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Por que a Cosan (CSAN3) levantou mais de R$ 4 bilhões junto ao Itaú (ITUB4)

Venda vem à tona com a busca da Cosan para levantar recursos e finalizar aquisição de fatia da Vale

Foto: Shutterstock/T. Schneider

A Cosan (CSAN3) informou, após o fechamento do pregão na última quarta-feira (28), que captou R$ 4,11 bilhões junto ao Itaú (ITUB4), em um processo que aliena 26,9% da Cosan Nove, controlada da holding.

A Cosan Nove, por sua vez, possui 39% da Raízen (RAIZ4), empresa do setor de açúcar e etanol. A holding ficará com os 73,1% restantes da subsidiária. 

No capital social da Raízen, que abriu capital em agosto de 2021, a Shell detém outros 44%, enquanto o mercado fica com os demais 12%. Indiretamente, portanto, o Itaú passa a ter uma participação na Raízen.

Segundo o fato relevante, o investimento do Itaú não muda os direitos políticos da Cosan como cocontroladora da Raízen, inalterando o acordo de acionistas firmado com a Shell. 

O que achamos

O investimento do Itaú ocorre em meio à busca da holding Cosan para levantar recursos e finalizar a aquisição de uma fatia da Vale (VALE3), anunciada em outubro.

À época, a holding anunciou que compraria 6,5% das ações da mineradora, em uma operação complexa, que demandava cerca de R$ 21 bilhões. Desses, R$ 13 bilhões viriam na forma de estrutura de derivativos até 2027, ao passo que os R$ 8 bilhões restantes seriam levantados com por meio de equity.

Na última sexta-feira (23), a Cosan informou que levantou R$ 4 bilhões com o Bradesco, ao vender aproximadamente 23% do capital social da Cosan Dez, que por sua vez detém 88% da Compass, de gás e energia.

A venda de parte da Cosan Nove nesta semana é mais um passo no processo de conclusão da entrada da Cosan na Vale, em processo que foi criticado pelo mercado e gerou dúvidas quanto à sua estratégia. 

A holding não quer ter uma entrada hostil na Vale, tampouco prevê sinergias ou complementaridade nos negócios. A justificativa é a oportunidade de investimento em um “ativo irreplicável”, como disseram os executivos. 

O argumento é o de que o minério da Vale é de alta qualidade – o que proporciona o recebimento de prêmio no mercado – e será relevante na transição energética global e, com isso, a Cosan se vê inclusa.

A estrutura de derivativos e engenharia financeira realizada no início do negócio faz com que a Cosan não tenha de desembolsar nada até o final de 2024, quando os primeiros 15% dos derivativos vencem, segundo Marcelo Martins, o chief strategy officer da holding.

Como as ações da Cosan devem reagir

Em razão de ser um movimento já previsto pelo mercado – que inclusive fez as ações da Cosan sofrerem inicialmente – os papéis envolvidos no negócio não devem ser impactados pelo anúncio de ontem.

*O Pré-Trade é publicado diariamente pela Agência TradeMap, sempre antes da abertura da Bolsa, e se propõe a indicar como investidores podem reagir no pregão em reação a alguma notícia ou fato novo que tenha relação com uma ação específica em sua carteira. O conteúdo se destina a fins informativos e não deve ser interpretado como nenhum tipo de recomendação de investimentos.

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