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Alta surpreendente de serviços indica que economia vai cair de forma mais lenta que o previsto

Setor registrou avanço de 1,1% em julho, bem acima das expectativas do mercado

Foto: Shutterstock

O avanço bastante acima do esperado do setor de serviços em julho indica que a desaceleração econômica no segundo semestre vai ser mais lenta do que o previsto pelo mercado. O setor, que representa a maior fatia do PIB (Produto Interno Bruto), avançou 1,1% na comparação com junho e registrou o terceiro mês seguido de aceleração. Na base anual, a atividade teve alta de 6,3%.

O resultado deixa a prestação de serviços 8,9% acima do nível pré-pandemia e 1,8% abaixo do ponto mais alto da série histórica, em 2014. Os dados foram uma surpresa positiva para o mercado. Analistas consultados pela Reuters previam avanço de 0,5% no mês e de 5,8% na comparação anual.

A alta do setor reflete a manutenção dos efeitos positivos da retomada das atividades após o período de lockdowns na economia doméstica. Além do fator sanitário, Jefferson Laatus, estrategista-chefe do Grupo Laatus, destaca os impactos econômicos do recuo da inflação nos últimos meses.

 

Em julho e agosto, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor) registrou recuos de 0,68% e 0,36%, respectivamente, impactado principalmente pela queda do preço dos combustíveis após intervenção do governo federal na tributação desses produtos.

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“As pessoas estão mais confortáveis em consumir serviços e bens manufaturados, e todo esse movimento acaba sendo benéfico para a economia”, avalia Laatus.

Reforço do PIB no 3º trimestre

Dados da produção industrial divulgados na última semana também reforçam a manutenção do ritmo econômico na entrada da última metade do ano. Em julho, a indústria brasileira reverteu o ritmo de queda e registrou avanço de 0,6% ante junho.  

Os recentes dados indicando uma economia aquecida, com alta de 1,2% do PIB no segundo trimestre, e as expectativas de menos inflação levaram analistas do mercado a revisarem para cima a expectativa para o desempenho da economia em 2022.

Dados do Boletim Focus divulgados nesta segunda-feira (12) mostram que analistas enxergam o PIB de 2022 com alta de 2,39% (ante 2,26% na semana anterior) e de 0,50% no próximo ano (ante projeção de 0,47% na pesquisa anterior).

Patrícia Krause, economista-chefe da Coface, ressalta que a virada do semestre está mais forte do que havia sido projetado pelos analistas. A expectativa para o terceiro trimestre ainda é de crescimento econômico, mas em ritmo mais fraco do observado anteriormente.

“Haverá uma gradual perda de tração pela questão dos juros e a desaceleração da economia global”, afirma. “Mas os últimos números mostram que essa desaceleração [da economia brasileira] mais lenta do que havia sido esperado”, diz.

Para João Savignon, economista da Kínitro Capital, o setor de serviços tem espaço para seguir crescendo no curto prazo, apesar de em ritmo menor do visto em julho, com o aumento da renda da população após o processo de deflação e a distribuição de benefícios pelo governo.

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