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Para Stuhlberger, Lula deve adotar medidas fiscais responsáveis, e não apenas ‘la garantia soy yo’

Gestor do fundo Verde vê risco de crescimento descontrolado de gastos com a PEC da Transição

Foto: Shutterstock/Isaac Fontana

O gestor do famoso fundo multimercado Verde, Luis Stuhlberger, vê o risco de crescimento descontrolado de gastos com a PEC da Transição, em discussão pela equipe do governo do PT e pelo Congresso para abrir espaço para gastos adicionais fora do Orçamento para 2023.

“A tal ‘PEC da Transição‘ está se tornando (mais um) trem da alegria brasiliense de crescimento dos gastos descontrolado, e a mídia já fala de mais de duzentos bilhões [de reias] de gastos, algo completamente descabido, para falar o mínimo”, apontou o gestor, em carta aos cotistas do fundo.

Para Stuhlberger, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), deveria tomar medidas concretas que sinalizassem qual será a nova âncora fiscal que vai substituir o teto de gastos (regra que limita o aumento de despesas do governo à inflação, que Lula já afirmou que não deve adotar) e o comprometimento com a responsabilidade fiscal.

“Essa espécie de ‘la garantia soy yo‘ periga ter vida bastante curta se não for seguida de decisões e comportamentos que a corroborem”, apontou o gestor, na carta.

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Stuhlberger lembra que o anúncio de um pacote fiscal irresponsável na Inglaterra, que previa um enorme corte de gastos, gerou problema para os mercados no Reino Unido, o que acabou levando à troca da primeira-ministra Liss Truss por Rishi Sunak.

O fundo multimercado Verde rendeu 3,51% em outubro. O resultado foi impulsionado por ganhos com as posições em Bolsa brasileira, petróleo e juros globais.

Já a posição comprada (que aposta na valorização) em ouro e em inflação implícita, dada pela diferença entre as taxas dos títulos públicos atrelados à inflação (NTN-B) e as taxas de juros prefixadas, gerou impacto negativo para a carteira no mês passado.

No ano, o fundo Verde acumula valorização de 15,20%, acima da variação de 10% do CDI no período.

Verde reforça aposta contra Bolsa americana

O fundo Verde aumentou a posição vendida (apostando na queda) em bolsa americana via estruturas de opções e continua com posição comprada na Bolsa brasileira, mas com proteção (hedge).

O portfólio ainda mantém a posição comprada em inflação implícita no Brasil e a aposta na alta do ouro e das taxas de juros na Europa.

A gestora ainda aumentou a posição comprada em petróleo. A sinalização da Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados) de um corte da produção ajudou a sustentar a alta da commodity em outubro.

A Verde acredita que a tendência de petróleo mais forte deve continuar pelos próximos anos e destaca que os fatores que impedem os preços de subirem mais hoje são a economia chinesa mais fraca por conta da política de zero casos de Covid-19 e a liberação de petróleo das reservas estratégicas pelos Estados Unidos.

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