava que a Natura apresentasse prejuízo de R$ 148 milhões no período – uma previsão que já era cautelosa, disse o banco americano, já que os especialistas haviam levado em conta os avisos dados pela administração da Natura nos últimos meses. O próprio banco, no entanto, previa uma perda de R$ 190 milhões.

O lucro da Sabesp diminuiu 45,4%, para R$ 422,4 milhões, em relação a um ano antes. A companhia, assim como várias outras da Bolsa, sentiu o peso do aumento das despesas, que ofuscou o crescimento na receita durante o período.

no caso da JBS, mesmo tendo registrado alta na receita líquida, o aumento dos custos, principalmente devido ao preço do gado nos Estados Unidos, pressionou os resultados, e a companhia fechou o segundo trimestre com lucro líquido de R$ 3,95 bilhões, queda de 9,8% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

A quarta maior queda, de 2,41%, foi de Americanas (AMER3) que amargou um prejuízo líquido de R$ 98 milhões no segundo trimestre do ano, de acordo com o balanço financeiro e operacional divulgado nesta quinta-feira (11). No mesmo intervalo do no passado, a empresa havia perdido R$ 85 milhões, o que revela um aumento de 15,6% no prejuízo.

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Agora, os investidores ficarão de olho em mais resultados importantes que serão divulgados após o fechamento do mercado, principalmente Cosan (CSAN3), Cemig (CMIG4) e Eletrobras (ELET3; ELET6).

Criptomoedas

O mercado de criptoativos perdeu fôlego nesta sexta-feira após dois dias de valorização com o bom humor global pelos sinais de arrefecimento da inflação americana.

Após começar o dia em leve alta, o Bitcoin (BTC) passou para o campo negativo ainda na parte da manhã, mas conseguiu recuperar a faixa dos US$ 24 mil.

Por volta das 16h50, a maior cripto do mercado tinha queda de 1,6%, negociada a US$ 24.141, segundo dados disponíveis na plataforma TradeMap.

Ayron Ferreira, analista chefe da Titanium Asset Management, afirma que o BTC ainda precisa atravessar novas faixas de resistência para confirmar que o momento positivo não é uma alta temporária em meio a um quadro de queda.

“Romper os US$ 25.000 com convicção, por exemplo, é algo importante para uma possível continuidade da alta. Dados de inflação recentes animaram, mas otimismo exige cautela”, informou.

Já o Ethereum (ETH) opera no campo positivo, com alta de 0,75%, a US$ 1.922, com investidores repercutindo a antecipação da atualização da blockchain.

Segundo os programadores da Ethereum Foundation, a tão esperada fusão (the merge em inglês) deve ser concluída em 15 de setembro, quatro dias antes do esperado.

Os últimos testes para a mudança na mineração da blockchain foram concluídos com sucesso nesta semana, elevando ainda mais as expectativas dos investidores para a valorização da criptomoeda nos próximos meses.

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