Light (LIGT3) afasta rumores de recuperação judicial e ação dispara mais de 7%

No terceiro trimestre de 2022, a empresa possuía um caixa de R$ 4 bilhões, enquanto a dívida líquida era de R$ 8,729 bilhões

Foto: Shutterstock/biDaala studio

Com uma queda acumulada de 17,63% nos últimos sete dias, a Light (LIGT3) devolve parte das perdas nesta quarta-feira (8), após a companhia afastar rumores de recuperação judicial, segundo comunicado enviado ao mercado na noite de ontem.

Desde o final de janeiro, quando a empresa anunciou a contratação da consultoria Laplace Finanças para ajudar na reestruturação financeira, o mercado vem repercutindo a delicada situação da companhia.

No terceiro trimestre de 2022, a Light possuía um caixa de R$ 4 bilhões, enquanto a dívida líquida era de R$ 8,729 bilhões. Esse montante, mais a contratação da Laplace, deixou o mercado apreensivo, diante da possibilidade de a Light não conseguir honrar seus compromissos.

No entanto, Eduardo Nishio, head de research da Genial Investimentos, disse que a negativa da empresa de que não estaria na “iminência de pedir recuperação judicial”, como amplamente divulgado na imprensa, é positivo.

“A empresa tem atualmente R$ 4 bilhões em disponibilidades, o suficiente para quase três anos de amortização da sua dívida. Além disso, imaginamos que a renovação da sua concessão dará um folego extra para a rolagem da dívida”, explica Nishio.

Os problemas

A Light atua majoritariamente como distribuidora de energia no Rio de Janeiro, principalmente na região metropolitana da capital, onde enfrenta diversos desafios. Entre eles, a concessionária sofre muito com furtos de energia e com a dificuldade de fazer a medição em algumas regiões da cidade.

Além disso, o mercado também está atento à participação de Carlos Alberto Sicupira, que tem 10% da Light. Conhecido como Beto Sicupira, o executivo faz parte do trio de ferro da 3G Capital, que tem parcela relevante em empresas como a Americanas (AMER3), que acaba de entrar em recuperação judicial.

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A desconfiança é tanta que a Light pode vir a ter dificuldade na negociação de dívidas, visto que o curto prazo é bem complicado, além do histórico recente da Americanas, que pode ter deixado os credores mais receosos com esse tipo de empresa, com caixa equivalente ou menor ao tamanho da dívida.

Uma das saídas para a Light pode ser um follow-on (oferta de ações) para captar recursos e ganhar fôlego financeiro.

O que diz o mercado

Embora o momento seja delicado e de difícil previsibilidade, dados da Refinitiv disponíveis no TradeMap mostram que, do total de oito casas que possuem recomendação para a Light, cinco indicam manter o papel, duas para vender e uma para compra.

Por volta de 12h50, a ação ordinária da empresa tinha alta de 7,90%, a R$ 2,87.

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