O CPI (índice de preços ao consumidor) dos Estados Unidos avançou 0,6% em janeiro, uma aceleração em relação aos 0,5% registrados em dezembro e acima do esperado por analistas de mercado. Nos últimos 12 meses, a inflação americana acumula alta de 7,5%, segundo o BLS (Secretaria de Estatísticas Trabalhistas).
A divulgação do indicador mexeu com o mercado, já que o número aponta uma chance maior de aperto monetário pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) nas próximas reuniões. Reforça esse cenário o fato de o número de pedidos de auxílio desemprego no país, que também foi divulgado nesta quinta (10), ter vindo abaixo do esperado pelo mercado.
De acordo com dados do DoL (Departamento de Trabalho dos EUA), foram 223 mil pedidos na semana encerrada em 5 de fevereiro, uma queda de 16 mil em relação à semana anterior.
As bolsas americanas abriram em queda. Às 11h45, o Dow Jones, o S&500 e Nasdaq caíam 0,41%, 0,71% e 1,14%, respectivamente.
Comida e eletricidade puxam preços
No ano passado, o indicador de preços subiu 7%, a maior inflação anual no país desde 1981, de acordo com dados da Secretaria de Estatísticas Trabalhistas (BLS).
“Elevações em indicadores de comida, eletricidade e habitação foram as maiores contribuições para a alta em todos os itens. O índice de alimentos subiu 0,9% em janeiro, após uma alta de 0,5% em dezembro. O índice de energia também cresceu 0,9% no mês, com um aumento no índice de eletricidade sendo parcialmente compensado pela queda no índice de gasolina e gás natural”, apontou o BLS em nota.
O núcleo do CPI (ou seja, todos os itens com exceção de comida e energia) subiu 0,6%, também um pouco acima do esperado pelo mercado. Foi a sétima vez nos últimos dez meses que [esse indicador] subiu pelo menos 0,5%”, destacou o órgão.
Como esse dado mexe com o mercado?
A aceleração de preços no mês passado pode puxar ainda mais as apostas de investidores para as altas de juros nas próximas reuniões de política monetária do Federal Reserve, banco central dos EUA.
Muitos especialistas já apontam sete aumentos neste ano, ou seja, a autoridade monetária da maior economia do mundo subiria a taxa básica em todas as reuniões programadas para 2022. Juros mais altos nos Estados Unidos tendem a afetar negativamente investimentos em ativos de países emergentes como o Brasil.