A atividade econômica no Brasil começou 2022 em baixa, segundo o Bank of America (BofA). Não só caiu pelo quinto mês consecutivo em janeiro, como atingiu o menor nível desde junho de 2020. Naquela época, o país sentia o baque inicial da pandemia de Covid-19. Desta vez, a história não é muito diferente.
Segundo o BofA, o indicador coincidente sobre a atividade econômica no Brasil caiu de -0,35, em dezembro, para -0,83, em janeiro. “A nova onda de contaminações por Covid motivada pela variante Ômicron trouxe mais ameaças, com um grande número de trabalhadores que testaram positivo faltando ao trabalho”, disse o banco, em um relatório.
“A normalização do cenário global para a Covid-19 sofreu atraso por desdobramentos recentes e pode desacelerar o crescimento ainda mais no início do ano”, acrescentou.
Casos de Covid-19 e mortes provocadas pela doença no Brasil

A maior contribuição negativa para a atividade do Brasil em janeiro partiu das vendas de automóveis, mas a alta nos juros e a redução nas transferências de renda pelo governo federal também pesaram sobre o resultado geral.
O BofA apontou que o “ruído político” antes das eleições de outubro é um fator que pode prejudicar a atividade do país, assim como a continuidade da alta nos juros — o banco espera que a Selic suba pela última vez em março, para 11,25% ao ano, ante o patamar atual de 10,75%.
A previsão do BofA é de que a economia brasileira crescerá 1,1% neste ano — uma leitura acima das expectativas do mercado, que espera expansão bem menor, de 0,30%, segundo a edição mais recente do Boletim Focus.
O indicador oficial sobre a atividade econômica do Brasil referente a dezembro e ao ano de 2021 será divulgado na próxima sexta-feira (11) pelo Banco Central.