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Bradesco (BBDC4) tem lucro recorde em 2021, mas vê queda no 4º tri e CEO espera cenário adverso em 2022

O Bradesco encerrou o último trimestre do ano passado com lucro líquido recorrente de R$ 6,6 bilhões, queda de 2,8% em relação a igual período do ano anterior, mostra balanço divulgado na noite desta terça-feira (8) pela companhia. Em relação ao terceiro trimestre, houve baixa de 2,3%.

Ainda assim, a instituição financeira viu o lucro líquido recorrente crescer 34,7% em todo o ano de 2021 em comparação a 2020, para R$ 26,2 bilhões, um valor anual recorde para a empresa.

A carteira de crédito expandida do banco, por sua vez, terminou o ano passado com R$ 812,7 bilhões, crescimento de 5,1% sobre o que havia em setembro e de 18,3% em relação ao final de 2020.

Para 2022, o Bradesco estima uma expansão de 10% a 14% na carteira de crédito, segundo projeções publicadas minutos antes da divulgação do balanço.

Enquanto isso, a taxa de inadimplência subiu para 2,8% no quarto trimestre do ano passado, contra 2,6% no terceiro trimestre. No quarto trimestre do ano anterior, estava em 2,2%.

Os recursos destinados a cobrir possíveis calotes, chamados pelos bancos de provisões para devedores duvidosos (PDD), alcançaram R$ 4,3 bilhões no quarto trimestre, baixa de 6,2% em relação ao quarto trimestre de 2020, mas alta de 27,5% em comparação ao terceiro trimestre.

Para 2022, o banco projeta um volume de R$ 15 bilhões a R$ 19 bilhões para PDD. Em 2021, foram R$ 15 bilhões, montante 41,6% menor que o de 2020.

Em nota enviada à imprensa logo após a publicação do balanço, o CEO do Bradesco, Octavio de Lazari Jr., ressaltou que os canais digitais estão tendo uma participação “cada vez mais preponderante” nos resultados do banco. ““A economia se recuperou com o arrefecimento da pandemia e pudemos atuar com uma nova perspectiva de negócios”, ele diz.

Digital cada vez mais forte

Em 2021, os canais digitais foram responsáveis por 98% do total de transações realizadas pelos clientes do Bradesco. A produção de crédito por meios digitais já significa 30% da carteira, diz o banco. No ano passado, foram originados R$ 88,2 bilhões, o que representou um crescimento de 36% em relação a 2020.

“São exemplos relevantes que apontam para uma mudança em todas as frentes de negócios, seja na aplicação da tecnologia intensiva, seja na transformação cultural de clientes e equipes”, afirma Lazari.

O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) médio anualizado foi de 17,5% no quarto trimestre do ano passado, um queda de 1,1 ponto percentual em relação ao terceiro trimestre e 2,5 p.p ante o quarto trimestre do ano anterior. No ano todo, o retorno ficou em 18,1%, acima dos 14,8% registrados em 2020.

A margem do banco com os clientes atingiu a soma de R$ 14,7 bilhões nos últimos três meses de 2021, alta de 11,8% em relação a igual período do ano anterior e avanço de 5,2% em comparação ao terceiro trimestre.

Em 2021, o banco acumulou margem com os clientes de R$ 55,5 bilhões, expansão de 6,5% ante o número atingido em 2020. Para 2022, o Bradesco projeta crescimento de algo entre 8% e 12%.

A receita com prestação de serviços somou R$ 8,8 bilhões no período entre outubro e dezembro do ano passado, alta de 1,7% em relação a igual período do ano anterior e avanço de 1,2% em comparação ao terceiro trimestre.

No ano todo, foram R$ 34 bilhões em receita com prestação de serviços, crescimento de 4,1% sobre o número anotado em 2020. Para 2022, o Bradesco estima avanço de 2% a 6%.

As despesas operacionais, por sua vez, atingiram R$ 12,8 bilhões no quarto trimestre, alta de 12,1% em relação a igual período de 2020 e avanço de 8,3% sobre o terceiro trimestre.

Em 2021, foram R$ 46,9 bilhões em despesas operacionais, crescimento de 1,1% sobre o resultado de 2020. Para este ano, o banco estima expansão de 3% a 7%.

Entre outubro e dezembro, o Bradesco fechou 83 agências. Com isso, terminou o ano com 2.947 unidades, 448 a menos do que tinha em dezembro do ano anterior.

Cenário adverso

Para 2022, Lazari afirma que o banco continuará se esforçando para fazer “mais com menos”, apostando na eficiência e na disciplina com o orçamento.  “Nosso propósito será entregar outro balanço saudável e relevante”, diz.

Na conjuntura econômica, ele admite que não dá para ter expectativa em relação ao PIB, mas afirma que “será uma navegação em terreno conhecido, tangível e sobre o qual mantemos nível razoável de controle”.

O executivo reconhece que “o o cenário é adverso”, mas afirma também que o banco sabe “navegar contra o vento” e tem “instrumental seguro para lidar com ele”.

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