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Ação da Natura (NTCO3) despenca diante de prejuízo maior que o esperado

Natura se esforçou para reduzir custos, mas queda na receita e aumento nos gastos relacionados a operações financeiras pesaram

Foto: Shutterstock

As ações da Natura (NTCO3) caem quase 10% e lideram as perdas dentre os componentes do índice Ibovespa nesta sexta-feira (12), com investidores reagindo ao prejuízo maior que o esperado registrado pela companhia no segundo trimestre deste ano,

Por volta das 12h25, os papéis do conglomerado de cosmético caíam 13,12%, indo na contramão do fluxo positivo da Bolsa brasileira, que operava com alta de 1,29%, segundo dados da plataforma TradeMap.

A Natura reportou prejuízo líquido de R$ 766,7 milhões no segundo trimestre de 2022, revertendo o lucro de R$ 234,8 milhões registrados no mesmo período do ano passado.

Segundo o Goldman Sachs, o mercado esperava que a Natura apresentasse prejuízo de R$ 148 milhões no período – uma previsão que já era cautelosa, segundo o banco americano, porque os especialistas haviam levado em conta os avisos dados pela administração da Natura nos últimos meses. O próprio Goldman Sachs, no entanto, previa uma perda de R$ 190 milhões.

O resultado negativo da Natura veio após queda de 8,6% na receita líquida total do grupo, que passou de R$ 9,5 bilhões para R$ 8,7 bilhões. As divisões Avon e The Body Shop foram os principais pesos para o desempenho, com queda na receita líquida de 25,4% e 25,3%, respectivamente.

O Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciações) da Natura foi de R$ 694,9 milhões, queda de 14,3% ante o segundo trimestre de 2021 (R$ 811,2 milhões). Assim, a margem Ebitda ajustada passou de 8,5% para 8%.

O Goldman Sachs disse que o Ebitda poderia ter caído ainda mais não fossem as iniciativas da empresa para reduzir custos.

Em nota, a XP Inc. apontou a rentabilidade da empresa como o principal ponto negativo do resultado, com forte impacto dos custos de matéria-prima e frete e os efeitos negativos do câmbio.

No lado positivo, a XP destacou a continuidade de recuperação da produtividade da consultora Natura no Brasil, a evolução dos modelos comerciais da Avon e novos projetos preparados pelo grupo para o segundo semestre.

“A companhia sinalizou que devemos esperar mais mudanças no curto prazo, com economias potenciais de até 40% na estrutura corporativa, enquanto sentimos mais cautela em relação à dinâmica de margem ao segundo semestre, mas mantendo uma visão construtiva para crescimento”, informou.

O Goldman Sachs manteve em neutra a recomendação para as ações do grupo, destacando que cortes de custos indicados pela gestão “são encorajadores”. Por outro lado, os analistas do banco ressaltam que a empresa ainda está sujeita a um cenário “desafiador” para a demanda por seus produtos e a margem de lucro em mercados onde “o posicionamento da marca e o poder de precificação podem não ser fortes o suficiente para compensar esses ventos contrários”.

Mudanças serão anunciadas, diz CEO

Em nota, o CEO da Natura, Fábio Barbosa, afirmou que os resultados do segundo trimestre refletem o atual cenário de pressão da inflação sobre os gastos dos consumidores e as incertezas no plano macroeconômico e geopolítico.

Além das questões externas, o CEO, que assumiu o cargo em junho, ressaltou que “os resultados também refletem questões estruturais de nosso Grupo, as quais identificamos claramente e já começamos a endereçar”.

Segundo Barbosa, já estão em andamento processos para mudanças na estrutura da empresa e no modelo de governança.

“Se a Companhia tivesse implementado essas mudanças no ano passado, o impacto teria sido uma redução anualizada de pelo menos 40% nas despesas corporativas recorrentes. Outras mudanças e economias estimadas serão anunciadas mais adiante”, informou.

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