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Com impulso de varejo e construção, Ibovespa sobe antes de decisão do Copom

Principal índice da B3 fechou o pregão em alta de 0,4%, aos 103.774 pontos

Foto: Shutterstock

Com as ações de varejo e construção civil na liderança, o Ibovespa fechou o pregão desta quarta-feira (3), dia de decisão do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) em alta de 0,4%, aos 103.774 pontos, com R$ 17,84 bilhões em volume negociado.

Agora, o principal índice da B3 soma ganhos de 0,59% no mês de agosto, enquanto a performance acumulada desde o início do ano é de baixa de 1%.

O dia também foi positivo para as Bolsas estrangeiras, que sofreram no pregão de ontem, em meio a tensões envolvendo a visita de Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, a Taiwan.

A China havia dito que “não ficaria parada” se Pelosi visitasse Taiwan, mas nenhuma medida mais drástica foi tomada pelo país até Pelosi sair da região nesta quarta-feira.

Em Nova York, o S&P 500 fechou em alta de 1,56%, o Dow Jones subiu 1,29% e o Nasdaq avançou 2,59%. Na Europa, o índice Euro Stoxx 50 ganhou 1,3%.

Varejo e construção em alta…

O destaque do dia é a decisão do Copom, que será divulgada após o fechamento do pregão. A expectativa do mercado é que o Banco Central eleve a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, para 13,75%, o que seria o 12º aumento consecutivo. A grande questão, porém, é se o BC dará continuidade ao aperto monetário nas próximas reuniões.

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O dilema do BC: parar de subir os juros ou continuar? Entenda o que está em jogo no Copom

Em meio à expectativa, as ações de varejo e construção civil tiveram fortes altas, refletindo o alívio na curva de juros, de acordo com analistas da Ativa Investimentos. Entre as ações do Ibovespa, os maiores avanços foram de Locaweb (LWSA3), Via (VIIA3) e Natura (NTCO3), com ganhos de 11,9%, 11,49% e 11,17, respectivamente.

Em seguida veio a Cielo (CIEL3), que registrou alta de 9,73%. A empresa de maquininhas divulgou seu balanço do segundo trimestre deste ano na noite de terça-feira (2) e teve o maior lucro líquido trimestral desde o fim de 2018, atingindo R$ 635 milhões.

O resultado foi impulsionado principalmente pela expansão do negócio de antecipação de recebíveis e marcado também pela recuperação das taxas cobradas dos clientes.

A companhia anunciou ainda a saída de seu CEO, Gustavo Sousa, e afirmou estar em busca de um nome de fora da empresa para ocupar o posto vago.

Outra empresa que subiu após a divulgação do balanço foi a Copasa (CSMG3), com avanço de 5,85%. Refletindo redução nos custos com pessoal, o lucro líquido da companhia fechou o segundo trimestre deste ano em R$ 180 milhões – resultado superior às estimativas do mercado.

O lucro superou as previsões da Safra Corretora em 15%, da Santander Corretora em 26%, e do BTG Pactual em 31%. Também ficou 24% acima das expectativas do consenso do mercado compilado pela Bloomberg. No entanto, foi 29,3% menor que o do mesmo período do ano passado.

As ações da JSL (JSLG3), por sua vez, subiram 8,09%, mesmo depois de a companhia reportar queda no lucro do segundo trimestre. O Itaú BBA diz que o resultado foi “forte”, mesmo com o lucro menor, uma vez que a companhia mostrou a capacidade de superar o cenário adverso de inflação. O volume de receita vinda de novos contratos, por exemplo, subiu a R$ 1,4 bilhão, o dobro do observado no primeiro trimestre.

…Mineradoras e siderúrgicas em baixa

Na outra ponta, ações de mineradoras e siderúrgicas limitaram os ganhos do índice, seguindo o minério de ferro, que fechou em baixa de 0,82% na Bolsa de Dalian, a US$ 116,47 por tonelada.

No fechamento, as maiores quedas do Ibovespa eram de Metalúrgica Gerdau (GOAU4), Gerdau (GGBR4) e Vale (VALE3), com perdas de 4,32%, 4,06% e 3,89%, nesta ordem.

A queda da Gerdau parece ter ignorado os resultados do segundo trimestre, divulgados na manhã de hoje. O lucro líquido da siderúrgica alcançou R$ 4,3 bilhões, 27,6% acima do registrado no mesmo período de 2021.

Veja análise:
Até quando os resultados da Gerdau (GGBR4) poderão ser sustentados pela construção civil?

De acordo com a companhia, o resultado foi impulsionado pelo aumento anual de 20% na receita líquida, causada por um bom desempenho dos setores de distribuição e construção nos Estados Unidos, além do registrado na indústria brasileira.

Outra baixa relevante, de 2,31%, foi de Engie Brasil (EGIE3), mesmo que os números do segundo trimestre do ano, divulgados na noite de terça, tenham vindo acima da expectativa do mercado.

Sob a condição de anonimato, um analista de uma grande corretora disse à Agência TradeMap que essa baixa das ações está relacionada mais a uma conjuntura de mercado, que tem influenciado diretamente a Bolsa brasileira. “O mercado está volátil para todos os setores. Os resultados em si não devem estar afetando, o mercado tem uma visão otimista do setor como um todo”, explicou a fonte.

As petroleiras, por sua vez, tiveram desempenho misto. Enquanto Petrobras PN (PETR4) e Prio (PRIO3) tiveram alta de 0,15% e 1,58%, respectivamente, Petrobras ON (PETR3) caiu 0,55% e 3R Petroleum (RRRP3) perdeu 0,61%.

Nesta quarta, a Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados) decidiu aumentar a produção da commodity em 100 mil barris por dia em setembro, ritmo inferior aos 400 mil adicionados em julho e em agosto. Além disso, os estoques dos EUA registraram alta de 4,47 milhões de barris, surpreendendo o mercado. Como consequência, o petróleo tipo Brent fechou em baixa de 3,74%, a US$ 96,78 por barril.

Ainda sobre o setor, a 3R Petroleum concluiu a compra do Polo Peroá, que antes pertencia à Petrobras, e espera que a aquisição gere um “incremento significativo” na produção de gás natural.

Após o fechamento, o mercado estará de olho nos balanços de Prio (PRIO3), Totvs (TOTS3) e Ultrapar (UGPA3).

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