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Vale pesa mais uma vez e Ibovespa fecha em baixa de 0,55%

Mineradora teve baixa de 3,19%, refletindo a queda do minério de ferro

Foto: Divulgação

Pressionado mais uma vez pela queda das ações da Vale (VALE3), o Ibovespa fechou o pregão desta terça-feira (19) em baixa de 0,55%, aos 115.056 pontos, com R$ 21,15 bilhões em volume negociado. Os bancos também ajudaram a puxar o índice para o território negativo, na direção contrária a das bolsas dos Estados Unidos.

Assim, o saldo do Ibovespa no mês de abril passou para baixa de 4,12%, enquanto o balanço desde o início do ano é de ganhos de 9,76%.

Em Nova York, os índices refletiram balanços corporativos positivos. O Nasdaq teve alta de 2,15%, o S&P 500 subiu 1,61% e o Dow Jones avançou 1,45%. Na Europa, o índice Euro Stoxx 50 teve perda de 0,47%.

Sob o peso da Vale

A queda de 3,19% da Vale reflete a desvalorização do minério de ferro na China, depois de autoridades chinesas terem dito que o país deve diminuir sua produção de aço para cumprir metas ambientais e do anúncio de um novo lockdown em Tangshan, para conter a disseminação da Covid-19.

Na bolsa de Dalian, a commodity teve queda de 3,27%, a US$ 139,10.

A mineradora irá divulgar sua prévia operacional do primeiro trimestre ainda hoje, após o fechamento, assim como Assaí (ASAI3), Pão de Açúcar (PCAR3) e Carrefour (CRFB3), que fechou em baixa de 4,3%, depois de o JP Morgan ter rebaixado sua classificação das ações para neutra.

Na contramão do petróleo Brent, que caiu de 5,22%, a US$ 107,25, as ações da Petrobras (PETR4) tiveram alta de X% nesta terça-feira, ajudando a limitar a queda do Ibovespa. A alta da petrolífera segue a notícia de que o BNDES deve vender aproximadamente R$ 5 bilhões em ações da companhia.

Os grandes bancos, por sua vez, devolveram parte dos ganhos de ontem e caíram em bloco. Banco do Brasil (BBAS3) teve baixa de 3,53%; Itaú (ITUB4), de 1,78%; Bradesco (BBDC4), de 1,26%; e Santander (SANB11), de 0,45%.

Ucrânia e inflação em foco

Como de costume, o mercado segue monitorando a situação no leste europeu, em um dia de intensificação de ataques russos à Ucrânia.

De acordo com autoridades ucranianas, as forças russas estão preparando um ataque intenso no leste do país. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, declarou que não irá deixar de batalhar pelo controle da região, o que aumenta as expectativas de que a guerra deve continuar por mais tempo do que se previa.

Nos EUA, todas as atenções se voltam para a política monetária, depois de o membro do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) James Bullard ter dito, na tarde de ontem, que a instituição não poderia descartar um aumento de 75 pontos base na taxa de juros na próxima reunião, apesar de ter reiterado que este não é o cenário mais provável.

Bullard afirmou, ainda, que o Fed precisa andar rápido no aperto dos juros e iniciar em breve a redução de seu balanço patrimonial.

Em Brasília, atenção para o fiscal

Internamente, o tema central continua sendo as paralisações de diversas categorias do funcionalismo público, que mantiveram seus movimentos mesmo com a proposta do governo de reajuste de 5%, que foi considerada insuficiente.

A greve de servidores do Banco Central, inclusive, tem causado interrupções na divulgação de dados econômicos do BC, o que cria mais cautela antes da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), devido à falta de visibilidade.

“Com a visão ofuscada e com o mercado totalmente cego, o Copom do início de maio pode gerar um ‘solavanco’ nos ativos, principalmente frente às expectativas condicionais de inflação da autoridade”, diz Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, em comentários ao mercado.

Destaques do pregão

No fechamento, as maiores baixas do Ibovespa eram de Cemig (CMIG4), Eletrobras (ELET3) e Carrefour (CRFB3), com perdas de 5,84%, 4,4% e 4,3%, respectivamente.

As ações da Eletobras fecharam em queda um dia depois de deputados federais do PT terem entrado com ações no TCU (Tribunal de Contas da União) e na Justiça Federal de Brasília para tentar barrar a privatização da companhia, antes de seu processo de privatização ser julgado no TCU, previsto para esta quarta-feira (20).

Além disso, a Eletrobras informou ontem que seu conselho de administração aprovou a captação de até R$ 2,5 bilhões por meio de sua controlada Furnas. Segundo a estatal, os recursos captados serão destinados a investimentos e ao pagamento de dívidas.

Na outra ponta, as maiores altas no fechamento eram de Banco Inter (BIDI11), brMalls (BRML3) e Grupo Soma (SOMA3), com avanços de 9,15%, 7,66% e 6,93%, nesta ordem.

O Banco Inter (BIDI11) subiu forte pelo segundo dia seguido, depois de apresentar uma nova proposta de reestruturação societária para listar suas ações em Nova York.

Para a Genial Investimentos, a listagem das ações no exterior é positiva para o Inter, pois permite novas ofertas públicas, mantendo a estrutura de controle da empresa, além de possibilitar que a “instituição negocie a múltiplos mais elevados, geralmente aplicados a companhias listadas no exterior.”

A alta da brMalls veio depois de a Aliansce Sonae fazer uma nova proposta para adquirir a companhia. É a terceira e maior oferta feita pela Aliansce até agora para tentar convencer a empresa a aceitar um acordo.

A nova proposta prevê um pagamento em dinheiro de R$ 1,25 bilhão e uma compensação de 0,39 ação da Aliansce por ação da brMalls.

A brMalls, por sua vez, divulgou um comunicado na manhã desta terça-feira afirmando que o conselho de admnistração decidiu, por unanimidade, autorizar a diretoria da companhia a se engajar com os representantes da Aliansce para a negociação dos termos e elaboração da documentação necessária, com o objetivo de submeter a proposta à deliberação dos acionistas.

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A Embraer (EMBR3) subiu 3,92% depois de informar que entregou 14 jatos no primeiro trimestre de 2022, sendo seis comercais e dois executivos, número 36,36% abaixo do registrado no mesmo período do ano anterior. Apesar da queda no volume de entregas, a carteira de pedidos firmes da Embraer era de US$ 117,3 bilhões no trimestre, valor mais alto desde o segundo trimestre de 2018.

A empresa também firmou alguns contratos estratégicos no período, com o exército no setor de defesa e com a Air Peace no setor de serviços e suportes.

As companhias aéreas Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4) tiveram forte alta, de 3,27% e 2,36%, respectivamente, refletindo a baixa do petróleo.

A Gol também era ajudada pela notícia de que fechou um acordo com o Mercado Livre (MELI34) para serviços de carga e logística, que prevê uma frota dedicada de cargueiros composta por seus Boeing 737-800. A parceria deve ter início durante o segundo semestre desde ano e tem duração de 10 anos.

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