A Vale (VALE3) foi o papel mais comprado pelos investidores estrangeiros na Bolsa brasileira em agosto, enquanto o papel mais comprado pelos investidores locais foi a ação preferencial da Petrobras (PETR4), segundo o Credit Suisse, em relatório divulgado ao mercado.
Pelo levantamento, os investidores estrangeiros realizaram um aporte líquido de R$ 16,4 bilhões na Bolsa brasileira no mês passado, maior entrada de recursos desde março. Em setembro, até o dia 5, os estrangeiros realizaram uma saída líquida de R$ 855,1 milhões.
No ano, a Bolsa recebeu um fluxo positivo de investimentos externos de R$ 86,1 bilhões, entre aqueles direcionados para as compras de papéis no mercado secundário e para as ofertas de ações, de acordo com dados da B3.
Em agosto, as compras pelos estrangeiros na Bolsa foram concentradas nas ações conhecidas como blue chips, de empresas com maior liquidez e capitalização, como a Vale e a Petrobras (PETR3).
Segundo o banco suíço, os papéis do setor financeiro também foram bastante demandados pelos estrangeiros, com destaque para o BTG Pactual (BPAC11) e para a BB Seguridade (BBSE3).
Já entre as maiores vendas, estavam as ações de diferentes setores, como Americanas (AMER3), Sabesp (SBSP3) e a Yduqs (YUDQ3).
Veja abaixo os papéis mais negociados pelos estrangeiros em agosto.
Investidores locais têm maior preferência por empresas do mercado interno
Já os investidores locais mostraram maior preferência por papéis de empresas voltadas para o mercado doméstico.
Em relatório, o Credit aponta que entre os papéis mais comprados pelos investidores locais em agosto, estavam Petrobras (PETR4), Cogna (COGN3), MRV3, Ambev (ABEV3) e da própria B3 (B3SA3).
Entre as ações mais vendidas pelos investidores locais, porém, estavam os papéis do Itaú (ITUB4) e da Vale (VALE3).
Confira abaixo os papéis mais negociados pelos investidores locais em agosto.
É importante ressaltar que o aumento do investimento estrangeiro ajudou a sustentar a alta de 6,6% do Ibovespa no mês passado, a mais intensa desde janeiro.
Além disso, a perspectiva do fim do ciclo de alta de juros no Brasil, com possibilidade de queda da Selic ano que vem, e os valuations descontados das empresas brasileiras em um cenário em que o mundo está subindo juros e as economias desenvolvidas desacelerando, contribuíram para a entrada de recursos estrangeiros na Bolsa brasileira.
Daqui para frente, na visão dos analistas, a continuidade do fluxo estrangeiro para Bolsa brasileira vai depender do cenário externo – especialmente da política monetária americana e da evolução do risco de recessão da economia global – e da definição da política fiscal no novo governo no Brasil.