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Estatais entram na mira dos políticos e tiram Haddad do foco do mercado – o que marcou a semana

Futuro ministro começou a ganhar os ouvidos do mercado financeiro, mas foi atropelado por mudanças na Lei das Estatais e anúncio de Mercadante para a presidência do BNDES

Lorena Vieira

Lorena Vieira

Foto: Shutterstock/rafapress

A Bolsa fechou em alta de 0,25% na sexta-feira da semana passada, quando Fernando Haddad (PT) foi anunciado como ministro da Fazenda do governo eleito. A expectativa de queda foi frustrada não só pelo desempenho positivo das mineradoras, mas pelo fato de os investidores, resistentes ao seu nome, já estarem esperando pela indicação.

Nesta semana, Haddad começou a ocupar território e ganhar os ouvidos do mercado financeiro.

Em discurso no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), sede da transição do governo, anunciou parte de sua equipe e agradou a Faria Lima ao indicar Bernard Appy como secretário especial da equipe econômica. O principal papel do especialista será o encaminhamento da reforma tributária.

Mas os efeitos positivos pararam por aí. Isso porque o mercado tomou uma invertida do próximo governo com a confirmação de que Aloizio Mercadante será o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

A princípio a preocupação era com a possibilidade de o banco retomar o modus operandi passado, de despejar muito dinheiro no mercado – esvaziando o papel dos bancos privados – e escolher algumas empresas como campeãs nacionais.

Depois, o temor evoluiu para algo mais sério: a mudança na Lei das Estatais. No mesmo dia em que Mercadante foi anunciado para o BNDES, a Câmara dos Deputados aprovou, na calada da noite, uma mudança que diminuía drasticamente a barreira de entrada de políticos nestas companhias.

As ações de estatais como Petrobras e Banco do Brasil despencaram. O que diminuiu um pouco o mau humor do mercado foi a sinalização de que o Senado, que ainda precisa dar sinal verde para a mudança, só deve discutir o assunto no ano que vem. Mas nada garante que as mudanças serão barradas.

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Veja os destaques da Agência TradeMap na semana.

BB e brMalls deixam de ser queridinhas do Itaú BBA

A piora no mercado de ações brasileiro levou os especialistas do Itaú BBA a alterarem a lista das dez ações mais recomendadas pela instituição. Saíram da carteira Banco do Brasil (BBAS3) e brMalls (BRML3), e no lugar delas entraram Equatorial (EQTL3) e Suzano (SUZB3), respectivamente.

BlackRock reduz participação na Iochpe-Maxion

A BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, com cerca de R$ 10 trilhões sob gestão, decidiu vender parte das ações que tem da Iochpe-Maxion (MYPK3), multinacional brasileira que atua na fabricação de rodas para veículos.

Gestores compram Vale

Gestores de fundos de investimentos aumentaram a posição em papéis da Vale (VALE3) em novembro, vendo uma perspectiva positiva para a companhia com a flexibilização das medidas de restrições adotadas pela China por conta da Covid-19 e a expectativa de venda de participação na empresa de metais básicos em 2023.

Engie já está de olho em 2024

A Engie (EGIE3) volta suas atenções não somente para 2023, mas já se prepara para 2024. A companhia se mostrou otimista quanto à abertura do mercado de energia de alta tensão em 2024. Segundo o CEO da Engie Brasil, Eduardo Sattamini, esse será o principal desafio da companhia ao longo de 2023 na rota de preparação.

As empresas resilientes de 2022

Algumas empresas foram mais reslientes e registraram resultados acima da média de outras de seus setores. A estrela do ano não poderia ser outra que não a Petrobras (PETR4). A estatal brasileira teve resultados impulsionados pela alta do preço do barril Brent no início do ano e bateu de longe os concorrentes globais.

Agenda

A semana que vem apresenta uma agenda mais fraca diante dos últimos dias do ano. No mercado brasileiro, o destaque é a divulgação do IPCA-15, a ser feita na sexta-feira (23) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

No mês passado, o indicador registrou alta de 0,53%, uma boa aceleração em relação à elevação de 0,16% registrada em outubro. Ainda assim o patamar ficou um pouco abaixo do esperado pelo mercado, perdendo fôlego em itens menos voláteis de serviços e bens industriais, os chamados núcleos de inflação.

Em novembro, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) subiu 0,41%, desacelerando em relação aos 0,59% de alta de outubro. No acumulado do ano, a inflação chega a 5,13%, e nos últimos 12 meses a 5,90%.

Lá fora, na quinta-feira (22), sai a revisão do PIB dos Estados Unidos referente ao terceiro trimestre. O indicador cresceu 2,6% no terceiro trimestre, uma alta um pouco maior do que o projetado por analistas, que acreditavam em crescimento de 2,4% no período.

O salto ocorreu após a economia americana tombar 0,6% no segundo trimestre, em meio a pressões inflacionárias e impactos da guerra entre Rússia e Ucrânia.

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