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Itaú (ITUB4) se protege de Americanas, mas amplia lucro para R$ 7,6 bilhões; como ações vão reagir?

O lucro do banco foi impactado em R$ 719 milhões pelas provisões relacionadas à varejista que entrou em recuperação judicial

Foto: Shutterstock/T. Schneider

O Itaú (ITUB4) apresentou, na noite da última terça-feira (7), seu resultado referente ao quarto trimestre do ano passado, mostrando que o viés conservador da instituição segue vigente.

Entre outubro e dezembro de 2022, o Itaú teve um lucro recorrente gerencial de R$ 7,66 bilhões, alta de 7,1% na comparação anual. Na relação trimestral, entretanto, a queda foi de 5%.  

O lucro do banco foi diretamente impactado em R$ 719 milhões apenas em decorrência das provisões relacionadas à Americanas, varejista que entrou em recuperação judicial no mês passado.

A exposição do Itaú à varejista é de aproximadamente R$ 3 bilhões. No quarto trimestre, a PDD (Provisão para Devedores Duvidosos) do banco atingiu quase R$ 10 bilhões, alta de 45,1% na comparação anual.

Mesmo com a proteção sobre eventuais calotes, o banco se mostrou rentável e terminou o trimestre com um ROE (Retorno sobre Patrimônio Líquido) de 19%, resultado de uma ainda forte margem financeira gerencial, que subiu 17,7% em um ano, para R$ 24,97 bilhões. 

O que achamos

O resultado do Itaú Unibanco, embora tenha levemente frustrado as expectativas do mercado, está longe de ter sido ruim. 

Se não fosse a provisão para a Americanas, o lucro teria sido de cerca de R$ 8,4 bilhões, um pouco acima do projetado pelos investidores. O banco escolheu fazer as provisões nos resultados do quarto trimestre mesmo sem isso ser necessário, dado que os eventos com a Americanas ocorreram em janeiro.

Com essa decisão, o banco inicia 2023 de forma “limpa”, lidando com os problemas que virão pelo curso natural da economia, como uma residual queda da qualidade de crédito em função do alto endividamento familiar. 

A carteira de crédito do Itaú fechou o ano passado em R$ 1,14 trilhão, alta de 11,1% na comparação com o resultado de 2021. O maior crescimento foi do portfólio de pessoas físicas, que avançou 20,1% em 12 meses, com destaque para crédito pessoal (+26,8%).

As pessoas físicas equivalem a 34,9% da carteira de crédito total do Itaú, número 2,6 p.p. maior que um ano atrás. Ainda assim, o banco controlou com sucesso a inadimplência acima de 90 dias, que atinge 2,9% da carteira de crédito – ou seja, praticamente não saiu do lugar desde o fim de 2021. 

A dúvida que fica no mercado gira em torno do guidance para o ano de 2023. O Itaú prevê um crescimento de 6% a 9% na carteira de crédito neste ano, inferior ao reportado no ano passado de 11%.

Além disso, as provisões também chamaram atenção por poderem atingir R$ 40,5 bilhões. O piso, de R$ 36,5 bilhões, é superior ao registrado em 2022, de R$ 32,3 bilhões – que, por sua vez, ultrapassou o guidance do ano passado.  

A maior exposição a pessoas físicas e a pressão sobre a receita de serviços, que ainda é um forte componente da rentabilidade do banco, devem ser os pontos questionados pelos investidores durante a teleconferência do CEO do banco, Milton Maluhy, nesta manhã. 

Como as ações do Itaú devem reagir

As ações da instituição devem abrir a sessão desta manhã em campo positivo, mas com os investidores no aguardo de novas informações por parte da alta direção do banco.

Na pré-abertura do mercado em Nova York, as ADRs do Itaú subiam 3,21%, por volta das 9h20. O Ibovespa futuro também aponta para abertura em leve alta.

*O Pré-Trade é publicado diariamente pela Agência TradeMap, sempre antes da abertura da Bolsa, e se propõe a indicar como investidores podem reagir no pregão em reação a alguma notícia ou fato novo que tenha relação com uma ação específica em sua carteira. O conteúdo se destina a fins informativos e não deve ser interpretado como nenhum tipo de recomendação de investimentos.

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