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Paralisação de funcionários do BC ainda é só advertência, diz presidente do sindicato

Entidade pede reajuste salarial de 20% e ameaça greve a partir de fevereiro

Os servidores públicos do Banco Central (BC) realizaram uma paralisação de duas horas na manhã de hoje em campanha por aumento salarial de 20%, além de um protesto na frente do prédio da instituição, em Brasília (DF). Nenhuma das manifestações afetou serviços considerados essenciais, mas elas foram consideradas um aviso da greve que pode vir por aí.

Há outros protestos do funcionalismo marcados para os dias 24 e 27 de janeiro, além da previsão de um “estado de greve” entre os dias 14 e 25 de fevereiro. Se a demanda por reajuste não for atendida, os servidores entrarão em greve a partir de março.

Hoje à tarde, cerca de 200 servidores públicos protestaram porta do prédio do Ministério da Economia, enquanto o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, se reunia com o ministro da Economia, Paulo Guedes.

De acordo com o presidente do Sinal (Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central), Fábio Faiad, a paralisação desta terça teve adesão de mais da metade dos 3,5 mil funcionários do BC e foi somente um aviso. “A paralisação de hoje é só uma advertência, houve uma interrupção parcial, com adesão de mais de 50% do banco. Nenhum serviço foi interrompido”, afirmou.

Segundo Faiad, a expectativa é que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, apresente uma proposta de reajuste salarial até o final deste mês. Se não houver acordo, a categoria promete iniciar greve.

“Aí sim as consequências serão maiores, como não atendimento ao público, atraso ou não entrega de cédulas de dinheiro para os bancos, não prestação de informações para o mercado e falta de manutenção de sistemas de informação”.

Veja abaixo vídeo feito pelo sindicato da manifestação na porta do BC.

Impacto sobre as contas públicas

O governo resiste às pressões dos servidores públicos porque, para cada ponto porcentual de reajuste salarial, estima-se um gasto de R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões. O presidente Jair Bolsonaro chegou a cogitar anteriormente elevação de 5% nos salários, o que geraria até R$ 20 bilhões a mais em gastos permanentes por ano, segundo cálculo do diretor-executivo da IFI (Instituição Fiscal Independente do Senado), Felipe Salto.

Essa possibilidade preocupa o mercado financeiro e afeta os preços dos ativos negociados, elevando os juros futuros e pressionando ainda mais o dólar.

Em junho de 2021, Bolsonaro já havia pedido a Guedes um aumento de 5% para os servidores, mas a falta de espaço no Orçamento tinha tirado essa possibilidade da mesa. Entretanto, ao conceder um reajuste de R$ 1,7 bilhão somente aos policiais federais, outras categorias, como os auditores fiscais e os servidores do BC, reagiram.

Os gastos com o funcionalismo público são a terceira maior despesa da União. Totalizaram R$ 346 bilhões nos últimos 12 meses terminados em novembro, de acordo com dados do Tesouro Nacional.

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