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Vale (VALE3) retoma posto de ação mais recomendada e se junta a Itaú (ITUB4) – veja ranking

Mineradora ocupou a primeira posição em nove dos 10 meses deste ano

Foto: Shutterstock

A Vale (VALE3) pode até ter deixado o posto de ação mais recomendada por analistas no mês de setembro, mas sua ausência foi rápida.

De acordo com as carteiras recomendadas de 14 corretoras consultadas pela Agência TradeMap, a ação da mineradora voltou a ser a mais indicada para investir em outubro – mesmo após ter valorizado 11,7% no último mês.

O protagonismo, porém, é dividido.  Dessa vez, a Vale ficou empatada com o Itaú Unibanco (ITUB4), que havia ficado na liderança de setembro, junto com o Assaí (ASAI3), que agora caiu para a terceira posição.

O retorno da Vale, na visão de analistas do BB Investimentos, ocorre em um momento político favorável na China, com perspectivas de redução na política de tolerância zero à Covid-19 e de um maior foco no crescimento econômico, o que deve impulsionar a demanda por minério de ferro.

No top 5 das ações mais recomendadas, completam a lista a Prio (PRIO3), que está no ranking desde agosto, e a estreante Ambev (ABEV3).

A entrada da Ambev na lista está ligada à expectativa de que a economia brasileira se sairá melhor do que a de outros países no curto prazo, devido ao fim do ciclo de alta de juros e à desaceleração da inflação. O BTG Pactual menciona ainda a substituição de ações que podem ser mais afetadas pelo resultado das eleições por papéis mais ligados à economia doméstica.

“Os riscos de baixa são [e continuarão sendo] muitos nesses próximos meses, à medida em que o ciclo contracionista em âmbito global deixa menos espaço para o apetite ao risco, motivo pelo qual adotamos, para outubro, uma preferência maior por papéis cíclicos e com exposição ao cenário doméstico, em detrimento às exportadoras e produtoras de commodities”, explicam analistas do BB-BI.

Além disso, o BB-BI pontua ainda que a tese de Ambev pode ser beneficiada por eventos como a Copa do Mundo neste final de ano. O BTG menciona também a atividade econômica surpreendentemente positiva e a baixa taxa de desemprego como fatores que devem impulsionar a demanda por bebidas nos próximos trimestres.

Confira os cinco papéis mais indicados para o mês de outubro. Vale ressaltar que mais de uma ação recebeu cinco indicações, e a liquidez foi usada como critério para a seleção final.

Itaú

Veterano na seleção de ações mais recomendadas, o Itaú segue se destacando por seu momento operacional superior ao de outros bancos, além de seu maior peso no Ibovespa, o que, na análise do BB-BI, “deve manter o Itaú como opção óbvia para aproveitar a percepção de desconto do mercado brasileiro ante demais emergentes”.

Os analistas do BB destacam ainda o resultado sólido apresentado pelo Itaú no segundo trimestre, especialmente em um cenário de crescente apreensão com a inadimplência, que pode pressionar os resultados do setor financeiro de maneira geral.

“Em nossa visão, a melhora relevante do Itaú em diversos segmentos, desde crédito até seguros, foi capaz de sobrepor parcialmente o aumento sutil da sua inadimplência e seu nível de crédito baixados”, escrevem analistas da Guide Investimentos. “Acreditamos que o Itaú entregou uma melhora no seu mix de crédito, com segmentos mais rentáveis na carteira, o que ajudou a elevar a taxa média de rentabilidade”, completam.

O BB menciona ainda a posição do Itaú para tirar vantagem da modernização do setor bancário, com avanços na digitalização da plataforma, parcerias estratégicas, forte controle de despesas e histórico de iniciativas sustentáveis. Analistas do Santander concordam: “Sua estratégia phygital (físico + digital), que busca integrar agências físicas e empreendimentos digitais, é um diferencial entre os grandes bancos brasileiros.”

Vale

Apesar da valorização de 11,7% no mês de setembro, as ações da Vale seguem descontadas, na avaliação do BB-BI, que adicionou o papel da mineradora à sua carteira neste mês, e tendem a subir diante da melhora de expectativas para a demanda de minério de ferro na China.

