Oi (OIBR3) não fará pré-pagamento com desconto de créditos quirografários; qual o impacto na ação?

Depois da disparada das ações após o fim da recuperação judicial em meados deste mês, as ações da companhia operam em alta volatilidade

Foto: Shutterstock/Alison Nunes Calazans

A Oi (OIBR3) informou ao mercado, na noite da segunda-feira (26), que não irá realizar o pré-pagamento de créditos concursais quirografários.

O pré-pagamento dos créditos carregavam um desconto de 55%, mas a Oi concluiu que não foi alcançado um valor positivo no cálculo da receita líquida dos eventos de liquidez.

Dessa forma, não foram cumpridos os requisitos previstos no aditamento do processo de recuperação judicial para a realização do pré-pagamento, o qual tem validade no último dia do exercício fiscal de 2022.

Créditos quirografários são obrigações acordadas entre as partes, que tem apenas a promessa do devedor que irá cumprir com os prazos para quitação. De forma distinta, o crédito real tem por garantia um bem para caso de inadimplência. 

O que achamos

Apesar da falta de requisitos em cumprimento com as determinações legais para o processo de recuperação judicial (RJ) da Oi, o que a impede de dispor menos recursos durante seu processo de restabelecimento, a companhia está no caminho para realinhar suas operações.

No dia 15 de dezembro, a Justiça do Rio de Janeiro decretou o fim da recuperação judicial da Oi. O processo, iniciado há seis anos, foi o maior do Brasil, após a empresa ter contraído cerca de R$ 80 bilhões em dívidas, considerando o câmbio atual.

Para que a RJ fosse concluída, a companhia teve de vender ativos que não integravam seu negócio principal e enxugar as operações, dando inclusive deu gás às concorrentes Vivo (VIVT3), TIM (TIMS3) e Claro ao vender a Oi Móvel. 

Segundo a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), a empresa resultante da fusão entre Oi e a Brasil Telecom, chega ao fim da recuperação judicial com pouco mais de cinco milhões de assinantes do serviço de internet banda larga fixa. 

Em 2021, com a musculatura ainda estava inchada, a companhia chegou a ter 47,74 milhões de clientes em telefonia móvel e 5,7 milhões de clientes de banda larga fixa.

Como as ações da Oi devem reagir

Depois da disparada das ações após o fim da recuperação judicial em meados deste mês, as ações da Oi operam em alta volatilidade devido à correção por parte dos agentes do mercado. A notícia do não pré-pagamento com desconto dos créditos concursais quirografários terá impacto marginal sobre os papéis

*O Pré-Trade é publicado diariamente pela Agência TradeMap, sempre antes da abertura da Bolsa, e se propõe a indicar como investidores podem reagir no pregão em reação a alguma notícia ou fato novo que tenha relação com uma ação específica em sua carteira. O conteúdo se destina a fins informativos e não deve ser interpretado como nenhum tipo de recomendação de investimentos.

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