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Mais otimista, Itaú (ITUB4) aposta no crédito ao consumo e lucro cresce 17,4% no 2º trimestre

O lucro líquido ficou acima das projeções de BTG, BofA e XP, mas frustrou Goldman Sachs e Santander

Foto: Shutterstock

O Itaú Unibanco (ITUB4) — que publicou balanço com os resultados para o segundo trimestre na noite desta segunda-feira (8) — atingiu um lucro líquido de R$ 7,67 bilhões no período, alta de 17,4% em relação ao mesmo período do ano passado, um resultado marcado principalmente pela aposta do banco no crédito ao consumo, em linhas como cartão de crédito e crédito pessoal, que geram retornos maiores quando os juros sobem.

A carteira de crédito total do Itaú terminou o segundo trimestre com R$ 1,084 trilhão, aumento de 19,3% ante resultado de igual período do ano passado.

Nesse tipo de comparação, o crédito para pessoa física cresceu mais do que o para pessoa jurídica, com avanço de 33,1%, com destaque para as linhas voltadas ao consumo, como o cartão de crédito com alta de 43,1% e o crédito pessoal, com expansão de 33,8%.

Entre as empresas, o crédito para grandes companhias teve crescimento mais tímido, de 18,9%, enquanto os micro, pequenos e médios negócios viram a carteira subir 29,8%.

O crédito para consumo tem crescido apesar da conjuntura macroeconômica desfavorável, com inflação e juros em alta, que em geral piora as condições de pagamento das dívidas.

Neste contexto, porém, os bancos têm visto vantagem em turbinar o crédito ao consumidor, pois, embora o risco seja maior, os juros estão maiores e podem render retornos mais atrativos para as instituições, desde que o banco consiga controlar o avanço da inadimplência.

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Não por acaso, a chamada margem financeira com clientes do Itaú — que nada mais é do quanto o banco ganha com juros nas operações de crédito — cresceu 30,9% no segundo trimestre, na comparação anual, para R$ 21,9 bilhões.

Já a taxa de inadimplência ficou praticamente estável, com um leve aumento de 0,10 ponto percentual, de 2,6% no primeiro trimestre para 2,7% no segundo trimestre. Um ano antes, era de 2,3%.

Por outro lado, o banco viu despencar a margem financeira com o mercado — o quanto o banco ganha em operações de crédito com outras instituições financeiras –, em razão do aumento da Selic, que torna mais caro a captação de recursos no mercado para depois emprestar a clientes.

No segundo trimestre, a margem com o mercado caiu 67,4% em um ano, para R$ 650 milhões. Bancos como Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11), que já divulgaram seus resultados, também apresentaram a mesma dinâmica, de melhora na margem com clientes, mas piora na margem com o mercado.

Com o aumento do risco, o Itaú também elevou as despesas com recursos para cobrir eventuais calotes, as chamadas provisões para devedores duvidosos (PDDs). No segundo trimestre, foram R$ 7,5 bilhões em despesas com provisões, alta de 60,6% em um ano.

De qualquer forma, o Itaú conseguiu melhorar a sua rentabilidade. No segundo período, o retorno sobre o patrimônio líquido médio anualizado subiu para 20,8%, acima dos 18,9% de um ano antes.

O lucro líquido do Itaú Unibanco, de R$ 7,67 bilhões, superou as expectativas dos analistas do BTG Pactual, do Bank of America e da XP. Os dois primeiros estimavam ganhos de R$ 7,38 bilhões, enquanto a XP projetava R$ 7,3 bilhões.

O resultado ficou abaixo da projeção do Goldman Sachs, de R$ 7,75 bilhões, e do Santander, de R$ 7,92 bilhões.

Mais otimismo

Após a divulgação dos resultados do segundo trimestre, o Itaú revisou para cima as projeções para o ano, em especial para a carteira de crédito. Antes, o banco projetava um crescimento para a carteira entre 9% e 12%. Agora, estima um avanço de 15,5% a 17,5%.

A expectativa para a margem financeira com os clientes também foi elevada. Antes, esperava-se expansão de 20,5% a 23,5%. Agora, projeta-se aumento de 25% a 27%. A projeção para a margem financeira com o mercado foi mantida, em algo entre R$ 1 bilhão e R$ 3 bilhões.

A previsão para o custo de crédito (provisões) teve um ligeiro aumento, de um intervalo de R$ 25 bilhões a R$ 29 bilhões para R$ 28 bilhões a R$ 31 bilhões.

A receita com tarifas e prestação de serviços — que somou R$ 10,5 bilhões no segundo trimestre, alta de 8,3% em um ano — também teve projeção para o ano todo revisada para cima. A expansão esperada, antes de 3,5% a 6,5%, passou para algo entre 7% e 9%.

Juros sobre capital próprio

O Itaú comunicou que o conselho de administração aprovou o pagamento de juros sobre o capital próprio (JCP) no valor de R$ 0,306500 por ação, com retenção de 15% de imposto de renda na fonte, resultando em juros líquidos de R$ 0,260525 por ação.

Serão excluídos dessa retenção os acionistas pessoas jurídicas comprovadamente imunes ou isentos, que serão pagos no dia 30 de agosto, tendo como base de cálculo a posição acionária final registrada no dia 18 de agosto, com suas ações negociadas “ex-direito” a partir do dia 19.

Itaú

 

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