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Ibovespa descola do exterior e sobe 0,81%, apoiado por Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4)

Inflação dos EUA e preços das commodities impulsionaram os mercados nesta quinta-feira

Foto: Divulgação

Descolada do exterior, a Bolsa brasileira se manteve mais uma vez em trajetória de alta nesta quinta-feira (10), com o apoio das ações de Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4), que têm grande peso no Ibovespa.

O índice fechou o pregão com avanço de 0,81%, aos 113.367 pontos, com R$ 26,3 bilhões em volume negociado. No ano, os ganhos são de 8,15%, enquanto o saldo de fevereiro é de alta de 1,3%.

As ações da Petrobras subiram 1,53% no dia, apesar da leve baixa do petróleo Brent, que fechou com recuo de 0,15%, a US$ 91,41. O movimento dos papéis foi apoiado por dados de vendas e produção no quarto trimestre, publicados ontem, com resultados positivos, conforme o esperado.

No setor, destaque também para a 3R Petroleum (RRRP3), cuja ação subiu 3,08% após a divulgação da produção em janeiro. A empresa reportou um mês positivo em todos os seus polos, e a produção de petróleo e gás cresceu 13% no comparativo com o mês de dezembro e 18% em relação a janeiro de 2021.

O minério de ferro seguiu em alta, impulsionado pelo otimismo com o possível aumento da demanda por imóveis na China, consequência da redução das taxas de juros. Com isso, a Vale teve ganhos de 2,69%. O mercado agora aguarda o relatório de produção do quarto trimestre da mineradora, que será publicado ainda nesta quinta-feira.

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Para a analista Larissa Quaresma, da Empiricus, a valorização das empresas de commodities também está relacionada à divulgação de dados de inflação nos Estados Unidos.

Mais cedo, foi relevado que o CPI (índice de preços ao consumidor) dos EUA registrou um aumento de 0,6% em janeiro, uma aceleração em relação aos 0,5% registrados em dezembro e acima do esperado por analistas de mercado. Nos últimos 12 meses, a inflação americana acumula alta de 7,5%.

“A inflação alta ajuda as commodities, pois elas são ativos que servem para os investidores se protegerem da alta dos preços”, afirma a analista da Empiricus.

Destaques do pregão

As principais altas do Ibovespa no dia partiram de Via (VIIA3 +7,43%) e Magazine Luiza (MGLU3 +5,15%). Na ponta oposta, as líderes entre as quedas eram Banco Inter (BIDI11), Méliuz (CASH3) e Locaweb (LWSA3), com perdas de 4,13%, 4,05% e 3,93%, respectivamente.

Varejistas como Via e Megazine Luiza subiram em um movimento de recuperação, refletindo ainda o otimismo com os balanços do quarto trimestre. Os frigoríficos também figuraram entre os maiores ganhos do índice, em meio à expectativa de bons resultados. Marfrig (MRFG3) teve alta de 2,46% e BRF (BRFS3), de 1,27%.

A grande espera, porém, recai sobre o balanço do Itaú (ITUB4), que será publicado nesta noite, depois dos resultados decepcionantes do Bradesco (BBDC4), que derrubaram os grandes bancos no pregão de ontem. Em meio à expectativa, Itaú subiu 1,91% no pregão de hoje; Bradesco, 1,44%; Santander (SANB11), 1,8%; e Banco do Brasil (BBAS3), 1,1%.

A Suzano (SUZB3), por sua vez, caiu 3,7%, um dia depois de divulgar seu maior Ebitda da história em 2021, que somou R$ 23,5 bilhões. Impulsionada pela alta nos preços da celulose ao longo do ano, a companhia reverteu o prejuízo de R$ 10,7 bilhões registrado em 2020 e fechou 2021 com lucro de R$ 8,636 bilhões. A queda nas ações, no entanto, refletiu a cautela do mercado quanto ao aumento dos custos e despesas da companhia.

Se, por um lado, a alta da inflação nos Estados Unidos beneficia as empresas exportadoras de commodities, por outro, prejudica companhias de tecnologia, como Banco Inter, Méliuz e Locaweb, impactadas pela abertura da curva de juros futuros.

A divulgação da inflação americana também mexeu com os mercados por lá – as apostas de investidores para as altas de juros nas próximas reuniões de política monetária do Federal Reserve, o banco central dos EUA, ficaram mais fortes.

Com isso, o S&P caiu 1,84%, o Dow Jones teve baixa de 1,47% e o Nasdaq perdeu 2,1%. Na Europa, o índice Euro Stoxx 50 recuou 0,17%.

Brasília não dá trégua

Na seara fiscal, o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, afirmou que o governo desistiu de reduzir os impostos sobre a gasolina e o etanol e focará no diesel, o que, segundo reportagem do jornal O Globo, teria impacto fiscal da ordem de R$ 18 bilhões.

Já de acordo com a Folha de S. Paulo, circula a ideia de inserir a desoneração do diesel dentro do projeto de lei complementar que congela o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) dos combustíveis, parado no Senado desde o ano passado.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou em entrevista à CNN Brasil que irá pautar na semana que vem o projeto de lei e o projeto de lei complementar que tratam dos preços dos combustíveis.

Segundo Pacheco, os dois projetos estão bem encaminhados. Sobre as propostas de emenda constitucional (PECs) que tratam do assunto, Pacheco afirmou não haver necessidade de apreciação no momento.

Em dados econômicos, o volume de serviços surpreendeu ao crescer 1,4% em dezembro, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O avanço foi o dobro do estimado por analistas consultados pela Broadcast, da Agência Estado, que previam alta de 0,7%.

Com o desempenho do último mês do ano, o setor encerrou 2021 com alta de 10,9%, superando inclusive o patamar de volume de vendas pré-pandemia, de fevereiro de 2020. Em todo o ano de 2020, o recuo foi de 7,8%.

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