Itaúsa (ITSA4) é a ação preferida de 56% dos investidores com mais de R$ 100 mil em carteira

Levantamento do TradeMap aponta as 20 empresas prediletas dos investidores com até R$ 50 mil e mais de R$ 100 mil

Foto: Shutterstock/whiteMocca

A holding que controla 37% do Itaú, o maior banco da América Latina, é a preferida de quem tem mais de R$ 100 mil aplicados na Bolsa de Valores de São Paulo. E a Itaúsa figura em mais da metade das carteiras desses investidores.

Os dados partem de levantamento com base na alocação de investidores do TradeMap, que ainda aponta as 20 empresas preferidas na B3. A Itaúsa está acompanhada por Banco do Brasil (48,8%), BB Seguridade (38,6%), Petrobras (37,2%) e WEG (37,1%) no “top 5”.

No acumulado deste ano até outubro, as ações da Itaúsa tinham alta de 24%, bem acima do desempenho do Ibovespa (+10,7%) no período. 

A escolha pela holding, cuja ação tem negociado com desconto excessivo em relação ao valor de suas participações acionárias, mostra a preferência dos investidores com mais capital investido do que a média dos novos incumbentes na renda variável.

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A companhia tem diversificado seus investimentos, em vias de surfar o desenvolvimento da infraestrutura brasileira, com setores perenes e que tenham fluxo de caixa previsível, como é o caso de Aegea Saneamento e CCR (CCRO3). 

O “top 10” indica que os investidores com mais de R$ 100 mil em carteira têm preferência por empresas mais consolidadas e com fluxo de dividendos robusto, como é o caso de Taesa, Engie e EDP Brasil.  

Sob o ponto de vista da volatilidade, as empresas que compõem a lista oferecem menos risco e demonstram que o foco dos investidores com mais capital alocado está mais voltado para a proteção de patrimônio.

Itaúsa também é escolhida por investidores iniciantes

O estudo também aponta as empresas prediletas de investidores do TradeMap com até R$ 50 mil investidos – que possivelmente entraram há menos tempo na Bolsa e também preferem a Itaúsa, embora em menor proporção.

Cerca de 46% das carteiras analisadas possuem a holding em sua composição, mas a segunda posição fica com Magazine Luiza (MGLU3).

Por mais que a varejista esteja enfrentando um cenário macroeconômico desafiador, ainda chama a atenção de investidores que chegaram há menos tempo no mercado. 

Em 2020, o Magalu chegou a ser avaliado em R$ 150 bilhões na B3 e hoje esse valor é cinco vezes menor. A empresa continua, contudo, a investir em tecnologia e ampliar sua capilaridade Brasil afora, com centenas de milhares de vendedores. 

Pela composição da carteira dos investidores com até R$ 50 mil investidores, percebe-se um apetite por aumento do patrimônio, o que inerentemente incorre em riscos – vide a maior participação de Via e Oi em comparação à carteira dos mais endinheirados. 

Outros dois nomes que também compõem o “top 5” de ambas as carteiras são Banco do Brasil e WEG. 

A primeira tem sido amplamente recomendada por analistas do mercado em razão de seus múltiplos muito abaixo da média histórica, ao passo que os resultados estão no topo do setor. A alta rentabilidade e, principalmente, a baixa inadimplência dos empréstimos do BB são os chamarizes. 

A WEG, por sua vez, é um exemplo de entrega de resultados e qualidade ao longo da última década. Os altos múltiplos foram carregados nos últimos anos com balanços acima da expectativa do mercado, que justificam a alta de 386% das ações desde 2017 até esta quarta-feira (09). 

Entre as duas carteiras, chama atenção o menor nível de concentração dos ativos entre os investidores com menos dinheiro investido, o que reforça a tese de maior número de “dardos lançados” à procura do aumento do patrimônio. 

Destaca-se, entretanto, a menor exposição dos investidores menos endinheirados em IRB Brasil, em relação ao maior apreço pela empresa dos detentores de carteiras com mais de R$ 100 mil.

Com esse nível de capital alocado, os investidores com os maiores portfólios devem ter mais tempo de Bolsa de Valores para terem acompanhado os anos de glória do ressegurador, com rentabilidade e lucros acima da média do mercado.

Com fraudes contábeis posteriormente confirmadas, a empresa viu seu valor de mercado despencar 97% desde a máxima histórica, atingida em janeiro de 2020. Para quem entrou na Bolsa há pouco tempo, uma ação que se desvaloriza consistentemente é menos chamativa, mas ainda há quem acredite na retomada.

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