Ranking de Investimentos de novembro de 2025

Fonte: Shutterstock/Andrii Yalanskyi

Novembro foi marcado por eventos relevantes no Brasil e no exterior, que influenciaram diretamente o comportamento dos mercados e o desempenho das principais classes de ativos. Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump encerrou em 13 de novembro a mais longa paralisação do governo federal, que durou 43 dias. Com o fim do shutdown, serviços voltaram a operar e indicadores represados foram divulgados, como o payroll, que registrou a criação de 119 mil vagas em setembro e taxa de desemprego de 4,4%, o maior nível em quase quatro anos. As negociações comerciais entre Estados Unidos e China também avançaram, com redução de tarifas adicionais sobre produtos chineses. 

 

No Brasil, houve progresso nas tratativas comerciais com os Estados Unidos, incluindo a retirada de tarifas sobre 249 produtos e avanços em temas como biocombustíveis, tecnologia e minerais estratégicos. O IPCA subiu 0,09% em outubro, desacelerando em relação a setembro, e acumulou 4,68% em 12 meses, ambos resultados abaixo do esperado pelo mercado. O Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master, e o mês também foi marcado pela prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro e pelo encerramento da temporada de balanços do terceiro trimestre de 2025. 

 

Com esse ambiente, confira o desempenho de cada classe de ativo em novembro. 

 

Maiores rentabilidades

MSCI Brasil  (+7,67%) 

O MSCI Brasil liderou os ganhos do mês, impulsionado pelo bom desempenho das principais empresas brasileiras da carteira. O Nubank, responsável por 12,97% do índice, registrou lucro recorde de US$ 783 milhões no terceiro trimestre, aumento de 39% em relação ao mesmo período do ano anterior. O Itaú, com peso de 9,27%, apresentou lucro líquido recorrente de R$ 11,9 bilhões, avanço anual de 11,3%. A Petrobras registrou lucro de US$ 6 bilhões, alta anual de 2,7% e crescimento de 27,3% em relação ao trimestre anterior. A temporada de balanços do terceiro trimestre foi o principal fator para a alta do índice. 

 

IBRX 100 (+6,43%) 

O IBRX 100 subiu 6,43%, refletindo o desempenho positivo das companhias de maior liquidez da B3. A Vale, que representa 11,23% do índice, aprovou o pagamento de R$ 3,58 por ação em dividendos e juros sobre capital próprio. A Axia Energia, antiga Eletrobras e dona de 4,95% de participação no índice, acelerou o pagamento de dividendos e ampliou sua base de investidores. O Bradesco, com peso de 3,94%, contribuiu para o resultado após divulgar lucro líquido recorrente de R$ 6,2 bilhões no terceiro trimestre, alta anual de 18,8%. 

  

Ibovespa (+6,37%) 

O Ibovespa avançou 6,37% e acumulou uma sequência de pregões de alta no início do mês, superando os 159 mil pontos no último pregão de novembro. A inflação abaixo do esperado, o maior otimismo com cortes de juros em 2026 e o alívio após o fim do shutdown nos Estados Unidos contribuíram para o desempenho positivo. Entre as ações que impulsionaram o índice estão MRV, com alta de 23,02% no mês, Magazine Luiza, que subiu 21,37%, RD Saúde, com 20,05%, e Vamos, que avançou 18,21%. 

   

Small Caps (+6,03%) 

O índice Small Cap registrou alta de 6,03%, influenciado por movimentos importantes das empresas de menor capitalização. A Cosan, que representa 5,76% do índice, teve prejuízo de R$ 1,1 bilhão no terceiro trimestre, mas reforçou seu caixa com captação de R$ 10,5 bilhões em ofertas públicas. A Renner, com peso de 4,61%, apresentou lucro líquido de R$ 279 milhões, alta de 9,4% em relação ao ano anterior. O Assaí, com participação de 3,92%, registrou lucro de R$ 195 milhões e teve aumento de participação de investidores institucionais. 

  

IDIV (+5,31%) 

O Índice Dividendos registrou alta de 5,31%, impulsionado por empresas que se destacaram na remuneração aos acionistas. A BB Seguridade, com participação de 5,54%, reportou lucro de R$ 2,56 bilhões no terceiro trimestre, avanço anual de 13,1%. A Itaúsa, com peso de 4,22%, apresentou lucro recorrente de R$ 4,12 bilhões, alta de 6% em relação ao ano anterior. A Vale, com 4,88% de participação, reforçou o índice com a aprovação de R$ 3,58 por ação em dividendos e JCP. 

  

Menores rentabilidades 

Ethereum (-22,18%) 

O Ethereum registrou a maior queda entre os ativos analisados, com recuo de 22,18%. O fechamento prolongado do governo americano e a ausência temporária de dados econômicos aumentaram a incerteza no mercado. A perspectiva de juros elevados e a menor disposição dos investidores a assumir risco penalizaram diretamente as criptomoedas, que são particularmente sensíveis ao ambiente de liquidez global. 

 

Bitcoin (-17,83%) 

O Bitcoin recuou 17,83% diante da maior aversão ao risco global e da incerteza sobre a trajetória dos juros nos Estados Unidos. A queda foi acentuada pela fuga de ativos de tecnologia e pela venda de grandes volumes por investidores conhecidos como “baleias”. O payroll contribuiu para aumentar as dúvidas sobre a decisão do Federal Reserve em dezembro, pressionando ainda mais o mercado cripto. 

 

BDRX (-10,21%) 

O BDRX recuou 10,21%, afetado pelo desempenho mais fraco de empresas estrangeiras. A Nvidia, responsável por 10,03% do índice, foi pressionada após notícia de que a Meta pode direcionar parte dos investimentos em chips para o Google. A Berkshire Hathaway reduziu sua participação na Apple, que representa 9,38% do índice, o que também influenciou o desempenho negativo. 

 

Nikkei 225 (-4,12%) 

O Nikkei 225 registrou queda de 4,12%, impactado pela contração da atividade industrial japonesa em outubro, com PMI de 48,2 pontos. Tensões entre Japão e China prejudicaram setores de varejo, viagens e consumo, enquanto a volatilidade no mercado global de semicondutores pesou sobre empresas japonesas, que têm forte exposição ao setor. 

 

Nasdaq Composite (-1,88%) 

Depois de figurar entre os destaques positivos em outubro, o Nasdaq perdeu 1,88% em novembro. A escassez de dados econômicos durante o shutdown gerou cautela, enquanto dúvidas sobre a sustentabilidade do avanço das empresas de inteligência artificial pressionaram o índice. As expectativas mais incertas sobre cortes de juros também contribuíram para o recuo. 

 

Os maiores ganhos do mês ficaram concentrados nos índices ligados ao mercado brasileiro, com destaque para o MSCI Brasil, o Ibovespa e o IBRX 100, todos impulsionados por balanços sólidos e melhora no cenário macroeconômico doméstico. No lado negativo, os ativos internacionais tiveram desempenho mais fraco, com quedas acentuadas no Ethereum, no Bitcoin e no Nikkei 225, refletindo um ambiente global de maior cautela, volatilidade e incerteza sobre juros. 


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