Logo-Agência-TradeMap
Logo-Agência-TradeMap

Categorias:

As ações mais recomendadas por bancos e corretoras para 2022

Vale (VALE3) lidera recomendações, seguida de perto por Gerdau (GGBR4) e JBS (JBSS3); confira o ranking completo

Foto: Unsplash

Marcado por um ano de eleições, 2022 ainda nem chegou e já tem chamado a atenção dos investidores pela polarização entre o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Além, é claro, do cenário de inflação e juros elevados no Brasil, o que levanta tal pergunta: vale a pena investir em renda variável em um ambiente tão incerto?

Leia também:

Em época de eleições, o que esperar das ações para 2022? Analistas da XP respondem

Como de praxe, os bancos e as corretoras costumam soltar relatórios com as ações que julgam ser promissoras para o ano seguinte e a Agência TradeMap fez um levantamento das dez principais recomendações de papéis para 2022.

Ao todo, são cinco ações de commodities, quatro papéis do setor financeiro e um ativo de proteína animal. Confira a seguir o ranking das ações e os seus respectivos motivos:

Ação

Número de indicações

Vale (VALE3)

7

Gerdau (GGBR4)

6

JBS (JBSS3)

5

Itaú (ITUB4)

4

Petrobras (PETR4)

4

Suzano (SUZB3)

4

Bradesco (BBDC4)

3

PetroRio (PRIO3)

3

XP (XPBR31)

2

Banco do Brasil (BBAS3)

2

Fontes: Banco Inter, Bank of America, BB Investimentos, BTG Pactual, Levante Investimentos, Morgan Stanley, Santander Corretora, Toro Investimentos e Warren Brasil

Leia também:

Mercado espera Ibovespa a 126 mil pontos ao fim de 2022; veja previsões

Vale (VALE3)

Dentre nove bancos e corretoras pesquisados, a Vale é a ação que tem o maior número de recomendações, com sete no total.

Apesar de o papel acumular ganhos de apenas 5,6% do final de dezembro de 2020 (R$ 74,72) até o pregão de segunda-feira (27), a R$ 78,95, o analista Iago Souza, da Warren Brasil, comenta que o mercado de minério de ferro deverá ser mais equilibrado em 2022.

“Frente a uma capacidade de produção acima de 350 milhões de toneladas no próximo ano, a Vale se torna uma opção atrativa para acumular bons proventos nos próximos meses”, destaca o analista no relatório.

Souza ainda pontua que o break-even (valor necessário para igualar receitas e custos) da mineradora é de quase US$ 50 por tonelada. “Isso gera um espaço confortável dentro do patamar que o minério de ferro está sendo negociado”, destaca.

Enquanto isso, o relatório do BB Investimentos ressalta que a mineradora continua perseguindo as estratégias de de-risking (reduzir riscos), re-shaping (reformular) e re-rating (reavaliar). “Apesar dos desafios de curto prazo para o mercado de minério de ferro e nas operações de metais básicos, a empresa segue intensificando as iniciativas para capturar oportunidades desses segmentos nos próximos anos”, comenta o braço de análises do Banco do Brasil.

Na mesma linha da Warren, o BB Investimentos também destaca que, diante das incertezas quanto ao mercado de minério de ferro, bem como pelo arrefecimento da demanda da China no curto prazo, as grandes mineradoras brasileiras deverão apresentar margens atrativas, principalmente aquelas com operações mais competitivas e portfólio com produtos de maior qualidade e alto teor de ferro, como é o caso da Vale.

Gerdau (GGBR4)

Quanto às ações da Gerdau, os analistas do BTG Pactual mencionam o forte crescimento dos resultados, a baixa alavancagem, a geração de fluxo de caixa livre e o foco no mercado imobiliário como pontos positivos para os papéis no ano que vem.

Além disso, o banco também acredita em um ambiente apertado de oferta e demanda de aço nos próximos meses, o que deve sustentar os preços.

Para a Toro Investimentos, o setor de siderurgia deve se beneficiar como um todo pelos estímulos econômicos ao redor do mundo. Os analistas da corretora têm preferência por Gerdau, uma vez que, por fornecer materiais para o setor de construção civil americano, deve tirar proveito do pacote de infraestrutura do governo de Joe Biden, presidente dos Estados Unidos.

