Após nova proposta para fusão, ações da brMalls (BRML3) da Aliansce Sonae (ALSO3) operam díspares no Ibovespa

Nova proposta da Aliansce prevê um pagamento em dinheiro de R$ 1,25 bilhão e uma compensação de 0,39 ação da companhia por ação da brMalls

Shopping Santa Cruz, da brMalls. Foto: Shutterstock

Após um novo capítulo da novela envolvendo brMalls (BRML3) e Aliansce Sonae (ALSO3), depois de uma sinalização positiva da primeira, que aceitou negociar uma fusão, como o visto mais cedo, as ações das duas companhias operam de forma dispare no Ibovespa.

Por volta de 11h26 (de Brasília), os papéis ordinários da brMalls valorizavam 5,49% no intradia, sendo negociados a R$ 9,23, enquanto as ações ordinárias da Aliansce Sonae caíam 0,38%, a R$ 21,12.

A nova proposta efetuada pela Aliansce prevê um pagamento em dinheiro de R$ 1,25 bilhão e uma compensação de 0,39 ação da companhia por ação da brMalls.

Como resposta, a brMalls comunicou na manhã desta terça-feira (19) que o conselho de administração decidiu, por unanimidade, autorizar a diretoria da companhia a se engajar com os representantes da Aliansce para a negociação dos termos e elaboração da documentação necessária, com o objetivo de submeter a proposta à deliberação dos acionistas.

Em relatório, a Genial Investimentos avalia que antes desta nova proposta, um total de 25% de acionistas da brMalls eram favoráveis a transação, sendo que esse número precisa chegar a 50% para que a fusão seja aprovada.

“Ainda assim, entendemos que as chances para aprovação se tornam muito reais com a nova proposta e as potenciais sinergias”, completou a corretora.

Considerando o preço de fechamento das ações da Aliansce Sonae na segunda-feira (18), o valor total a ser pago chegaria a R$ 8,1 bilhões – ou 11,7% a mais que o valor de mercado da brMalls no fechamento de ontem.

A Aliansce Sonae, por sua vez, disse que possui “convicção dos méritos da combinação de negócios”, e que acredita que, juntas, as empresas serão “muito mais fortes”.

Novela se arrasta desde o início do ano

A Aliansce Sonae havia feito uma proposta de quase R$ 7 bilhões para adquirir a companhia no início de janeiro. A brMalls recusou a oferta da Aliansce na ocasião, mas disse que não havia desistido das negociações.

No fim de janeiro, um dos principais acionistas da Aliansce Sonae, o Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB), aumentou a sua participação na brMalls para 5,76%, e circularam informações na imprensa de que as negociações poderiam continuar caso a Aliansce estivesse disposta a negociar um prêmio de controle.

A Aliansce fez uma nova proposta em março, que foi recusada por unanimidade pela brMalls, que ainda considerou a oferta baixa.

Leia a análise:
Afinal, a oferta da Aliansce Sonae (ALSO3) pela brMalls (BRML3) é boa ou ruim?

A partir daí, a negociação do dote que a Aliansce teria de pagar pela brMalls começou a aumentar de proporção.

A Aliansce Sonae, ao longo do período em que fez as ofertas, aumentou sua participação acionária na brMalls para poder argumentar a favor da fusão e ter uma posição relevante para brigar pela operação caso o assunto fosse submetido a uma assembleia de acionistas. .

A brMalls reagiu recorrendo ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para tentar diminuir a pressão: pediu ao órgão regulador para analisar o aumento da participação da Aliansce Sonae na brMalls e solicitou que a concorrente fosse impedida de exercer seus direitos políticos até que a análise seja concluída.

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