Mais uma temporada de balanços termina nesta semana. O período foi marcado por altos e baixos. Por um lado, os juros elevados e a inflação retraíram o consumo. Do outro, o repasse de preços em alguns setores possibilitou o aumento dos ganhos.
E a conclusão de tudo isso é: o terceiro trimestre de 2022 confirmou alguns percalços e desmitificou outros.
Se no primeiro semestre do ano, os bancos afirmavam que o cenário para a inadimplência iria se acomodar na reta final de 2022, não foi exatamente isso que aconteceu. Dos bancos privados, Santander (SANB11) e Bradesco (BBDC4) sofreram muito no período pela exposição a pessoa física, enquanto o Itaú Unibanco (ITUB4) se mostrou mais conservador diante do cenário adverso e se saiu melhor.
Leia também:
Com inadimplência em alta, Bradesco tem lucro frustrante e vê retorno cair para 13%
O Nubank (NUBR33), que divulga os resultados nesta segunda-feira (14), após o fechamento do mercado, pode mostrar ainda mais essa deterioração dos bancos no trimestre. Cada vez mais com cara de “bancão”, a fintech brasileira, que tem capital aberto nos Estados Unidos, está muito exposta ao cartão de crédito.
Pior de tudo isso, é que o Nubank é altamente exposto também a pessoas físicas, o que aumenta ainda mais o risco de inadimplência.
Segundo o analista CNPI da Agência TradeMap, Jader Lazarini, como a fintech tem provisões menos consolidadas que os pares tradicionais, é de se esperar uma retração ainda mais forte do lucro para a composição da provisão para devedores duvidosos.
O setor de varejo também sofreu muito nesse período. O poder de compra reduzido, devido aos juros e inflação elevados, fez com o que as pessoas deixassem de adquirir algum produto ou escolhesse outro de menor valor, derrubando o lucro das empresas.
Do lado positivo, vimos empresas como Petrobras (PETR4; PETR3), Suzano (SUZB3), Klabin (KLBN11), Petz (PETZ3), Engie (EGIE3), entre tantas outras, se beneficiando de repasse de preços.
Veja também:
Petrobras: Brent em alta e maior volume de vendas impulsionam resultados do 3º trimestre
Dito isso, o que se pode afirmar é que setores mais sensíveis como varejo, bancos e algumas commodities, por exemplo, mostraram ser mais suscetíveis aos desafios da economia global e tiveram números abaixo da expectativa.
Nesta semana, cinco empresas vão divulgar os resultados do terceiro trimestre do ano, fechando, assim, a temporada de balanços de 2022. No final de janeiro de 2023, serão divulgados os números dos três últimos meses deste ano.
Abaixo, veja a agenda completa dos balanços que serão acompanhados de perto pela Agência TradeMap.