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Gringo bate recorde de entrada na Bolsa em 2022, com mais de R$ 120 bi

Volume mostra alta de 188% em relação à entrada de recursos estrangeiros em 2021; saiba o que esperar para 2023

Foto: Shutterstock/FOTOGRIN

O fluxo de investimentos estrangeiros na Bolsa brasileira foi recorde e somou R$ 119,8 bilhões no ano passado, entre recursos direcionados para as compras de papéis no mercado secundário e para as ofertas de ações, segundo dados da B3.

O volume registrado neste ano mostra uma alta de 188% em relação à entrada líquida de R$ 41,5 bilhões no ano passado.

Só nas negociações realizadas no mercado secundário, houve entrada líquida de R$ 100,8 bilhões, valor recorde na Bolsa.

No ano em que não houve nenhum IPO (Oferta Pública Inicial) na Bolsa brasileira, os investidores estrangeiros registraram aporte de R$ 19 bilhões em ofertas de ações de empresas já listadas na B3 realizadas no ano passado.

Em dezembro, houve uma entrada de R$ 15,2 bilhões na Bolsa, sendo R$ 13,8 bilhões no mercado secundário, maior volume desde outubro.

gráfico de fluxo de estrangeiros na Bolsa

Com o Brasil apresentando um quadro geopolítico melhor que o de pares emergentes e negociando a múltiplo abaixo da média histórica, de 11 a 12 vezes, a Bolsa brasileira tem atraído o interesse dos investidores estrangeiros.

“Se olharmos para outros emergentes, a Rússia está em guerra com a Ucrânia, a China está com problemas no mercado imobiliário, a Argentina está com dificuldade e o México é muito dependente da economia americana. Então, na América Latina, só sobra o Brasil”, diz Rodrigo Barreto, analista da Necton.

A Bolsa brasileira superou o desempenho de seus pares neste ano. O Ibovespa subiu 4,69% em 2022,  contra queda de 22% do índice MSCI de mercados emergentes e desvalorização de 20% do índice MSCI de mercados desenvolvidos.

Segundo o Bank of America,  o Brasil pode se beneficiar da continuidade do movimento global de busca por empresas de valor (como do setor de commodities, que têm um grande peso no Ibovespa) se conseguir mostrar uma política fiscal crível, que permita ao Banco Central cortar a taxa básica de juros, hoje em 13,75%, neste ano.

“Temos sentido os estrangeiros mais receosos sobre a questão fiscal no Brasil”, disse David Beker, chefe de economia no Brasil e estratégia para América Latina do Bank of America em coletiva com jornalistas em 19 de dezembro.

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O BofA prevê uma alta do Ibovespa para 135 mil pontos em 2023, o que implica um potencial de alta de 26,9% em relação ao pregão de 2 de janeiro de 2023.

Cenário para 2023

O cenário de possível recessão nos Estados Unidos, somado a incertezas com a China e inflação alta na Europa, pode impulsionar os investimentos estrangeiros na Bolsa brasileira em 2023, na avaliação da XP.

O estrategista-chefe da corretora, Fernando Ferreira, vislumbra um interesse alto dos investidores internacionais com o Brasil pelo fato da B3 ter uma exposição grande a ações ligadas a commodities e por estar “barata”, como disse em entrevista a jornalistas em 8 de dezembro.

Diante esse cenário, a XP projeta que o Ibovespa encerre o ano que vem em 125 mil pontos, potencial de alta de 17,5% em relação ao último fechamento.

Na avaliação da XP, se a volatilidade no mercado local causada pelas incertezas macroeconômicas diminuir, a  janela para IPOs pode voltar a abrir.

Na fila de empresas que estão se preparando uma oferta de ações em 2023 está a geradora de energia elétrica CTG Brasil, que protocolou prospecto para a abertura de capital no ano passado na CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

Além da situação doméstica, a continuidade do fluxo de investimentos vai depender do cenário externo.

A incerteza sobre o tamanho da alta nos juros nos mercados desenvolvidos, especialmente nos Estados Unidos, para trazer a inflação para a meta, e o risco de recessão mundial devem influenciar no fluxo de investimento estrangeiro para mercados emergentes.

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