“Observamos uma perspectiva favorável para o crescimento da demanda por aço, que é um dos principais insumos para o setor, ocasionando a elevação no preço da commodity e, consequentemente, aumentando as margens e a geração de caixa das companhias que produzem tais materiais, como a Gerdau”, afirma no relatório Rafael Panonko, analista-chefe da Toro.

JBS (JBSS3)

A JBS, que é a maior produtora de proteínas do mundo e a segunda maior empresa de alimentos do planeta, assume a terceira posição do ranking, com cinco indicações dos bancos e corretoras pesquisados.

Em relatório, os analistas da XP destacam que a corretora está otimista com o setor de alimentos para o próximo ano, uma vez que eles esperam uma recuperação na América do Sul. “Os preços do milho e da soja, ambos importantes para produtores de aves e suínos, já são menores nos mercados futuros”, ressaltam.

Por conta disso, a XP mira em um preço-alvo de R$ 51,80 para as ações da JBS ao fim de dezembro de 2022, o que representa um potencial de valorização de 38,24% frente ao pregão de segunda-feira, 27, de R$ 37,47.

Em termos setoriais, a XP está otimista com os frigoríficos de maneira geral, acreditando que “a acomodação das margens esperada no mercado americano em 2022 deve ser parcialmente compensada pela melhora nas condições no Brasil”.

A retomada das importações pela China também devem favorecer o setor, diz a XP.

Itaú (ITUB4), Petrobras (PETR4) e Suzano (SUZB3)

Logo em seguida, os papéis do Itaú, da Petrobras e da Suzano tiveram quatro indicações cada no consenso.

De acordo com o BTG, a escolha do Itaú se deve, principalmente, pelo seu balanço do terceiro trimestre, em que a melhora da margem financeira líquida (NII, na sigla em inglês) foi o maior destaque positivo.

O banco aponta que, mesmo com uma potencial deterioração da qualidade dos ativos em 2022, os resultados apresentados, o momento de alta nos juros e as discussões regulatórias podem favorecer as ações de bancos.

No mesmo caminho, o Bank of America (BofA) também segue animado com os ativos de bancos, por conta da resiliência provada nos balanços das instituições financeiras e do valuation atrativo dos papéis. “Embora o cenário macroeconômico seja desafiador, esperamos que o setor apresente crescimento de lucro de quase dois dígitos”, comenta o banco, que possui preferências pelas ações do Itaú Unibanco e do Bradesco.

Quanto à Petrobras, o Banco Inter comenta que a estatal chegou a atingir, em 2015, uma dívida bruta de mais de US$ 126 bilhões, mas que, durante o terceiro trimestre de 2021, a companhia conseguiu bater sua meta de reduzir sua alavancagem para abaixo de US$ 60 bilhões (15 meses antes do planejado), por meio de uma forte geração de caixa e desinvestimentos nos negócios que não estão no foco da companhia.

Em relatório, o banco mineiro evidencia que essas iniciativas possibilitam o cumprimento de seu plano estratégico, que sugere uma distribuição em torno de US$ 65 bilhões em dividendos nos próximos cinco anos – levando em conta o preço do barril tipo Brent em US$ 55.

“Para efeito de comparação, a empresa atualmente possui um market cap de aproximadamente US$ 70 bilhões, o que implicaria em um retorno sobre o capital investido pelo acionista, apenas em dividendos, em somente cinco anos”, diz a área de research do Inter.

O BB Investimentos frisa que o ritmo de crescimento de produção da estatal e os menores custos de extração devem manter um bom nível de geração de caixa em 2022. Contudo, o braço de investimentos do Banco do Brasil ressalta que o principal risco para a Petrobras segue em eventuais mudanças na política de preços da companhia.

“Entendemos que a Petrobras está bem posicionada para seguir capturando os ganhos advindos de um cenário de apreciação do petróleo e de um real desvalorizado, em adição ao atual patamar de endividamento, muito mais confortável e que deve permitir maior distribuição de dividendos”, diz o BB.

