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Governo corre para convencer BC a cortar juros e evitar recessão – o que vem pela frente

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a escorregada no PIB foi causada pelo nível elevado da Selic, a taxa básica de juros

Foto: Shutterstock/whiteMocca

A queda do PIB (Produto Interno Bruto) do quarto trimestre do ano passado, de 0,2%, mostrou que a economia já começa a patinar devido ao obstáculo criado pelos juros altos, que encarecem o crédito e inibem o consumo. 

Ainda que não generalizada entre os agentes econômicos, a ideia de uma recessão econômica já é citada por algumas instituições. A Capital Economics acredita que no primeiro trimestre de 2023 o Brasil entrará em recessão técnica – com dois trimestres seguidos de queda no PIB.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, descartou a hipótese de mais um trimestre de contração na economia, mas disse que a escorregada no PIB foi causada pelo nível elevado da Selic, a taxa básica de juros.

A Selic saiu de 2% em março de 2021 para 13,75% ao ano em meados do ano passado, e permanece neste nível desde então. A arrancada ocorreu para inibir a inflação, que também decolou no período.

Nos últimos meses, a alta de preços desacelerou, mas o Banco Central segue preocupado – e por isso ainda não reduziu os juros. A instituição acha que a inflação pode levar tempo para cair, em parte porque falta o governo esclarecer como fará o controle das despesas públicas.

Diante disso e após o resultado do PIB, o ministro Haddad indicou que vai agir para acelerar a organização da estrutura fiscal. Na quarta-feira (1º), ele informou em entrevista que  o estudo desenvolvido pelo governo sobre a nova âncora fiscal que substituirá o teto de gastos estaria concluído nesta semana.

O trabalho será encaminhado para análise de Lula e pode ser apresentado antes da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) deste mês, agendada para os dias 21 e 22 deste mês.

Isso é importante para que o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) seja enviado pelo Executivo ao Congresso com formato final, atualizado pela nova regra fiscal. Anualmente, a LDO tem que ser encaminhada pelo governo até 15 de abril e aprovada pelo Legislativo até 30 de junho.

O objetivo do governo é tirar a incerteza fiscal da frente, contribuindo para a queda nos juros e para afastar o risco de recessão logo no começo de mandato.

Não por acaso o presidente Lula autorizou a reoneração dos combustíveis no início de março. Mesmo impopular, a medida foi implementada para gerar aumento de receita e evitar que o rombo nas contas públicas fique fora de controle.

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Agenda da próxima semana

Um indicativo de como a economia brasileira se comportou em fevereiro será dado na segunda-feira (6), com a divugação pela Anfavea, associação de montadoras, dos números de produção, emplacamentos e exportações de veículos no mês passado.

Em janeiro, a venda do setor subiu 12,9% e a produção teve alta de 5%, mas o avanço deveu-se à base de comparação mais fraca de igual período de 2021. A entidade destacou, na ocasição da apresentação desses dados, que o mercado já dava sinais de desaceleração.

Na quinta (9), será a vez do Ministério do Trabalho, no Brasil, publicar os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) de janeiro, mais um indicativo do andamento da economia no país.

Em dezembro, o país eliminou 431 mil vagas com carteira assinada, mais do que o esperado pelo mercado. O saldo negativo foi 47% maior do que o registrado no último mês de 2021.

E, no Brasil, a semana termina como IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de fevereiro, que a depender do resultado, poderá ser mais um fator de pressão para o Copom (Comitê de Política Monetária) reduzir o patarmar da Selic. 

Nos Estados Unidos, a quarta-feira (8) é dia de publicação do relatório ADP, com informações de emprego no setor privado em fevereiro. No primeiro mês do ano, os dados mostraram forte desaceleração em relação a dezembro.

E a secretaria de estatísticas trabalhistas americana (BLS) divulga, na sexta (10), o payroll de fevereiro, com a criação de vagas no mercado americano.

O relatório de janeiro mostrou a criação de mais de 500 mil empregos no país, quase três vezes acima do que o mercado esperava. O aquecimento das atividades pode impedir a manutenção da taxa básica local no patamar atual. 

Veja os destaques da semana da Agência TradeMap.

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