Os servidores do Banco Central iniciaram, nesta sexta-feira (1º), uma paralisação por período integral e prazo indeterminado, provocando atraso na divulgação de informações e dados pela autoridade monetária.
Segundo o Sinal (Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central), a expectativa é de adesão à greve de 60% a 70% dos servidores.
Hoje, mais uma vez, o BC atrasou a divulgação da taxa Ptax. Ela é calculada diariamente pelo Banco Central e é considerada a taxa oficial de câmbio, utilizada como referência para a cotação do dólar americano. Na prática, ela representa uma média de taxas informadas quatro vezes ao dia por instituições financeiras.
O fechamento, que costuma sair às 13h, só foi divulgado após as 17h. O dólar Ptax fechou a R$ 4,6984, com queda de 0,83% em relação ao fechamento anterior.
Há duas semanas, as paralisações parciais dos funcionários do BC têm atrasado a divulgação da taxa de câmbio Ptax.
O BC ainda informou que, devido à greve em curso, o Boletim Focus, que mostra as projeções de indicadores macroeconômicos de analistas coletadas pelo BC, o Indeco (Indicadores Econômicos Consolidados) e o Relatório de Poupança não serão divulgados nas datas previstas para a próxima semana. As novas datas serão informadas pelo BC.
Segundo o sindicato dos servidores do BC, o Sinal, outros serviços como o Pix podem ser afetados porque não se encontram dentro do escopo da lei dos serviços essenciais.
“A greve poderá interromper parcialmente o PIX e a distribuição de moedas e cédulas. E poderá interromper, parcial ou totalmente, a divulgação do boletim Focus e de diversas taxas, o monitoramento e a manutenção do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) e da mesa de operações do Demab, o atendimento ao público e outras atividades”, aponta o sindicato Sinal, em nota divulgada nesta sexta-feira.
O BC informou que tem esquemas de contingência para manter as operações.
Os funcionários da autoridade monetária se juntam a outras categorias de servidores públicos, como do INSS, da Receita Federal e do Tesouro, que decidiram paralisar as atividades. A reivindicação é por reajuste salarial após o governo conceder um aumento de R$ 1,7 bilhão somente aos policiais federais.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, está de férias e não está dando expediente a partir desta sexta-feira.