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Aprovada há exatos 2 anos, autonomia do BC é colocada em xeque – o que marcou a semana

Entre os eventos dos próximos dias, estão a divulgação do índice de preços ao consumidor dos EUA de janeiro e do IBC-Br de dezembro

Foto: Shutterstock/Jo Galvao

As críticas ferrenhas feitas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à condução da política monetária pelo Banco Central dominaram o noticiário econômico nesta semana e prometem não sair de foco nos próximos dias.

O presidente da República questionou tanto a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) de manter a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano, quanto a importância da autonomia do Banco Central, aprovada há exatos dois anos.

Para Lula, os juros estão altos demais e impedem a recuperação da economia. Eles disse também que antes era possível controlar a inflação mesmo com o governo tendo mais influência na instituição.

As declarações foram rebatidas por muitos políticos e economistas liberais, como Armínio Fraga e Gustavo Loyola, ex-presidentes do BC. Ao Estadão, Armínio, que apoiou a candidatura do petista à Presidência, afirmou que as críticas à autarquia são um “equívoco”.

No Congresso, responsável por qualquer mudança na lei que deu autonomia ao BC, o líder do governo, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), assumiu o papel de apaziguar os ânimos, e coube ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, manter o discurso técnico em contraponto ao político, de Lula.

Enquanto isso, a retórica de Lula vai deixando consequências. O mercado financeiro agora teme que o governo tente reverter a autonomia do Banco Central ou mudar a meta de inflação para forçar a queda dos juros – algo que, segundo o Estadão, chegou a ser discutido entre Haddad e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Diante do cenário montado, a fala de Campos Neto a respeito do tema é esperada. Ele terá oportunidade especial para isso na segunda-feira (13), no programa de entrevistas Roda Viva, da TV Cultura, já aguardado pelo mercado.

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Agenda da semana

Nos Estados Unidos, o mercado aguarda a divulgação do CPI (índice de preços ao consumidor) de janeiro, na terça-feira (14).

O indicador pode ajudar a calibrar as expectativas dos investidores, que deixaram de esperar uma pausa na alta dos juros americanos após dados do payroll mostrarem que os Estados Unidos criaram 500 mil empregos no mês passado, quase o triplo do previsto.

Com o resultado, foi por água abaixo alguma chance de o Federal Reserve, o banco central americano, manter os juros estáveis na próxima reunião de política monetária, em março.

Investidores chegaram a levantar essa hipótese depois de Jerome Powell, presidente do Fed, ter sinalizado mais confiança na perda da força da inflação.

Na quinta (16), o escritório de estatísticas trabalhistas americano (BLS) informa o PPI (índice de preços ao produtor) de janeiro, que também dá sinais sobre as perspectivas de preços na economia americana.

No mesmo dia, no Brasil, o Banco Central divulga o IBC-Br (Indicador de Atividade Econômica do Banco Central) de dezembro, que dá uma referência sobre o PIB (Produto Interno Bruto). Os dados são relativos a dezembro, antes do início do mandato de Lula.

Em novembro, o índice apresentou recuo de 0,55%, na comparação com outubro.

A zona do euro também conta com a sua prévia do PIB. O bloco econômico divulga os dados relativos ao quarto trimestre, na terça.

Veja os destaques da semana da Agência TradeMap.

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