Via (VIIA3) prevê Auxílio Brasil mais forte no 4º tri e estima 70 lojas novas no ano – ação dispara

Segundo a companhia, os primeiros meses do benefício ampliado devem se concentrar no pagamento de dívidas e supermercados

Foto: Divulgação

A Via (VIIA3) — varejista que é dona da Casas Bahia, uma rede com atuação mais focada em consumidores de renda mais baixa – acredita que a ampliação temporária do Auxílio Brasil, de R$ 400 para R$ 600 mensais entre agosto e dezembro, só deve se refletir em vendas mais expressivas para a companhia a partir do quarto trimestre.

Em teleconferência com analistas na tarde desta sexta-feira (12), o CEO da varejista, Roberto Fulcherberguer, explicou que os primeiros meses da ampliação do benefício, que coincidem com a maior parte do terceiro trimestre, devem ser marcados pelo uso dos recursos para pagamento de dívidas e compras em supermercados.

Só depois disso, ele ressaltou, é que os beneficiários do Auxílio Brasil se sentirão mais à vontade para consumir produtos do segmento onde a Via atua, como os eletrodomésticos, de valores mais altos e vistos como não essenciais.

Segundo o executivo, essa foi a dinâmica vista no início da pandemia, em 2020, quando o governo lançou o auxílio emergencial, em um esforço para minimizar os estragos econômicos causados pela crise de saúde.

Fulcherberguer explicou ainda que o quarto trimestre será impulsionado pelo tradicional aquecimento do comércio que ocorre no fim do ano, com datas marcantes como a Black Friday e o Natal.

“No terceiro trimestre ainda teremos desafios. Mas o quarto trimestre, com toda a sazonalidade embarcada e essa distribuição acontecendo, será bastante forte”, disse o executivo.

A Via divulgou balanço para o segundo trimestre na noite de quinta-feira (11) e os resultados animaram o mercado. Por volta das 15h10, a ação subia 13,62% e era a terceira maior alta entre as empresas do Ibovespa, atrás apenas de Hapvida (HAPV3), que avançava 17,58%, e Magalu (MGLU3), que tinha valorização de 15,13%.

Embora as vendas totais da companhia (que incluem lojas físicas, e-commerce e marketplace) tenham caído 3,5% no segundo trimestre em relação a igual período, para R$ 11 bilhões, o faturamento nas lojas físicas subiu 18,4% na mesma base de comparação, para R$ 6 bilhões, com alta de 11,8% no indicador que desconsidera as lojas inauguras entre um período e outro.

“Esse foi um destaque positivo do balanço e uma grande inflexão em relação aos trimestres anteriores”, disseram os analistas do BTG Pactual, em relatório distribuído a clientes após a divulgação dos números da Via.

A retomada do consumo nas lojas físicas, é claro, reflete o retorno dos consumidores às ruas após o arrefecimento da pandemia e a recuperação da demanda, apesar do aumento dos juros e de uma inflação que segue em dois dígitos no acumulado de 12 meses.

“Nós temos o crediário que, em momentos quando a renda está mais comprimida, é uma ótima ferramenta para adequar o consumo do consumidor a uma parcela que caiba no seu bolso”, disse o CEO.

A Via, que também é dona das marcas Ponto e Extra.com, também surpreendeu o mercado no resultado líquido. A empresa registrou lucro líquido de R$ 6 milhões, uma queda de 95,5% em um ano, mas ainda assim acima da expectativa de analistas, que esperavam prejuízo.

Na teleconferência, a empresa destacou a queda do desemprego no Brasil como um fator positivo para o crescimento do consumo. No segundo trimestre, a taxa de desemprego medida pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) ficou em 9,3%, contra 11,1% no trimestre anterior e no menor nível desde 2015.

A companhia disse que consultou o IBGE para entender em que segmentos da população o desemprego cai de forma mais consistente e concluiu que há uma correlação significativa com o público-alvo da Via, com números melhores do que os de antes da pandemia.

Lojas físicas

Com o encerramento do segundo trimestre, a Via acumula 32 inaugurações de lojas ao longo do primeiro semestre. Segundo o CEO, o ritmo de aberturas deve seguir firme no segundo semestre.

“Devemos finalizar o ano com algo entre 70 e 75 lojas abertas, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, para onde está sendo desenhada nossa expansão”, diz.

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