Bolsa recua após medidas do governo e ações de varejo pressionam Ibovespa

Fonte: Shutterstock/Bigc Studio

O Ibovespa encerrou a quarta-feira (13) em queda de 0,89%, aos 136.687 pontos, devolvendo parte dos ganhos da véspera, em meio à cautela com o pacote de medidas do governo para mitigar os efeitos da tarifa de 50% imposta pelos EUA sobre produtos brasileiros.

O presidente Lula lançou a Medida Provisória Brasil Soberano, que prevê R$ 30 bilhões em crédito subsidiado, R$ 4,5 bilhões em aportes a fundos garantidores e até R$ 5 bilhões em créditos tributários para exportadores. O plano inclui a ampliação do Reintegra para empresas de todos os portes que vendem aos EUA, prorrogação de um ano do regime de drawback, reforma do Fundo Garantidor de Exportações e flexibilização de compras públicas para absorver produtos perecíveis destinados ao mercado externo. As empresas beneficiadas precisarão manter empregos, e haverá fiscalização do governo.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou a tarifa como “injustificável” e “inusitada”, afirmando que o Brasil sofre retaliação política e econômica. A resposta incluirá ações na OMC e reforço aos mecanismos de crédito e seguro. Lula, por sua vez, intensifica diálogos com líderes do Brics para ampliar parcerias e reduzir a dependência dos EUA, criticando o protecionismo de Washington.

No mercado, as ações de consumo e varejo recuaram após dados do IBGE mostrarem queda de 0,1% nas vendas de junho em relação a maio, terceira retração consecutiva e em contraste com a expectativa de alta. O resultado reflete o impacto do aperto monetário, com a Selic em 15%, que restringe o crédito e enfraquece o consumo, apesar de um mercado de trabalho ainda aquecido.

O Pão de Açúcar (PCAR3) liderou as perdas do varejo, despencando 10,56%, pressionado também pela renúncia de Fréderic Garcia ao cargo de diretor de Negócios e por tensões internas na gestão. Na sequência, Petz (PETZ3) caiu 5,91%, Assaí (ASAI3) recuou 4,98% e Magazine Luiza (MGLU3), 4,27%.

A maior queda do dia foi da CVC (CVCB3) que despencou 10,78%, sua maior desvalorização do ano, após divulgar balanço do 2T25 com prejuízo líquido ajustado de R$ 15,9 milhões, frustrando parte das expectativas do mercado. Apesar disso, no acumulado do semestre, a companhia reverteu perdas e registrou lucro de R$ 8,1 milhões. O Ebitda ajustado avançou 31,3% no trimestre, impulsionado pelo segmento B2B e pela operação na Argentina, mas o cenário de juros elevados e crédito restrito mantém a perspectiva de consumo desaquecido nos próximos 12 meses, segundo a própria gestão.

Na ponta oposta, a MRV (MRVE3) avançou 6,63% após divulgar resultados alinhados às expectativas, com forte desempenho no Brasil, mas perdas no exterior. Já no mercado de criptoativos, o Bitcoin voltou a US$ 120 mil e o Ethereum aproxima-se de sua máxima histórica.


As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:


Altas

• MRV (MRVE3): +6,63%

• SLC Agrícola (SLCE3): +1,35%

• Brava Energia (BRAV3): +1,22%

• Natura (NATU3): +1,16%

• Localiza (RENT3): +1,10%


Baixas

• CVC (CVCB3): -10,78%

• Pão de Açúcar (PCAR3): -10,56%

• Petz (PETZ3): -5,91%

• Assaí (ASAI3): -4,98%

• Magalu (MGLU3): -4,27%


EUA

Os principais índices de Nova York encerraram o dia em alta:

• Dow Jones: +1,04%

• Nasdaq: +0,14%

• S&P 500: +0,32%


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