Em setembro, o cenário doméstico foi amplamente influenciado pela elevação da taxa Selic, que subiu de 10,50% para 10,75% ao ano, pressionando os ativos de renda variável. Ao mesmo tempo, o Federal Reserve (Fed) nos Estados Unidos iniciou um ciclo de cortes de juros, reduzindo a taxa em 0,50 ponto percentual, agora situada entre 4,75% e 5,00% ao ano. Essa decisão destaca o contraste nas políticas monetárias entre os dois países. A alta da Selic no Brasil elevou o custo de financiamento das empresas, enquanto os investidores passaram a priorizar a renda fixa, que se tornou mais atraente devido ao maior retorno e baixo risco. Essa dinâmica impactou diretamente os principais índices da B3.
O índice Small Cap, que agrupa empresas de menor capitalização, liderou as perdas com uma queda de -4,41%, refletindo a sensibilidade dessas empresas ao aumento do custo do crédito e à menor liquidez no mercado. Em seguida, o índice B3 BR+, um novo indicador da B3 que reúne as ações e BDRs brasileiras mais negociadas, apresentou uma queda de 4,18%. Esse resultado evidencia que a cautela dos investidores também afetou as ações e BDRs de empresas brasileiras, especialmente em um ambiente de aversão ao risco.
O Ibovespa, principal termômetro da bolsa brasileira, caiu -3,08%, não conseguindo acompanhar o otimismo dos mercados internacionais devido ao peso da alta da Selic. O IBRX-100, que reúne as 100 ações mais negociadas na B3, também não ficou imune, registrando uma retração de -2,97%.
O dólar Ptax recuou -3,68%, fechando a R$/US$ 5,4481, impactado pelo tão aguardado início do ciclo de cortes de juros promovido pelo Federal Reserve (Fed). Em contraste com o Brasil, o Fed reduziu sua taxa em 0,50 ponto percentual, sinalizando uma política mais cautelosa em resposta ao enfraquecimento da economia americana. Dados mostrando desaceleração no mercado de trabalho e na inflação dos EUA também contribuíram para a desvalorização global do dólar, favorecendo o otimismo nos mercados internacionais.
Enquanto a elevação da Selic freou o mercado brasileiro, o corte de juros nos EUA trouxe uma onda de alívio ao cenário externo, mas foi insuficiente para mudar o humor por aqui. Assim, a combinação entre um cenário de juros mais altos e um ambiente de maior cautela no Brasil se mostrou determinante para as quedas dos principais índices de renda variável em setembro.
Para acompanhar mais notícias do mercado financeiro, baixe ou acesse o TradeMap.