Leia também:

Estatal em ano de eleição é cilada? Para a XP, Petrobras (PETR4) vale o risco

Já em relação à Suzano, o time de analistas da corretora do Santander sai em defesa dos ativos por conta de uma tendência no avanço para o preço do papel. Para eles, isso deve destravar uma “forte” geração de caixa da companhia.

Além disso, a corretora do banco estima que o Projeto Cerrado pode gerar um acréscimo ao valor de mercado da empresa de papel e celulose equivalente a R$ 7,5 por ação.

Outro ponto levantado pelos analistas do BTG para ficar de olho nos ativos da Suzano é que a empresa anunciou há pouco tempo um aumento de preço de R$ 20 por tonelada para os mercados asiáticos. “Acreditamos que as condições estão maduras para implementação devido ao fornecimento restrito e atrasos nos embarques, retomada da demanda chinesa e aumentos nos preços do papel sendo implementados em todo o mundo”, comentam no relatório.

Bradesco (BBDC4) e PetroRio (PRIO3)

Dando continuidade ao ranking, vemos as ações do Bradesco e da PetroRio, ambas com três recomendações.

Segundo o Santander, a aposta no segundo maior banco privado do país se baseia em um cenário de mais visibilidade para o segmento de seguros, uma vez que o pior da pandemia ficou para trás.

Os analistas da corretora ressaltam que o Bradesco espera que a carteira de crédito cresça a um ritmo de dois dígitos em 2022, sendo acompanhada por uma expansão da margem financeira líquida, impulsionada pelo aumento da Selic, e de um avanço acima da inflação pelas receitas com tarifas. A corretora estima avanço de 9% para o lucro líquido do banco em 2022 e uma taxa de retorno de dividendos em 6,3%.

Já para os papéis da PetroRio, o BTG enfatiza que a escolha é baseada em seu histórico de bons acordos, o que cria mais valor à frente e deixa espaço para crescimento – mesmo após o forte desempenho das ações da petroleira neste ano.

No longo prazo, o BofA vê potencial de expansão na companhia por meio da participação da companhia no campo de Wahoo, adquirida recentemente. Além disso, possíveis fusões e aquisições podem fortalecer a empresa, principalmente a aquisição de parte dos campos de Albacora e Albacora Leste da Petrobras, que está em fase de negociação.

Em razão disso, o banco deu início à cobertura das ações da PetroRio com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 28,50, upside de 37,9% sobre o fechamento de segunda-feira, 27.

XP (XPBR31) e Banco do Brasil (BBAS3)

Por fim, os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) da XP Inc. e as ações do Banco do Brasil finalizam as principais recomendações levantadas pela Agência TradeMap.

Segundo o BTG, a XP é a principal escolha para surfar as tendências seculares de financial deepening (aumento da oferta de serviços financeiros) do Brasil, considerando que a desvalorização do papel relacionada a taxa de juros mais altas parece estar precificada e o peso relacionado à saída do Itaú deve perder força em 2022, apontam os analistas.

“Além disso, a XP vem apresentando resultados muito fortes desde o IPO [oferta pública inicial de ações]. A empresa tem muito espaço para crescer, considerando que expandiu seu TAM [mercado endereçável total] ao abraçar a iniciativa bancária. E, finalmente, os rendimentos da receita estão se provando resilientes, apesar da recente queda do papel”, destaca o BTG Pactual em relatório. “Em resumo, negociando perto do preço do IPO, acreditamos que a ação poderia ter uma boa recuperação no próximo ano”, complementa.

Em relação ao Banco do Brasil, os analistas da XP Investimentos reconhecem que 2022 deverá ser mais desafiador para o setor bancário, com possíveis intervenções regulatórias e competição mais agressiva. No entanto, acreditam que o avanço do Open Finance e da Agenda BC# devem impulsionar os mercados de crédito, investimentos, seguros, previdência, câmbio e contas-salário. Em razão disso, a XP aposta no sucesso dos ativos do BB.

Compartilhe:

Leia também:

Mais lidas da semana

Uma newsletter quinzenal e gratuita que te atualiza em 5 minutos sobre as principais notícias do mercado financeiro.