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A Órama também se apoia na alta do minério para justificar a inclusão da Vale no portfólio: “O preço do minério tem declinado, mas ainda se mantém acima da média histórica. A expectativa é de manutenção neste patamar atual, o que assegura um preço ainda muito bom para a Vale, ampla geração de caixa e capacidade de pagamento de proventos.”

O BB-BI menciona ainda a reorganização das operações de metais básicos anunciada recentemente. “Acreditamos que esse movimento pode ser visto como positivo pelo mercado, pois é um primeiro passo para uma futura abertura de capital da divisão, com chances para destravar valor por ativos que vão em linha com o processo global de transição energética”, afirmam os analistas.

Assaí

No segundo trimestre, o Assaí reportou resultados sólidos, na análise da Guide, refletindo a maior procura pelo modelo de atacarejo diante do cenário macroeconômico desafiador. Outro fator que jogou a favor do formato de lojas operado pela varejista foi o retorno da atividade de restaurantes e bares.

“Foi observado notável ganho de marketshare e bom controle de despesas, além de uma melhora na margem Ebitda, diferentemente dos concorrentes, mostrando sua eficiência operacional superior”, escrevem os analistas da Guide.

E essa tendência, na avaliação do Santander, deve continuar: “Esperamos que o Assaí se beneficie dos pagamentos de auxílios governamentais, que tendem a alavancar as vendas de produtos de consumo básico”, afirmam.

“Considerando o momento atual, em que o consumidor está com seu poder de compra pressionado, e dado o alto nível de inflação nos últimos meses, em especial na categoria de alimentos, enxergamos o segmento de atacarejo bem posicionado, visto a competitividade de preços apresentada no formato”, completam os analistas.

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A Guide menciona ainda a forte geração de caixa da varejista, seu crescimento acelerado, a execução bem definida de seu plano de expansão e a experiência do time de gestão.

Prio

A escolha pelas ações da Prio, por parte do Itaú BBA, se baseia nas perspectivas de crescimento e nos patamares de altos preços de petróleo nos próximos meses. “Nossa tese de investimento na Prio é baseada em um potencial de crescimento expressivo, apoiado por oportunidades orgânicas e inorgânicas”, afirmam os analistas.

A Prio, na visão do Itaú BBA, se beneficia da integração de mais de um campo por meio de um único FPSO (navio utilizado pela indústria petrolífera para exploração, armazenagem e escoamento de petróleo e/ou gás natural), o que gera redução de custos operacionais e investimentos.

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Nesse sentido, a Elite Investimentos cita também a queda no custo de extração que vem sendo registrada pela Prio, por meio de maiores volumes e eficiência. “Com a manutenção de sua estratégia de investimentos em poços com reservas comprovadas e de custos de extração competitivos, acreditamos na continuidade do crescimento da Prio”, afirmam os analistas.

Ambev

A aposta nas ações da fabricante de bebidas tem como objetivo, de acordo com as instituições financeiras, ganhar exposição ao mercado doméstico, além de tirar proveito de eventos como a Copa do Mundo. “Vemos as ações como uma boa jogada defensiva com o que tem sido um ambiente de consumo doméstico mais favorável”, resumem os analistas do BTG.

Na avaliação do BTG, a Ambev deve se beneficiar do fortalecimento da indústria, do enfraquecimento de alguns concorrentes, da melhoria do mix de embalagens, de iniciativas comerciais e da força do portfólio comercial. Além disso, o banco acredita que a companhia está bem posicionada para implantar uma precificação mais forte no segundo semestre.

“Esperamos que a combinação de uma estratégia comercial bem executada e do ambiente de negócios mais propício para o aumento do consumo de bebidas no quarto trimestre de 2022 tragam maior atratividade para as ações da Ambev”, concluem os analistas do BB-BI. Em relação ao fim do ano, a perspectiva do banco é que a sazonalidade, já favorável por conta de festas de fim de ano e do clima mais quente, seja impulsionada pela Copa do Mundo.

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