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Pan (BPAN4) espera inadimplência menor em 2023 e deve acelerar crédito a veículos; ação cai 3%

A taxa de inadimplência do Banco Pan saltou para 7,1% no quarto trimestre, de 6,3% um ano antes

Foto: Shutterstock/T. Schneider

O Banco Pan (BPAN4), que terminou o ano passado com uma taxa mais alta de inadimplência – de 7,1%, ante 6,3% no fim do ano anterior – acredita que o nível de atrasos nos pagamentos de empréstimos deve diminuir em 2023, apesar de o mercado esperar uma Selic ainda elevada.

A redução deve ocorrer como consequência de uma postura mais cautelosa que o banco assumiu desde 2021 para conceder novos empréstimos, o que faz com que os clientes aprovados, fruto de uma maior seletividade, ofereçam um risco menor de inadimplência.

“Em 2023 ainda não estaremos nas condições normais de temperatura e pressão, mas a expectativa é que haja uma redução da inadimplência”, disse o CEO do Pan, Carlos Eduardo Guimarães, durante coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira (8), realizada após a instituição publicar os resultados do quarto trimestre.

Nos últimos três meses do ano passado, o banco teve lucro líquido de R$ 191 milhões, praticamente o mesmo patamar de igual período do ano anterior, quando os ganhos foram de R$ 190 milhões.

Por volta das 16h, a ação do Pan caía 3,63%, a R$ 5,05.

Crédito

Como consequência da postura mais conservadora nas concessões, a carteira de crédito do Pan diminuiu o ritmo de crescimento em 2022, com uma alta de 12%, quase a metade da expansão do ano anterior, de 21%.

Apesar do pé no freio para o crédito, há um tipo de financiamento específico para o qual o Pan se sente confortável em acelerar: o de veículos.

Guimarães lembrou que houve uma mudança abrupta de cenário de 2021 para cá, com um rápido aumento da Selic no Brasil, que saiu de 2% para 13,75% ao ano em menos de dois anos e deixou o mercado de crédito em um ambiente mais nebuloso.

Agora, no entanto, o cenário parece ter se acomodado, gerando uma maior clareza para as instituições calcularem os juros que vão cobrar dos clientes.

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“Desde o quarto trimestre estamos mais confortáveis para acelerar a originação de crédito para veículos, porque podemos repassar para o cliente o aumento de taxa de inadimplência que ocorreu”, disse o CEO do Pan.

A carteira de crédito de veículos fechou o trimestre com saldo de R$ 16,7 bilhões, um aumento de 12% comparado ao quarto trimestre. A carteira de veículos representa 43% da carteira total de crédito do Pan.

Auxílio Brasil

Em relação ao crédito consignado para beneficiários do Auxílio Brasil, categoria lançada pelo governo de Jair Bolsonaro no ano passado e que contou com a adesão do Pan, Guimarães disse que o banco já chegou ao seu teto de novas concessões de crédito, ao atingir uma carteira de cerca de R$ 900 milhões, e que portanto as originações foram interrompidas.

O executivo, porém, ressalta que o produto tem “funcionado direitinho” e a instituição já recebeu o pagamento de três das 24 parcelas previstas.

O problema é que ainda não há uma definição do novo governo, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sobre como ficará o programa, se as condições serão alteradas ou não.

“Mas se o governo acredita que o crescimento da economia virá do consumo, e para o consumo o crédito é muito importante, o consignado do Auxílio Brasil, ou Bolsa Família, pode ser um instrumento de crédito para quem não tem acesso ao crédito, e, quando tem, é crédito informal, que é mais caro”, disse o CEO do Pan.

Americanas (AMER3)

Embora o Banco Pan não atue com concessão de crédito para empresas e tenha apenas uma “exposição bem baixa” à Americanas por meio da Mosaico, Guimarães ressaltou que a crise da varejista é ruim para o mercado como um todo.

“É algo que traz um ruído para o mercado, assim como a Light e a Oi. Se o ano passado foi calmo para a inadimplência de empresas, este ano já começa com outra dinâmica”, disse o executivo, que reconheceu que a crise da Americanas pode encarecer a captação de recursos por parte do Pan, mas ressaltou que o efeito seria indireto.

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