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BTG Pactual (BPAC11): banco para alta renda protege resultado de cenário macro, diz BofA

Analistas iniciam a cobertura das ações do banco com recomendação de compra

Foto: Shutterstock

Ainda que as operações de banco de investimento do BTG Pactual (BPAC11) sejam sensíveis ao ambiente macroeconômico, a crescente participação de outras divisões nos resultados da instituição, como a de banco de varejo voltado a clientes de alta renda, deve servir como proteção para a receita em diferentes cenários, de acordo com o Bank of America.

Em relatório de início de cobertura das ações do banco brasileiro, distribuído nesta terça-feira (6), o BofA cita essa crescente diversificação como um dos principais fatores por trás de sua recomendação de compra dos papéis do BTG. O preço-alvo fixado pelos analistas é de R$ 33 por ação, o que representa potencial de valorização de 25% em relação ao preço de mercado.

Por volta das 16h40 desta terça, a ação do BTG Pactual era negociada em baixa de 2,57%, a R$ 25,77.

O BofA reconhece que as ações do BTG são negociadas a múltiplos maiores que os de bancos tradicionais. Isso, porém, é justificado, na análise do banco americano, pelo fato de o BTG oferecer um retorno sobre o patrimônio (ROE) similar ao dos bancões, mas com uma perspectiva maior de crescimento de lucros.

Já na comparação com a XP, sua concorrente mais direta, as ações do BTG apresentam um desconto de cerca de 16%, segundo o BofA. A expectativa do banco é que essa diferença diminua, devido justamente à diversificação do BTG em direção a negócios leves em ativos e a sua capacidade de gestão superior.

“Esperamos uma expansão sólida de lucros, pois o BTG está bem-posicionado para crescer apesar das condições macroeconômicas”, escreveram Flavio Yoshida, Mario Pierry, Antonio Ruette e Ernesto Gabilondo, analistas do banco americano. “No geral, consideramos que as forças e oportunidades do BTG superam os riscos e ameaças, justificando nossa visão positiva do modelo de negócios da companhia”, completam.

Diversificação gera oportunidades

A aposta em novas plataformas, na análise do BofA, é “chave” para o BTG, pois oferece acesso a capital mais barato, por meio dos depósitos de clientes de varejo, e spreads mais altos.

E o BTG também tira proveito de características de sua operação para escalar seu negócio de varejo. Diferentemente dos bancos tradicionais, as operações de varejo do BTG têm foco em clientes de média e alta renda, e sua plataforma totalmente digital garante boa experiência ao usuário e um baixo custo de aquisição de clientes.

Em relação às demais fintechs, o BTG deve se diferenciar por sua longa experiência na indústria, pelo acesso a um custo de capital competitivo e por sua marca forte.

Apesar de focar em clientes de média e alta renda em seu negócio principal, o BTG também detém uma participação de 71,2% no Banco Pan (BPAN4), que permite o atendimento de clientes de renda mais baixa, expandindo o mercado endereçável.

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Vale ressaltar ainda, diz o BofA, que o crescimento no segmento de crédito para pequenas e médias empresas, mais arriscado, não tem sido acompanhado por perdas na qualidade dos ativos, ao mesmo tempo em que as despesas com provisões permanecem sob controle.

“O crescimento combina spreads altos e seletividade cada vez maior, resultando em inadimplência e provisões baixas, enquanto a geração de receita é sólida”, afirmam os analistas.

Ciclo fechado

Além de proteger as receitas do banco de variações no cenário macro e possibilitar a expansão de lucros, a diversificação das fontes de receita também cria um “ecossistema fechado” que favorece as diferentes linhas de negócios do banco. “As novas verticais complementam o core business já robusto do BTG, diminuindo sua dependência dos mercados de capitais e do ambiente de taxas de juros”, afirmam os analistas.

Neste modelo de “ciclo fechado”, diz o BofA, o BTG alavanca sua receita por meio da oferta de produtos diferentes para segmentos de clientes diferentes. No ciclo básico, o BTG utiliza o capital dos clientes de varejo para oferecer crédito para os clientes corporativos; o banco de investimentos coordena ofertas de ações e/ou dívidas; os clientes investem nestas ofertas por meio da plataforma de investimentos ou de ofertas da gestora de ativos do BTG; e os clientes vendem os ativos por meio da plataforma de investimentos.

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E a diversificação não é o único fator por trás da expectativa de crescimento de lucros. Na avaliação do BofA, o BTG também deve se beneficiar do ambiente de taxas de juros menores no Brasil, de dinâmicas favoráveis no setor, de seu balanço forte, de sua boa e capacidade de execução.

Com tudo isso, a expectativa do BofA é que o lucro líquido do BTG cresça a um ritmo médio anual de 19% até 2025. Além disso, os analistas esperam que a alavancagem operacional da plataforma digital de varejo traga melhorias nas taxas de eficiência.

Na direção oposta, os principais riscos para a performance do BTG, na análise do BofA, são o mercado cada vez mais competitivo; condições macroeconômicas fracas, limitando a atividade de banco de investimentos; a saída de executivos de alto escalão, que são chave para a execução da estratégia e para o crescimento do banco; e uma maior volatilidade de lucros devido à dependência das receitas de sales & trading.

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