Setembro de 2024 foi um mês movimentado para o mercado financeiro, especialmente para a Bolsa de Valores brasileira. Após meses de recuperação, o Ibovespa, principal índice da B3, interrompeu sua sequência positiva e registrou uma perda de 3,08%, fechando aos 131.816 pontos.
Esse desempenho foi influenciado por diversos fatores, como o cenário fiscal doméstico, o ciclo de alta da Selic, além de tensões internacionais.
Este artigo oferece uma análise sobre o que impulsionou as altas e baixas mais marcantes do mercado em setembro.
Panorama geral do mercado em setembro
O Ibovespa, que havia alcançado uma máxima histórica de 137.400 pontos no fim de agosto, iniciou um movimento de correção no início de setembro, resultando em uma queda de 3,08%.
Essa queda interrompeu a série de altas que o índice vinha registrando desde junho. No acumulado de 2024, o Ibovespa apresenta uma queda de 1,77%, mas ainda se mantém positivo no trimestre, com um avanço de 6,38%.
A queda foi influenciada por um novo ciclo de alta dos juros promovido pelo Banco Central, que elevou a Selic para conter as pressões inflacionárias. O aumento dos juros impactou fortemente o setor de varejo, que viu suas ações despencarem ao longo do mês.
Além disso, o cenário fiscal brasileiro também adicionou incertezas ao mercado, com ruídos relacionados ao relatório de receitas e despesas divulgado pelo Ministério do Planejamento e Orçamento, que indicou um possível aumento da dívida pública em quase R$ 70 bilhões.
No âmbito internacional, o dólar encerrou o mês com uma leve alta de 0,21%, sendo cotado a R$ 5,4474, mas acumulou uma retração de 3,33% ao longo de setembro. Com isso, o Ibovespa em dólar fechou o mês a 24.198 pontos, uma leve alta em relação ao mês anterior, movido pelo ajuste cambial.
Principais altas da bolsa em setembro de 2024
Apesar do cenário desafiador, algumas empresas conseguiram se destacar com performances positivas durante o mês de setembro. O setor de mineração, em particular, registrou bons resultados.
CSN Mineração (CMIN3): A CSN Mineração foi o destaque positivo do mês, com uma valorização expressiva de 21,48%. A alta no preço das commodities e a demanda internacional robusta contribuíram para esse desempenho.
Azul (AZUL4): A companhia aérea Azul registrou uma valorização de 15,77%. O aumento da demanda por viagens aéreas, aliado a estratégias de redução de custos operacionais, favoreceu o crescimento das ações.
Santos Brasil (STBP3): A operadora de terminais portuários teve um ganho de 13,54%, impulsionada pela recuperação no setor de logística e comércio exterior.
Braskem (BRKM5): A petroquímica Braskem registrou alta de 10,48%, apoiada pela alta no preço do petróleo e a recuperação no setor industrial.
CSN (CSNA3): A Companhia Siderúrgica Nacional também foi beneficiada pela alta nas commodities e valorizou 8,68%.
Essas empresas conseguiram capturar parte das oportunidades do mercado, mesmo em um cenário global de maior cautela. A alta no preço do petróleo e a recuperação no comércio exterior foram os principais fatores que impulsionaram esses setores.
Principais baixas da bolsa em setembro de 2024
O ciclo de alta da Selic afetou o setor de varejo, um dos mais sensíveis à elevação dos juros, uma vez que o custo do crédito aumenta para as empresas e consumidores, limitando o poder de compra e os resultados das varejistas. Isso resultou em quedas acentuadas de algumas das maiores empresas do setor no Brasil.
Assaí (ASAI3): A rede de atacado registrou uma forte desvalorização de 21,94%, sendo uma das principais perdedoras do mês. O aumento da Selic reduziu o apetite do consumidor, impactando diretamente o desempenho da empresa.
Magazine Luiza (MGLU3): Outro nome de peso no varejo, a Magazine Luiza teve uma queda de 20,23% em setembro, reflexo das dificuldades enfrentadas pelo setor, agravadas pelo encarecimento do crédito e pela desaceleração no consumo.
Azzas (AZZA3): As ações da Azzas caíram 13,94%, também influenciadas pelo ciclo de alta dos juros e um cenário fiscal mais incerto.
Casas Bahia (BHIA3): Fora do índice Ibovespa, as ações da Casas Bahia despencaram 33,6% em setembro, refletindo as dificuldades do varejo e os desafios da empresa em se adaptar ao novo cenário econômico.
Minerva (BEEF3): A Minerva registrou uma queda de 15,35%, influenciada pela volatilidade nos preços das commodities agrícolas e uma menor demanda externa por carne bovina.
Essas quedas revelam como o aumento dos juros afeta diretamente os setores que dependem fortemente do consumo interno e do crédito, como o varejo, que viu suas margens de lucro apertadas e suas expectativas de crescimento revisadas para baixo.
Manter-se atualizado é sempre importante!
O desempenho da Bolsa de Valores em setembro de 2024 demonstrou a importância de acompanhar de perto as movimentações do mercado e os fatores que influenciam diretamente o comportamento dos preços das ações.
Seja você um investidor iniciante ou experiente, é fundamental manter-se informado sobre as tendências econômicas, decisões governamentais e eventos internacionais que podem impactar o mercado financeiro.
A volatilidade observada em setembro serve como um lembrete de que, embora o mercado de ações ofereça oportunidades de rentabilidade, ele também está sujeito a oscilações significativas que podem trazer desafios inesperados.
Para aqueles que buscam explorar o mercado, é crucial adotar uma estratégia de investimento informada e diversificada, alinhada ao seu perfil de risco e aos seus objetivos financeiros.
Ficar atento às principais tendências e aos movimentos de alta e baixa da Bolsa pode ser a chave para tomar decisões mais assertivas e seguras em seus investimentos.
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